sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A BÍBLIA QUE JESUS LIA


Jesus tinha uma missão a cumprir, e sua missão estava escrita em algum lugar. Na verdade estava escrita em dois lugares.
O primeiro lugar era

Hebreus 8.10 – “Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo”.

Essa sempre foi a intenção original de Deus: escrever a Palavra no coração do homem e não no papel.  E foi isso que ele fez quando combinou com o homem aquilo o que deveríamos ser nessa vida.
Toda Palavra estava escrita no espírito de Jesus.

O segundo lugar é nas Escrituras – na Bíblia que Jesus lia.
Tudo nas Escrituras fala de Jesus. Tudo é a respeito Dele.
Jesus se encontrou nas Escrituras e entendeu que aquilo que estava escrito no seu coração também se estava escrito na Biblia.
Jesus se reconheceu na Torá, nos Salmos e nos Profetas.

A Biblia só é palavra viva para nós quando ela se enche de significado a partir do reconhecimento de algo que já está gravado nas tábuas do nosso coração.


Jesus possuía uma alma humana com emoções humanas

João 12:27 – “Agora a minha alma está angustiada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora”.

O reconhecimento da missão não proíbe Jesus de se angustiar. Ele ora como um ser humano!
Jesus conhece as implicações de sua missão, todavia esse reconhecimento não o robotiza. Jesus age como um ser humano que age como um ser humano e não como um autômato.
Jesus se expressa humanamente e chora diante da sepultura do amigo Lázaro e se admira com a fé expressada pelo Centurião.

Hebreus 5:7 – “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia”.

Em nenhum momento encontramos Jesus com medo da dor física. Os filmes sobre a vida de Jesus focam principalmente o sofrimento do corpo físico de Jesus.
Pregadores se dedicam a descreverem detalhadamente o processo físico de sofrimento imposto ao corpo de Jesus.

Ninguém gosta de sentir dor, mas se analisarmos a dor a partir da abordagem da biologia, veremos que a dor é uma benção!
O sistema nervoso é composto por dois sistemas funcionais: o sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central .
A pele e outros tecidos possuem terminações nervosas receptoras de dor. Através do sistema nervoso periférico o estímulo da dor é percebido e captado. O sistema nervoso periférico se conecta à coluna espinhal  e dessa forma toda mensagem de lesão é enviada por esse sistema ao cérebro.
Existem 3 estados de sensação dolorosa.
a-    A dor da fase 1 é conseqüente a um estímulo nocivo rápido. Sinaliza que aconteceu um ferimento ou algo não vai bem com os órgãos internos do corpo. É uma sensação necessária para a sobrevivência e o bem estar do indivíduo. A dor é um sistema de proteção para a continuidade da vida humana. Sem a dor não teríamos limites para a proteção do corpo.
E tudo acontece no sistema nervoso. O mecanismo neurofisiológico envia uma mensagem para o tálamo e o córtex cerebral. Essa mensagem contém a localização da dor e a intensidade da lesão.

b-    A dor da fase 2 é a resposta a estímulos prolongados, para lesões maiores. Esse tipo de dor acontece onde se iniciou um processo inflamatório. A sensação de dor é prolongada e atua como sinalizador, diminuindo e aumentando a sensação. E o motivo é simples: se a dor for constante e igual, o paciente de acostuma a ela e se esquece de trata-la. A dor da fase 2 é aquela que incomoda, pois em um momento ela alivia, mas no momento seguinte volta com força total.

c-    As dor da fase 3 são estados dolorosos anormais, originadas por lesões dos nervos periféricos.
A característica fundamental é a ausência da relação entre a lesão e a dor.
Esse é o nível de dor que Jesus sentiu no momento da crucificação!
Jesus não mais sentia seu corpo dado à quantidade de rompimento de terminações nervosas periféricas do seu corpo.
A medicina diz que esse tipo de dor são sintomas de enfermidade neurológica. A dor não mais informa a geografia do corpo. Dói, mas não mais se localiza a dor. O cérebro entende que o fim da vida é inevitável, dessa forma inicia a produção de uma enzima que neutraliza a dor, e o paciente não mais sente seu corpo.

A maior dor sentida por Jesus não foi imposta à carne, mas à alma e ao espírito.
O Evangelho apresenta Jesus Cristo levando seu corpo físico de forma resoluta em direção ao suplício final sem nenhuma reclamação. Todavia, momentos antes ele ora pedindo que o Pai lhe livre daquela hora. A dor física certamente não o assustava. Jesus queria ser poupado de outro tipo de dor.
Jesus ora por coisas que ele sabe que não serão realizadas. Sua alma e espírito humano querem ser poupados da dor que o espera.

João 13:21 – “Tendo Jesus dito isto, angustiou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair”.

A angústia da alma evoluiu e alcançou o espírito. A hora final está chegando e o espírito humano de Jesus sabe exatamente o que vai acontecer no madeiro.
Seu espírito, desde seu primeiro dia de vida, nunca havia experimentado a separação do Pai. Mas na cruz isso iria acontecer: o espírito humano de Jesus iria ficar por três horas sem a companhia do Pai.
O Jesus Homem que a vida inteira estava sendo fundido ao Deus Filho, no momento final sentiu que tudo tinha dado errado. Na sua última hora, a Alma de Deus Filho se retirou do espírito do Jesus Homem, e na cruz, Jesus Homem experimentou a maior de todas as dores: a dor de achar que tudo havia se perdido, que todo seu trabalho havia sido em vão.
Da hora sexta até a hora nona – de meio dia às três da tarde houve trevas e todo o universo se preparou para o possível colapso. Se Cristo falhasse ali, tudo seria sugado para o caos.
Seria o fim de tudo que foi criado: o fim de todas as estrelas, de todos os planetas, de todos os anjos, de toda a humanidade, de todos os mundos criados.
Todo o universo parou para assistir o maior de todos os espetáculos já apresentados entre o céu e a terra.
Somente no segundo final, a Alma de Deus se reaproximou com muita força e rapidez e definitivamente se fundiu ao espírito do Jesus Homem.
Essa fusão foi no último segundo da sua vida. Finalmente, Jesus pode exclamar: “Está Consumado”. E estava mesmo! Deus e Homem agora eram uma pessoa só, fundida definitivamente para toda eternidade.
A morte de Jesus na temporalidade é a expressão daquilo que já havia sido feito de forma definitiva quando o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo.



Jesus possuía uma alma humana com desejos (vontades) humanas


8 Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.

9 E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;

Se Jesus nunca pecou, como então ele veio “aprender” a obediência?
Na medida que Jesus crescia, da mesma maneira que outras crianças cresciam, ele pôde ir assumindo cada vez mais responsabilidades. Na medida que envelhecia seus pais terrenos foram lhe impondo cada vez mais responsabilidades e todas elas eram assimiladas por Jesus.
Da mesma maneira o Pai celestial impunha cada vez mais tarefas para que Jesus as cumprisse. Dessa forma o caráter de Jesus foi sendo forjado em circunstâncias cada vez mais pesadas e difíceis. Enquanto passava por provações cada vez mais pesadas, sem cair em nenhuma delas a estrutura moral de Jesus foi sendo fortalecida por exercícios cada vez mais pesados.



Jesus venceu a tentação da riqueza e da indiferença


23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.

24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava.

25 E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão.

Na Galiléia o ministério de Jesus estava acontecendo de forma plena.

Mas quando ele volta para sua terra natal veja como ele é recebido.


54 E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?

55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?

56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?

57 E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.

58 E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.


Nos seus primeiros 30 anos Jesus levou uma vida tão normal, que em nenhum momento seus contemporâneos desconfiaram de que aquele carpinteiro era o próprio Deus encarnado.
Os que o conheciam desde a infância ficaram surpresos. Não entendiam como Jesus era capaz de ensinar e realizar milagres.
Afinal eles conheciam a Jesus. Jesus era um deles. Jesus era o filho do carpinteiro. Ele mesmo também era carpinteiro (Mc 6.3).
Nem mesmo seus irmãos acreditavam nele (Jo 7.5).
Jesus era tão plenamente humano que mesmo as pessoas que conviveram com Ele durante 30 anos, e mesmo seus irmãos que conviviam na mesma casa perceberam quem ele na verdade era.
Esse evento da vida de Jesus nos ensina no mínimo duas coisas:

1-    Esse evento mostra o autocontrole de Jesus, a ponto de não realizar nenhum milagre em benefício próprio. De nunca enriquecer sua própria família ou mesmo ressuscitar seu pai falecido.
Enriquecer usando a pregação da Palavra. Certamente essa foi uma atitude que Jesus não teve. E mais! É uma atitude que Ele condenaria.

2-    Jesus com suas atitudes nos ensina que se no lugar onde estamos nós não estamos sendo bem recebidos, devemos sair desse lugar e ser efetivos em outro.
Jesus saiu de Nazaré e foi tocar seu ministério na Galiléia.
Jesus quer que tenhamos o máximo de nosso rendimento. Se onde você está, você está se sentido preso, algemado, Se seu ministério não avança e o que você tem de feed back é somente perseguição... é hora de você repensar o lugar onde você está. Saia de Nazaré e vá para a Galiléia!


Jesus viveu de olho na Bíblia

Jesus amava as Escrituras e as leu até decorar tudo!
Em sua missão Ele replicou os grandes milagres da Bíblia que Ele leu.

Enquanto Israel caminhava pelo deserto Deus fez chover comida e mandou codornizes para servir de alimento para os peregrinos. Maná era uma espécie de pão. Codorniz era carne. Maná e codornizes fazem paralelo com peixe e pães multiplicados.
Ao replicar esse milagre, Jesus se posiciona como Moisés.

Enquanto Israel vivia um momento de terrível seca, a fome atingiu a todos. Foi nesse panorama que Deus usou o ministério de Elias e ressuscitou o filho da Viúva de Serepta.
Em seu ministério Jesus ressuscitou a filha de Jairo e o filho da Viúva de Naim. Ao replicar esse milagre Jesus se posicona como Elias.

Para que o povo de Israel fosse liberto do Egito, Deus abriu o Mar Vermelho.
Jesus caminhou sobre as águas do Mar da Gililéia.
O rio Jordão ao entrar no Mar da Galiléia não dispersa suas águas no lago: flui através de um delta sub-aquático.
O fluxo das águas aparecem mais escuros do que as águas que o rodeiam. Quando Jesus cruza o Mar da Galiléia andando sobre as águas, também estava cruzando o Jordão.

Na cultura judaica, acreditava-se que o diabo habitava o inferno que era um lugar de chamas.
Mas, segundo a crença judaica, o diabo possui uma segunda residência: O Mar.
Uma das visões mais evocativas do diabo é a figura do Leviatã, um monstro que habitava águas profundas.
Os antigos escritos descrevem as profundezas abissais como um lugar habitado pelo diabo. Quando Jesus anda sobre as águas do mar, esse fato é compreendido como Jesus pisoteando satanás ao andar sobre sua casa, as águas profundas do mar.


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M. e. César de Aguiar

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