domingo, 29 de março de 2015

LIVROS PARA O MÓDULO 1 - JANEIRO A JULHO DE 2015

Fizemos uma relação de livros para auxiliar os alunos no aprendizado das Escrituras.
Esses livros fazem parte do currículo de leitura obrigatória para o modulo 1 (periodo janeiro a julho de 2015).

Sugerimos que o aluno adquira o livro. Valorize o escritor cristão!
Enviamos um link para o deguste do livro em PDF.


Como ler Gênesis - Tremper Longman III


Você saberia responder com rapidez e facilidade as seguintes perguntas:  Qual a duração dos “dias” de Gênesis 1? O dilúvio foi universal? Quem são os “nefilins”? Por que alguns versículos dizem que os ismaelitas levaram José para o Egito, enquanto outros afirmam que foram os midianitas? Quem estava ao lado de Deus quando o próprio Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem”?  A lista podia ir longe o que nos leva a concluir que Gênesis não é um livro de fácil compreensão. Exige trabalho árduo tratar com seriedade este livro tão antigo e enigmático. 
Depois de ler esta obra os leitores cristãos modernos não mais lerão o livro de Gênesis com a sensação de que estão entrando num mundo estranho, difícil de entender. Embora tenha sido escrito eras atrás, numa língua que ninguém mais fala hoje em dia e numa cultura que é misteriosa para nós, Tremper Longman nos ajuda a entendê-lo, pois nos ensina Como Ler Gênesis.  
PDF DISPONÍVEL AQUI:

Maravilhosa graça - Philip Yancey 


Falamos da graça com freqüência, mas será que a entendemos? Será que realmente cremos nela? Em Maravilhosa graça, Philip Yancey discute por que os cristãos, chamados para espargir o aroma da graça, preferem emitir a fumaça cancerígena da ausência de graça. 
Para o autor, é preciso responder qual é a aparência de um cristão cheio de graça, em oposição à ausência de graça que “opera como um pano de fundo estático ao longo da vida das famílias, das nações e das instituições. Ela é, infelizmente, nosso estado humano natural!”. 
Em seu livro mais pessoal e provocativo, Yancey oferece retratos fortes e verdadeiros da vida sob a graça — o poder que transforma. Para os abismos resultantes da ausência de graça, há apenas um remédio do qual dependem o cristão e a igreja. Descubra como lidar graciosamente com questões controversas que ameaçam tudo aquilo que nós — cristãos — consideramos caro!
PDF DISPONÍVEL AQUI:

História de Israel no Antigo Testamento - Eugene H. Merrill
Tendo por objetivo um real conhecimento do passado de Israel no Antigo Testamento e comprovar a veracidade do relato bíblico, o autor reconstitui a história de Israel utilizando-se de textos bíblicos, documentos extrabíblicos e arqueológicos. Estudantes, pastores e leigos encontrarão em História de Israel no Antigo Testamento uma útil ferramenta de referência e uma admirável fonte de instrução.
 (VEJA COM O PROF. MARCOS QUAL SERÃO OS CAPÍTULOS ESTUDADOS NESSE MÓDULO)



PDF DISPONIVEL AQUI:


PAIXÃO PELAS ALMAS - OSWALD SMITH
“O livro Paixão pelas almas é o apelo mais poderoso em prol do reavivamento espiritual que já tive oportunidade de ler. Verdadeiramente, o Espírito de Deus guiou Oswald Smith na redação deste livro. Fosse eu milionário, poria em cada lar cristão um exemplar deste livro. Depois ficaria esperando, com plena confiança, um reavivamento que sacudiria finalmente o mundo todo.” (Jonathan Goforth)
“Parece que apenas uma vez em cada geração, Deus ergue um homem com tantos dons e talentos. Nenhum outro homem dos nossos dias está mais qualificado para escrever acerca da paixão pelas almas que Oswald Smith. Seus livros têm sido usados pelo Espírito Santo para gravar algo precioso, como com ferro em brasa, no mais profundo de minha alma, e têm exercido uma extraordinária influência sobre minha vida e meu ministério.” (Billy Graham)
PDF DISPONIVEL AQUI

César de Aguiar
teolovida@gmail.com

sexta-feira, 27 de março de 2015

TENTAÇÕES NO JARDIM




No livro de Gênesis o homem começa num jardim (1.26) e termina em um caixão (50.26).
Começa onde Deus colocou o homem e termina onde seus pecados o colaram. Começa com vida e termina com morte.
Ao comer o fruto proibido, o homem passou a sentir medo e vergonha. O homem ganhou um novo conhecimento:  passou a conhecer o sofrimento.
O certo e o errado passaram a ser percebidos de forma subjetiva. Cada um julga o que é o certo e o que é errado para si mesmo.
O homem é capaz de qualquer coisa para sentir prazer e evitar o sofrimento. A partir do momento da queda o homem passa viver em função de evitar a dor.
O homem conhecia o bem. Vivia uma vida plena e feliz.
 Após a queda o homem passou a conhecer a vergonha, a dor, o medo, o vazio.
Agora a humanidade sabia o que só Deus sabia: o que era o outro lado da moeda da felicidade.
O HOMEM PASSOU A CONHECER O BEM E O MAL.

O homem se afastou de Deus quando buscou seu próprio caminho. Mas Deus fez o caminho inverso. O homem foi criado para alcançar a glória. O Deus não criado, se esvaziou de sua glória. E sentiu na carne todo sofrimento para trazer o homem de volta.
Para buscar a si mesmo o homem se esvaziou da gloria de Deus. Para buscar o homem Deus se esvaziou de sua própria glória.
Para fugir do vazio o homem criou civilizações, filosofias e religiões. Na busca de preencher o vazio, o homem foi gradualmente perdendo toda sua ligação com Deus.
Só existe um caminho de volta: Jesus, o caminho, a verdade e a vida.

A entrada do Éden não foi FECHADA. Ela foi guardada.
Gênesis 3:24 – “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Quem encontra o caminho, a verdade e a vida volta para o Éden.

A vida e a morte estão atreladas à Palavra de Deus. Se ouvirmos, viveremos, se taparmos os ouvidos, morreremos.
“se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração!”


AS ÁRVORES DO JARDIM

Os textos que vamos ler primeiro trata das normas que Deus estabeleceu em relação às árvores do jardim.

Gênesis 2:9
E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Gênesis 2:16-17
 E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Existem 3 qualificações de árvores no jardim:

a- A árvore da vida
b- A árvore da ciência do bem e do mal
c- Todas as outras árvores.

Características que eram iguais em todas as árvores:

a- Agradáveis a vista
b- Boas para comida

Existiam 2 árvores que se distinguiam das demais:

1- A árvore da vida
Estava no meio do jardim
Conferia imortalidade
Poderia ser consumida livremente

2- A árvore da ciência do bem e do mal
O seu consumo era proibido por Deus
O seu consumo gerava a morte


ANALISANDO EVA

EVA JÁ ESTAVA CAÍDA, ANTES MESMO DE COMER O FRUTO.
Quando Eva foi tentada, veja o que ela respondeu:

Gênesis 3:1-3
Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

Problema na bússola.

A árvore que ficava no meio do jardim não era a Árvore da Ciência. No meio do jardim ficava a Árvore da Vida.Eva começou a confundir a geografia do jardim.
Porque?
PORQUE TUDO QUE VOCE QUER DESENFREADAMENTE SE TORNA O CENTRO DA SUA VIDA.
Toda vez que voce tira a ÁRVORE DA VIDA do centro da sua vida, voce está vivendo em pecado.

Jesus é a Árvore da Vida.

O SEU DESEJO SE TORNA O CENTRO, E VOCE PARA DE VER AS OUTRAS COISAS EM REDOR.

São as paixões desenfreadas!
 O outro se torna o centro da sua vida.
E hoje as musicas incentivam isso! Incentivam o desejo desenfreado, a paixão sem limite, a busca do prazer pela via dos sentidos.

O QUE ESTÁ NO CENTRO DA SUA VIDA?

Jesus quer que você volte para o centro da vontade de Deus.
Por isso em Apocalipse 2:7 Jesus devolve a árvore para seu devido lugar.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.

TOCAR NO FRUTO ERA PROIBIDO?

Eva disse que Deus tinha dito uma coisa que Deus não disse.
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: "Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais" (Gn 3.3).
“NEM NELE TOCAREIS”

Se você contar algo dizendo que foi alguém disse, e que na verdade essa pessoa não disse, o que voce está fazendo¿
CONTANDO MENTIRA.
ANTES DE EVA COMER DO FRUTO, EVA JÁ MENTIA.

Sabemos que um homem está caído quando ele começa a criar regras que deus não criou.
Eva já estava caída. Então ela criou mais uma regra: NÃO TOQUE.
Porque se ela tocasse ela comia.
Você consegue pensar naquelas igrejas legalistas  cheias de normas sem nenhuma base bíblica¿ É isso aí!
PRESÍDIOS SÃO CONSTRUIDOS PARA CRIMINOSOS.
OS FILHOS DE DEUS NASCERAM DE NOVO PARA SEREM LIVRES.

Esquecendo o propósito

A resposta de Eva à pergunta da serpente foi um desastre.
Ela confundiu a localização das árvores.
Ela disse algo que Deus não havia dito.
Ela não se lembrava da Palavra de Deus.
Eva não lembrava qual era a vontade de Deus para sua vida.
E isso significava confundir a VIDA com a MORTE.
Essa é a grande prova pela qual passamos todos os dias.
•  O QUE DEUS DISSE?
•  SERÁ QUE ISSO É A VONTADE DE DEUS?
•  SERÁ QUE ISSO É DE DEUS?
•  SERÁ QUE ISSO É PECADO?
•  QUAL É A VONTADE DE DEUS PARA MINHA VIDA?

Muitos sabem de cor a escalação do time para quem torce. Sabe configurar IPhone, Android e baixar filme na internet.
Mas poucos sabem a REAL VONTADE DE DEUS PARA SUA VIDA.
QUANDO NÃO CONHECEMOS A PALAVRA DE DEUS, É IMPOSSÍVEL VIVER UMA VIDA VITORIOSA.
É IMPOSSÍVEL VIVER UMA VIDA FELIZ.

Não confunda felicidade cristã com euforia em dia de show gospel!
Avivamento não é Festival Promessas da televisão.
Avivamento não é estádio lotado em culto de pregador famoso.
Felicidade cristã é paz em meio às tempestades da vida.
O salmo 23 não diz “nada me faltará”, até porque seria uma mentira dizer que não sentimos falta de nada.
O original diz: “o senhor é meu pastor e Ele não me falta”.

Me faltam coisas. Mas não me falta Deus.

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César de Aguiar
teolovida@gmail.com

quinta-feira, 26 de março de 2015

A FESTA DE BABETTE: UMA HISTÓRIA


Karen Blixen, dinamarquesa de nascimento, casou-se com um barão e passou os anos de 1914-31 administrando uma plantação de café na África Britânica, no Leste (seu livro Out of Africa fala daqueles anos). Depois de um divórcio, ela voltou à Dinamarca e começou a escrever em inglês com o pseudônimo Isak Dinesen. Uma de suas histórias, "A festa de Babette",1 tornou-se um clássico respeitado depois de ser transformado em filme na década de 80.
Dinesen situou sua história na Noruega, mas os cineastas dinamar­queses mudaram o local para uma pobre aldeia de pescadores no litoral da Dinamarca, uma localidade de ruas lamacentas e cabanas cobertas de palha. Neste ambiente triste, um ministro de barbas brancas liderava um grupo de crentes de uma austera seita luterana.
Os poucos prazeres mundanos que pudessem tentar um camponês em Norre Vosburg eram condenados por essa seita. Todos usavam roupas pretas. Sua alimentação consistia em bacalhau cozido e uma papa feita de pão escaldado em água enriquecida com um borrifo de cerveja. Aos sábados, o grupo se reunia e cantava hinos a respeito de "Jerusalém, meu lar feliz, nome sempre querido para mim". Eles haviam direcionado suas bússolas para a Nova Jerusalém, e a vida na terra era apenas tolerada como um meio de chegar lá.
O velho pastor, um viúvo, tinha duas filhas adolescentes: Martine, chamada assim por causa de Martinho Lutero, e Philippa, por causa do discípulo de Lutero, Philip Melanchton. Os habitantes da vila costumavam ir à igreja apenas para deliciar seus olhos olhando para as duas, cuja radiante beleza não podia ser ocultada, apesar dos melhores esforços das duas irmãs.
Martine captou os olhares de um jovem e arrojado oficial da cavalaria. Quando ela, obstinadamente, resistiu às suas investidas — afinal, quem cuidaria de seu velho pai? — ele foi embora para se casar com uma dama de companhia da rainha Sofia.
Além de ser muito bela, Philippa também possuía a voz de um rouxinol. Quando ela cantava a respeito de Jerusalém, visões reluzentes da cidade celestial pareciam surgir. E aconteceu que Philippa conheceu o mais famoso cantor de ópera daquele tempo, o francês Achille Papin, que estava passando uns dias no litoral por causa da saúde. Enquanto caminhava pelos poeirentos caminhos de uma cidade atrasada, Papin ouviu, para sua grande admiração, uma voz digna da Grand Opera de Paris.
"Deixe-me ensiná-la a cantar de maneira certa", ele insistiu com Philippa, "e toda a França vai cair a seus pés. A realeza vai fazer fila para conhecê-la, e você vai andar de carruagem puxada por cavalos para jantar no magnífico Café Anglais ". Lisonjeada, Philippa consentiu em tomar algumas lições, mas apenas algumas. Cantar a respeito do amor fê-la ficar nervosa, a agitação dentro dela a perturbou mais ainda e, quando uma ária de Don Giovanni acabou com ela sendo enlaçada pelos braços de Papin, os lábios dele roçando os seus, ela soube, sem a menor sombra de dúvida, que estes novos prazeres tinham de ser abandonados. Seu pai escreveu um bilhete desisitindo de todas as futuras lições, e Achille Papin voltou a Paris, tão triste como se tivesse perdido um bilhete de loteria premiado.
Passaram-se quinze anos, e muita coisa mudou na vila. As duas irmãs, agora solteironas de meia-idade, tentaram continuar com a missão do falecido pai, mas, sem a sua séria liderança, a seita estilhaçou-se. Um irmão tinha queixas de outro por causa de algum negócio. Espalharam-se boatos de que havia um caso de sexo ilícito há trinta e dois anos envolvendo duas pessoas da comunidade. Duas velhas senhoras não se falavam há uma década. Embora a seita ainda se reunisse aos domingos e cantasse velhos hinos, apenas um punhado de pessoas se davam ao trabalho de ir, e a música havia perdido o seu entusiasmo. Apesar de todos esses problemas, as duas filhas do ministro continuaram fiéis, organizando os cultos e escaldando pão para os anciãos desdentados da vila.
Uma noite, chuvosa demais para que alguém se aventurasse pelas ruas lamacentas, as irmãs ouviram fortes batidas na porta. Quando a abriram, uma mulher caiu desmaiada. Elas a reanimaram e descobriram que não falava dinamarquês. Ela lhes entregou uma carta de Achille Papin. Ao ver aquele nome Philippa enrubesceu, e sua mão tremia enquanto ela lia a carta de apresentação. O nome da mulher era Babette. Ela havia perdido o marido e filho durante a guerra civil na França. Com a vida em perigo, tivera de fugir, e Papin lhe arranjara uma passagem em um navio com esperança de que essa aldeia lhe demonstrasse misericórdia. "Babette sabe cozinhar", dizia a carta.
As irmãs não tinham dinheiro para pagar Babette e, antes de mais nada, não sabiam se deviam ter uma empregada. Desconfiaram de sua arte — os franceses não comiam cavalos e rãs? Mas, por meio de gestos e rogos, Babette amoleceu o coração delas. Ela poderia fazer alguns serviços em troca de quarto e comida.
Durante os doze anos seguintes Babette trabalhou para as irmãs. A primeira vez que Martine mostrou-lhe como cortar um bacalhau e cozinhar a papa, as sobrancelhas de Babette se elevaram e o seu nariz enrugou um pouco, mas nunca questionou suas tarefas. Ela alimentava os pobres na cidade e assumiu todas as tarefas domésticas. Até ajudava nos cultos de domingo. Todos tinham de concordar que Babette trouxe nova vida à estagnada comunidade.
Uma vez que Babette nunca se referia ao seu passado na França, foi uma grande surpresa para Martine e Philippa quando, um dia, depois de doze anos, ela recebeu a primeira carta. Babette a leu, viu as irmãs de olhos arregalados e anunciou de maneira natural que uma coisa maravilhosa lhe havia acontecido. Todos os anos um amigo em Paris renovava o número de Babette na loteria francesa. Nesse ano, o seu bilhete fora premiado. Dez mil francos!
As irmãs apertaram a mão de Babette, parabenizando-a, mas lá no fundo seus corações desfaleceram. Sabiam que logo ela iria embora.
A sorte grande de Babette na loteria coincidiu com o momento em que as irmãs estavam discutindo sobre a celebração de uma festa em homenagem ao centenário do nascimento de seu pai. Babette lhes fez um pedido. Disse que em doze anos nunca lhes pedira nada. Elas assentiram. "Agora, porém, tenho um pedido: Gostaria de preparar uma refeição para o culto de aniversário. Quero cozinhar uma verdadeira refeição francesa."
Embora as irmãs tivessem sérias dúvidas a respeito desse plano, Babette, sem nenhuma sombra de dúvida, estava certa de que nunca havia pedido nenhum favor em doze anos. Que escolha elas tinham a não ser concordar?
Quando o dinheiro chegou da França, Babette fez uma rápida viagem para providenciar os arranjos para o jantar. Nas semanas que se seguiram à sua volta, os habitantes de Norre Vosburg foram surpreendidos com a visão de vários barcos ancorados descarregando provisões para a cozinha de Babette. Trabalhadores empurravam carrinhos de mão cheios de gaiolas com pequenas aves. Caixas de champanhe — champagne! — e vinho logo se seguiram. A cabeça inteira de uma vaca, vegetais frescos, trufas, faisões, presunto, estranhas criaturas que viviam no mar, uma imensa tartaruga ainda viva mexendo a cabeça como a de uma cobra de um lado para o outro — tudo isso acabava na cozinha das irmãs agora firmemente dirigida por Babette.
Martine e Philippa, alarmadas com os preparativos que mais pareciam de bruxa, explicavam a embaraçosa situação aos membros da seita, agora apenas onze pessoas, velhas e grisalhas. Todas manifestavam simpatia com elas. Depois de alguma discussão concordaram em comer a refeição francesa, refreando os comentários para que Babette não entendesse mal. Línguas haviam sido feitas para louvor e ação de graças, e não para satisfazer gostos exóticos.
Nevava no dia 15 de dezembro, o dia do jantar, iluminando a aldeia obscura com um brilho branco. As irmãs ficaram satisfeitas ao saber que um hóspede inesperado se juntaria a elas: a senhora Loewenhielm, de noventa anos de idade, estaria acompanhada de seu sobrinho, o oficial de cavalaria que havia cortejado Martine tempos atrás, e agora era general no palácio real.
Babette havia conseguido emprestadas louças e cristais suficientes, e havia enfeitado o recinto com velas e coníferas. A mesa estava linda. Quando a refeição começou todos os habitantes da aldeia se lembraram de seu pacto e ficaram mudos, como tartarugas ao redor de um lago. Apenas o general comentou a comida e a bebida. "Amontillado!", ele exclamou quando levantou o primeiro copo. "É o mais fino Amontillado que já provei." Quando experimentou a primeira colherada de sopa, o general poderia jurar que era sopa de tartaruga, mas como se acharia tal coisa no litoral da Jutlândia?
"Incrível!", disse o general quando experimentou o próximo prato. "É Blinis Demidoff!" Todos os outros convivas, as faces franzidas por profundas rugas, estavam comendo as mesmas delicadezas raras sem nenhuma expressão ou comentários. Quando o general entusiasmado elogiou o champanhe, um Veuve Cliquot 1860, Babette ordenou ao seu ajudante de cozinha que mantivesse o copo do general cheio o tempo todo. Apenas ele parecia apreciar o que estava diante dele.
Embora ninguém mais falasse a respeito da comida ou da bebida, gradualmente o banquete operou um efeito mágico sobre os habitantes da aldeia. O seu sangue esquentou. Suas línguas se soltaram. Eles falaram dos velhos dias quando o pastor estava vivo e do Natal em que a baía congelou. O irmão que havia enganado o outro nos negócios finalmente confessou, e as duas mulheres que tinham uma rixa acabaram conversando. Uma mulher arrotou, e o irmão ao seu lado disse sem pensar: "Aleluia!".
O general, entretanto, não conseguia falar de nada além da comida. Quando o ajudante da cozinha trouxe o coup de grâce, codornizes preparadas em Sarcophage, o general exclamou que vira tal prato apenas em um lugar na Europa, no famoso Café Anglais em Paris, o restaurante que já fora célebre por ter uma mulher como chefe-de-cozinha.
Cheio de vinho, o apetite satisfeito, incapaz de se conter, o general levantou-se para fazer um discurso. "A misericórdia e a verdade, meus amigos, se encontraram", ele começou. "A justiça e a bem-aventurança se beijaram." E, então, o general fez uma pausa, "pois — conforme comenta Isak Dinesen — ele tinha o hábito de fazer os seus discursos com cuidado, consciente do seu propósito, mas aqui, no meio da simples congregação do pastor, foi como se toda a figura do General Loewenhielm, com seu peito coberto de condecorações, fosse porta-voz de uma mensagem que tinha de ser transmitida". A mensagem do general era graça.
Embora os irmãos e as irmãs da seita não compreendessem totalmente o discurso do general, naquele momento "as vãs ilusões desta terra se dissolveram diante de seus olhos como fumaça, e eles viram o universo como ele realmente era". O pequeno grupo se desfez e saiu para uma cidade coberta de neve brilhante sob um céu recoberto de estrelas.
A "Festa de Babette" termina com duas cenas. Lá fora, os velhos se dão as mãos ao redor da fonte e cantam entusiasmados os velhos hinos da fé. É uma cena de comunhão: a festa de Babette abriu o portão e a graça entrou silenciosamente. Eles sentiram, acrescenta Isak Dinesen, "como se realmente tivessem os seus pecados lavados e tornados brancos como a lã, e nessas vestes inocentes recuperadas faziam brincadeiras como cordeirinhos travessos".
A cena final acontece lá dentro, na bagunça de uma cozinha cheia até o teto de louça para lavar, panelas engorduradas, conchas, carapaças, ossos cartilaginosos, engradados quebrados, cascas de vegetais e garrafas vazias. Babette senta-se no meio da bagunça, parecendo tão desgastada quanto na noite em que chegara doze anos antes. Subitamente, as irmãs percebem que, de acordo com o seu voto, ninguém havia falado com Babette a respeito do jantar.
—  Foi um jantar e tanto, Babette — Martine diz para começar. Babette parece distante. Depois de um minuto ela responde: — Eu era a cozinheira do Café Anglais.
—Todos nós vamos-nos lembrar desta noite quando você tiver voltado para Paris, Babette — Martine acrescenta, como se não a tivesse ouvido.
Babette lhes diz que não vai voltar para Paris. Todos os seus amigos e parentes ali foram mortos ou feitos prisioneiros. E, naturalmente, seria muito caro voltar para Paris.
—  Mas e os dez mil francos? — as irmãs perguntam.
Então Babette deixa cair a bomba. Ela havia gasto tudo, cada franco dos dez mil que ganhara, na comida que haviam acabado de devorar. — Não se assustem — ela lhes diz. — É isso que um jantar adequado para doze custa no Café Anglais.
No discurso do general, Isak Dinesen não deixa dúvidas de que ela escreveu "A Festa de Babette" não apenas como uma história a respeito de uma excelente refeição, mas como uma parábola da graça: um presente que custa tudo para o doador e nada para o que recebeu. Isto é o que o General Loewenhielm disse aos carrancudos paroquianos reunidos ao redor da mesa de Babette:
Todos nós fomos informados de que a graça deve ser buscada no universo. Mas em nossa loucura humana e nossa visão reduzida imaginamos que a graça divina seja finita... Porém, chega o momento em que nossos olhos são abertos, e vemos e entendemos que a graça é infinita. A graça, meus amigos, não exige nada de nós a não ser que a aguardemos com confiança e a reconheçamos com gratidão.

Doze anos antes, Babette aparecera entre aquelas pessoas desprovidas de graça. Discípulas de Lutero, ouviam sermões a respeito da graça quase todos os domingos e no restante da semana tentavam obter o favor de Deus com a sua piedade e renúncia. A graça veio a elas na forma de uma festa, a festa de Babette, uma refeição desperdiçando uma vida inteira sobre aqueles que não a haviam merecido, que mal possuíam a faculdade de recebê-la. A graça veio a Norre Vosburg como sempre vem: livre de pagamento, sem cordas amarradas, como oferta da casa.

Retirado do Livro Maravilhosa Graça, de Philip Yancey.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A SERPENTE DO PARAÍSO


Gênesis 3:1 – “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?”

RESPOSTA A DUAS PERGUNTAS BÁSICAS.

·         Quem criou satanás¿

NINGUÉM. Deus criou um querubim, este se rebelou e se tornou satanás (Ez 28.14).

·         Sabendo a possibilidade do pecado, porque Deus fez criaturas com a capacidade de escolher entre o bem e o mal¿ 
      Porque Deus não se relaciona com máquinas. Deus se relaciona com seres livres.

O TEMPO - ETERNIDADE É AUSÊNCIA DO TEMPO
Os anjos foram criados imortais na eternidade, fora do tempo.
O tempo é uma propriedade desse nosso universo.

O TEMPO PARA O DIABO
Não podemos afirmar com precisão quantos anjos seguiram a Lúcifer em sua rebelião, mas Apocalipse 5:11  diz -  “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares”.
Diz que existem milhões de milhões de anjos. Se considerarmos que um terço (Ap 12.4) seguiu a Lúcifer, podemos quantificar o exército de satanás em centenas de milhões de anjos caídos.
Quando os anjos se rebelaram, O MAIOR CASTIGO para os rebeldes foi serem banidos da eternidade para o tempo.
Por isso a Bíblia diz que para o diabo existe pouco tempo.
Existe um tempo determinado para o diabo embora ele continue imortal.
O castigo final de Satanás será efetuado na eternidade.
Ele viveu a glória na eternidade. Foi banido para o tempo para sentir na pele o que é ver os ponteiros do relógio correrem contra ele.
Finalmente, envergonhado e humilhado será encaminhado novamente para a eternidade de castigo.
Tudo indica que antes da queda, satanás tinha a posição de receber os louvores e encaminha-los a Deus. Após sua queda satanás nunca mais cantou. E na sua eternidade de condenação a única coisa que ele fará será gemer.
Lucifer recebia e os louvores dirigidos a Deus, e tinha a função de transporta-los ao Criador. Porém no meio do caminho Lucifer roubava uma parte dos louvores para si mesmo.
O que Lucifer fazia não é nada muito diferente do que muitos que estão em altares fazem. No processo de louvar a Deus, ficam com um pouco de gloria para si mesmos.

O TEMPO PARA O HOMEM
Deus criou o homem mortal, e dentro do tempo. Quando satanás viu o homem e a mulher serem criados, ele ficou muito perplexo!
Era de longe a criação mais estranha que Deus já havia feito.
O homem possuía a capacidade de se relacionar com o Criador, capacidade esta que nenhum outro anjo possuía. Nem mesmo ele!
A partir desse momento, o momento da criação, o homem passou a ser a maior obsessão de satanás. O diabo faria qualquer coisa para derrubar a coroa da criação de Deus.
E existia algo mais em relação ao homem e a mulher, que os tornava absolutamente diferenciados dos anjos:
O HOMEM E A MULHER PODIAM SE REPRODUZIR.
Não eram como os anjos que tinham criação direta de Deus.
E havia algo mais assustador ainda.
E era o que deixava satanás cheio de vontade de destruir o homem:
TODOS OS ESPÍRITOS QUE FORAM GERADOS EM DEUS INDIVIDUALMENTE, ESTAVAM DENTRO DE ADÃO. TODOS!
Como o homem era temporal e mortal, satanás pensou que a desobediência de comer o fruto proibido seria o fim de toda a humanidade.
Mas satanás julgava Deus a partir de si mesmo. Ele havia se tornado mal e pensava que Deus também seria.
Deus poderia decidir ser mal, mas Deus sempre decide ser bom.

BONDADE E MISERICÓRDIA SÃO ATRIBUTOS DO CARÁTER DE DEUS.
SATANAS NÃO CONTAVA COM A GRAÇA DE DEUS.

A CABEÇA DA SERPENTE – PELO LADO DE DENTRO
Na cabeça de satanás, o homem existe para substitui-lo.
E ELE PENSOU CERTO.
Afinal antes do homem existir, Lucifer era o grande adorador de Deus nos céus.
Quando Lucifer se rebelou contra Deus, o conceito de justiça de Deus ainda não havia se manifestado.
Até o momento do pecado de Lucifer nunca havia acontecido qualquer tipo de rebelião no universo.
Lucifer conhecia muitos atributos de Deus. Conhecia o poder e a santidade de Deus.
Mas na sua cabeça, o conceito de justiça que gera a ira de Deus simplesmente não existia.
Afinal, a justiça e a ira de Deus nunca precisou ser colocada em demonstração.
Lúcifer não imaginava até onde Deus iria para vingar sua honra.
Quando satanás experimentou o cálice da ira de Deus, ele foi apresentado a um Deus que ele ainda não conhecia.
A partir de então, Satanás não tinha mais nada a perder. Seu foco agora era destruir a criação de Deus e atrair mais anjos para sua rebelião.
Quando o diabo deita seus olhos sobre o homem, seu ódio contra Deus se manifestou contra sua maior criação.
O DIABO TE ODEIA PORQUE EM PRIMEIRO LUGAR ELE ODEIA A DEUS.
TUDO QUE ELE FAZ CONTRA VOCE É PARA ATINGIR A DEUS.
É POR ISSO QUE DEUS BATALHA A SEU FAVOR.
AO TE DEFENDER, DEUS ESTA PRESERVANDO EM PRIMEIRO LUGAR A SUA PRÓPRIA HONRA.
O plano de satanás era o seguinte: - “Eu não posso destruir o homem. Mas eu posso induzir o homem ao erro e isso vai fazer com que Deus seja obrigado a destruir a sua criação. O mesmo que Deus fez comigo, Deus vai fazer com o homem.”
Mas havia algo que satanás não sabia, e que a Biblia chama de mistério:

O PLANO MISTERIOSO DE DEUS
Efésios 3:9-11
E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,

Antes da rebelião de Lúcifer, antes da criação do universo, a Trindade Santa se reuniu numa assembleia secreta. E lá decidiram todas as coisas. Quando chegaram ao assunto: O HOMEM VAI PECAR, a conversa foi mais ou menos assim. (É bom que se ressalte que não existe menção dessa reunião nas Escrituras. O texto a seguir é uma dramatização. Que se equilibra com os textos sagrados).
PAI: vamos criar o homem conforme nossa imagem e semelhança, para nossa glória.
FILHO: mas o homem vai se rebelar contra nós, desobedecendo nossa ordem estabelecida. O universo vai entrar em colapso e tudo vai ser sugado pela condenação eterna.
ESPIRITO: Um ser criado pode cometer um erro, mas não há nada que ele possa fazer para consertar esse erro. As consequências do erro do homem serão aplicada por toda a eternidade. Não há nada que o homem possa fazer para resolver esse problema! Somente um de nós pode reverter as consequências da desobediência do homem. Para sustentarmos o paradoxo do universo, um de nós terá que se sacrificar.

A pergunta que ressoa no céu é essa:
A QUEM ENVIAREI? E QUEM HÁ DE IR POR NÓS?

Nessa hora é que se ouviu a voz do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo.
FILHO: Eis-me aqui, envia a Mim.

Dessa feita a primeira coisa que Deus criou para esse nosso universo foi a Cruz.
A primeira fala não foi HAJA LUZ.
A primeira fala foi HAJA CRUZ.

E porque houve cruz, todas as demais coisas valeriam a pena serem criadas.

O PLANO DA SERPENTE
O princípio teológico usado por satanás é perfeito: “- Deus é santo e seu caráter não admite o pecado. O homem peca, a ira de Deus se ascende contra o homem e Deus será obrigado a destruir aquele que criou para me substituir.”
E satanás nunca vai mudar de estratégia.
O rei Balaque procurou Balaão para que este profetizasse contra Israel. Balaão respondeu a Balaque que isso era impossível porque Israel era o povo escolhido do Senhor. Mas Balaque instigou Balaão e deu a ele muitos presentes. Balão disse a Balaque: - Amaldiçoar não tem jeito! Mas nós podemos colocar entre os israelitas algumas mulheres. Eles vão se unir a elas, elas vão ensinar costumes errados a eles. Eles vão adorar outros deuses e o Senhor do céu os destruirá.
Satanás sabe que não pode destruir você. Então quer jogar você contra Deus. Quer que você peque contra Deus para que Deus te destrua.

Quando o homem pecou aconteceu algo que satanás não conhecia.
Manifestou-se a graça de Deus.
Deus chamou o homem do tempo para a eternidade.
Satanás havia sido criado na eternidade e banido para o tempo.
O homem foi criado no tempo e chamado para a eternidade.

A SENTENÇA DAS SERPENTES
Sim. No plural.
Gênesis 3:14
Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

A serpente física recebeu a punição de rastejar sobre o próprio ventre e ser famosa como o animal mais maldito de todos da face da terra.
“maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás” Gn 3.14
A serpente física, a cobra recebeu um castigo dentro do tempo. E será restaurada.
Isaías 11:8-9
A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora.
Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar.

A serpente espiritual, satanás, recebeu o castigo para a eternidade.
A Serpente que se chama diabo recebeu a maldição de comer pó. Sabemos que se trata de satanás porque cobra não come pó. Tudo que cobra come tem gosto de pó, mas não é pó.
Deus disse a Adão: “tu és pó” (Gn 3.19)

O DIABO SE ALIMENTA DAS OBRAS DA NOSSA CARNE.
O DIABO SÓ É FORTE QUANDO É BEM ALIMENTADO.
O DIABO NÃO TERIA FORÇA NA SUA VIDA
SE VOCE NÃO O ESTIVESSE ALIMENTANDO.


p. s.: a leitura dos textos bíblicos de Isaías 14 e Ezequiel 28, são de muito ajuda para entender esse material.

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César de Aguiar
teolovida@gmail.com

domingo, 22 de março de 2015

A ÁRVORE DOS DESEJOS


Gênesis 2:15-17

15 E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

16 E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,

17 Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.



Eva não desejava o mal. Eva desejava o bem.

Mas o mal vinha junto. Já constava do manual de instrução de uso da A ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL.

• Ninguém quer morrer de câncer de pulmão.
Mas quer o prazer de fumar

• Ninguém quer ser um dependente químico.
Mas quer o prazer de usar as drogas.

Ninguém gosta das consequências dos atos irresponsáveis que praticam.

TODOS QUEREM APENAS O QUE HÁ DE BOM NO MAL.

DEUS É DOADOR

No Jardim do Éden tinha uma árvore de caráter privativo. Porque Deus pôs essa árvore no jardim?

Deus é doador! A essência de Deus não é privadora.

Então, porque a árvore existia ali?

Antes de respondermos a essa pergunta, devemos atentar a alguns esclarecimentos.


PRECISAMOS ENTENDER QUEM É O HOMEM!

NÓS SOMOS UMA ALMA HABITADA POR 2 CORPOS.

O corpo físico é preenchido pela alma. A alma é preenchida pelo espírito.

Mas o espírito do homem é vazio de uma personalidade humana.

O espirito tem necessidade de ser cheio de personalidade. Mas a personalidade humana não tem a capacidade de encher o espírito.
Somente Deus pode encher o espírito do homem. Daí a necessidade do homem viver cheio do Espírito Santo.

O mal do homem é não saber em que parte se encontra o seu vazio existencial.

Essa ignorância levam as pessoas a procurarem preencher o corpo e preencher a alma.

Ignoram o espírito!

Logo o Espírito, que é a parte mais nobre do homem.

É NO ESPÍRITO DO HOMEM QUE DEUS IMPRIME SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.
SER IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS É EVOLUIR EM DIREÇÃO AO CRIADOR.

O homem tenta preencher o vazio do espírito satisfazendo o desejo da carne.

Sabe como satisfazer os desejos da carne?
Vá em uma loja de roupas, sapatos, jóias...
Academia, cirurgia estética.
  
Quando os desejos do corpo são satisfeitos, descobrem que aquilo não foi suficiente.
Então essa pessoa, de forma inteligente desconfia:

ESSE VAZIO NÃO DEVE SER NO CORPO, DEVE SER NA ALMA.
Com essa conclusão a pessoa corre atrás de desenvolver o intelecto.

E estudam, fazem cursos e leem muitos livros.

E estudam e desenvolve o intelecto. 
MAS LOGO PERCEBEM QUE CONTINUAM VAZIOS.

A verdade é que o homem é um NECESSITADO ABSOLUTO.

Deus criou o homem assim: NECESSITADO.

DEUS CRIOU O HOMEM COM O DESEJO DE RECEBER.

O HOMEM É RECEBEDOR ABSOLUTO.

Ele quer receber no corpo, quer receber na alma.

Mas a parte principal o homem ignora.

A MAIORIA DAS PESSOAS NEM SABEM O QUE É O ESPÍRITO!

E por isso continuam vazios.
SÃO RICAS E SÃO CULTAS.
MAS CONTINUAM INFELIZES.

Por isso que é possível entrar na casa de um rico cheio de diplomas e perceber que ali não existe paz. E entrar na casa de um pobre semi-analfabeto, e perceber que a casa dele é cheia de felicidade.

O HOMEM É RECEBEDOR ABSOLUTO. E DEUS É DOADOR ABSOLUTO.
Uma equação perfeita!

Deus só é plenamente satisfeito quando está doando. E o homem só é plenamente satisfeito quando está recebendo.

Olhe para a terra primitiva! Deus deu ao homem toda a gerência da terra e disse a ele: “coloque nome em tudo. Tudo que o homem nomeou passou a ser do homem”.

Mas esses dois seres humanos conseguiram transgredir a única ordem proibitiva que lhes fora dada.

Deus deu tudo ao homem, exceto o fruto de 1 árvore.

AÍ ESTÁ A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR.

PORQUE DEUS COLOCOU ESSA ÁRVORE NO JARDIM?

Para que houvesse verdadeiro arbítrio.

Não teríamos arbítrio se aquela árvore não estivesse ali. Seriamos condicionados ao bem.
Uma espécie de seres programados, robotizados.

 Para que houvesse arbítrio, Deus teria que colocar pelo menos 1 coisa que dissesse ao homem: "EU NÃO QUERO TE AGRADAR".

Arbítrio é escolha.
DEUS NÃO QUER SER 1 ENTRE AS MUITAS ESCOLHAS DO HOMEM. DEUS QUER SER A ÚNICA ESCOLHA DO HOMEM.
DEUS NÃO ESTÁ ATRAS DE ADORAÇÃO. ADORAÇÃO ELE TEM A VONTADE.
DEUS PROCURA ADORADORES.

A árvore do conhecimento do bem e do mal fala do caráter puro e verdadeiro de Deus.

Caráter que Deus desejou emanar ao homem, colocando diante dele um elemento regulador para seu próprio caráter.

Deus pode fazer qualquer coisa?
SIM.

Mas Deus faz qualquer coisa?
NÃO.

Deus também faz escolhas. Em certo sentido Deus também tem uma árvore da conhecimento do bem e do mal.

DEUS PODE MENTIR. MAS DEUS NÃO MENTE.

MAS O HOMEM MENTE. E AGE ASSIM PORQUE ESCOLHEU MENTIR.

Ocultos na alma do homem existem 613 desejos.

365 PROIBITIVOS
248 PRESCRITIVOS

Por isso desejamos coisas que nem conhecemos, porque o desejo já está em nós.

Entre os 613 desejos existe um desejo divino. Um ponto divino no coração do homem.

O trabalho do Espirito Santo é auxiliar o homem a convergir os 612 desejos humanos ao desejo pela Eternidade.

Eclesiastes 3:11 – “Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez”.

Cada desejo humano representa 1 ídolo. Esses altares erigidos a outros deuses devem ser derrubados. E todos os 612 desejos devem ser convergidos ao desejo pelo Criador.

Qual desejo que o Criador colocou no coração do homem e que é despertado pelo novo nascimento?

Êxodo 20:3 – “Não terás outros deuses diante de mim’’.

É O PRIMEIRO MANDAMENTO DA TORÁ.


SATANÁS AGIU SOBRE O DESEJO DO HOMEM

Satanás distorceu a imagem de Deus e apresentou a Eva um Deus privador.

Ele está dizendo a Eva que por pura maldade Deus não dava a ela aquilo que ela mais desejava.

A serpente sugere que Deus guardava o fruto do conhecimento com ciúmes, porque, segundo a sugestão da serpente, o fruto é a chave para uma espécie de prazer superior.

Sabe porque muitas pessoas não estão na presença de Deus agora? É porque essas pessoas estão caindo na mesma antiga estratégia de satanás.

Satanás diz: Deus é privador.

Se eu for para a igreja eu não poderei mais ir nas festas, vou perder meus amigos...

não pode, não pode...
Satanas apresenta um Deus que priva.

Deus não te priva de amigos. Deus quer que voce tenha os melhores amigos.

Deus não te priva de festas. Ele quer inclusive te inserir nas melhores festas. Afinal, ninguém é mais festeiro do que Deus. No calendário judaico, a festa que dura menos tempo, dura 15 dias.

 Quando Adão foi tentado por Eva, ele poderia ter dito não.
A mulher disse a Adão:
- Adão, eu estou conversando com a serpente aqui no jardim! 
E ela me contou que Deus mentiu pra nós.
Ela me disse que quando comermos do fruto, nós seremos como Deus, sabendo o bem e o mal. E não morreremos.

Adao poderia ter dito:
- Eu prefiro crer em Deus do que na serpente.
Deus me disse: "- morrerás".

Era responsabilidade de Adão ser gerente de todas as coisas no jardim.

Será que Adão ensinou mal, ou será que Eva entendeu mal?

A RESPONSABILIDADE PELO PECADO É DOS DOIS.
MAS PRINCIPALMENTE DE ADÃO.

DE ADÃO, POR NÃO SER MAIS AUSTERO EM RELAÇÃO A VONTADE DE DEUS.

 DE EVA, PORQUE EM FUNÇÃO DO SEU DESEJO ELA CONTINUOU A OUVIR,
MAS ENTENDIA APENAS O QUE QUERIA ENTENDER.

A nossa alma é descontrolada.

A alma é formada de razão, emoção e vontade.

Nossa alma não tem muito senso de valoração de eventos:

Assistimos um filme romântico e aparece uma cena muito emocionante. Aí vem aquela musiquinha triste. Nos emocionamos e choramos.
 No domingo seguinte estamos na igreja e é ceia do senhor. O pregador anuncia a história de Cristo crucificado. Narra o sofrimento da cruz, e nós não choramos.

A alma não tem senso de perigo:

Por isso existe paixão pela pessoa errada. E se sofre por amor não correspondido.

O diabo fez um trabalho de sedução em Eva. Envolvendo todas as suas prerrogativas.

Gênesis 3:6
 E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer (DESEJO DO CORPO), e agradável aos olhos (DESEJO DA MENTE – EMOÇÃO - ALMA), e árvore desejável para dar entendimento (DESEJO DO INTELECTO – RAZÃO - ALMA); tomou do seu fruto, e comeu (A PARTE DA ALMA RESPONSAVEL PELA DECISÃO CEDEU E POR ISSO O ESPÍRITO MORREU), e deu também a seu marido (O PROXIMO PASSO DO DIABO É FAZER DA PESSOA UM EMPREGADO DELE – UM MISSIONÁRIO), e ele comeu com ela.

O CORPO E A ALMA PECARAM, MAS QUEM PRIMEIRO PAGOU O PREÇO FOI O ESPÍRITO. O ESPÍRITO DO HOMEM MORREU NA HORA QUE O CORPO DO HOMEM COMEU O FRUTO. A DECISÃO ERRADA DA ALMA E A AÇÃO NO CORPO OCASIONOU O ASSASSINATO DO ESPÍRITO.

Vontade de aventurar-se pelo desconhecido.

Eva estava dominada pela maior força existente dentro de nós.

O DESEJO.

O DESEJO É COMO O VENTO PARA O BARCO A VELA, OU COMO O COMBUSTÍVEL PARA O CARRO.
NÃO FUNCIONAMOS SEM O DESEJO.

A FORÇA DE UM CARRO É MEDIDA POR CAVALOS DE POTÊNCIA.
NÓS SOMOS UM MOTOR MOVIDOS A 613 CAVALOS. 613 DESEJOS. 

O diabo está dizendo à Eva:
Voce quer comer?
Voce deseja esse fruto?

De onde vem esse desejo?
Qual é a origem desse desejo?
Quem colocou esse desejo em voce?

FOI DEUS QUE TE CRIOU! ENTÃO FOI O PROPRIO DEUS QUE COLOCOU ESSE DESEJO AÍ!
E o Diabo não está contando uma mentira absurda. Está contando uma meia verdade!
Mas uma meia verdade é uma mentira 100 %.

O diabo está criando uma contradição com a palavra de Deus.

DEUS TE INSTRUIU A NÃO FAZER, MAS AO MESMO TEMPO FOI ELE QUEM TE CRIOU E PÔS O DESEJO DENTRO DE VOCÊ.

A estratégia do diabo se baseia nas duas vozes que falam conosco:
A VOZ QUE FALA ATRAVÉS DA PALAVRA.
A VOZ QUE FALA NO INTERIOR.

Qual das duas vozes é mais importante?
A voz da vontade, dos desejos, a voz do coração. 
Ou a voz da Palavra de Deus expressa de forma clara e audível a Adão? E no nosso caso, expressa pela Palavra de Deus.

A que voz devemos ouvir?


Existe prazer na conclusão do desejo. E é bom a satisfação! Deus nos manda ser satisfeitos!

Mas o prazer tem que ser experimentado com racionalidade. Os prazeres tem o poder de nos embriagar se for em excesso. O excesso nos anestesia para as demais experiências da vida. Quando excessos nos dominam, deixamos de ser livres e nos tornamos escravos daquilo que deveria ser um deleite na vida.

Deus quer que tenhamos prazer na vida. Deus nos deu a vida com a possibilidade de termos deleite nela! Viver é bom e devemos gostar disso.

A Árvore dos desejos nos ensina algo acerca da RENÚNCIA.
Somos um recipiente com 613 desejos. 
Na medida que sujeitamos os 612 desejos ao desejo pelo Criador, estamos jogando para fora do recipiente os desejos indesejáveis. 
Ao tirarmos aqueles desejos de dentro de nós, vamos ficando vazios! 
Esse é o processo de esvaziamento! Ser vazio é o objetivo da Voz de Deus para nós. Na medida que esvaziamos de nossa humanidade, somos preenchidos pelo próprio Criador.
Não comer do fruto significa deixar de ter e deixar de ser. É permitir que o Criador produza em nós o querer e o realizar. É permitir que a vida do Criador viva a nossa própria vida.
Negar a si mesmo. Renunciar em função da vida de Deus em nós.
Isso é ser verdadeiro adorador. É esse tipo de pessoa que Deus procura: o adorador que usa a própria existência para tanger louvores.

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César de Aguiar
teolovida@gmail.com