sexta-feira, 10 de abril de 2020

O HOMEM DO FUTURO VIVENDO O PRESENTE

“Deus constrói o seu templo no nosso coração sobre as ruinas das igrejas e das religiões” (Ralph Waldo Emerson).

Os dias do Profeta Ageu são muito semelhantes aos nossos dias. Apesar das mudanças sociais e políticas estabelecidas após a revolução industrial o homem continua essencialmente o mesmo ser histórico. Mudou o cenário, mas a peça é a mesma. Mudou a fala dos atores, mas 
a essência da história continua tudo igual.
“Não há nada de novo debaixo do sol” (Ec 1.9), afinal mudaram os tempos, mas o homem continua o mesmo de sempre. A ganância é a mesma. A cobiça é a mesma. A sede pelo poder é a mesma. Se a trajetória do protagonista não muda, a história permanece a mesma. É um ciclo vicioso.

O mundo passou por uma reformulação nas comunicações, na forma de construção das 
cidades, na velocidade da mobilidade urbana. Em função do capital e do poder os 
protagonistas da história focaram seus esforços na evolução das coisas enquanto mantinham o ser aprisionado aos mesmos vícios de sempre. Privilegiaram o desejável a despeito do indispensável. 

A construção das coisas é uma evolução desejável enquanto a construção do homem deveria ser a evolução indispensável.

Os automóveis, aviões e a energia elétrica são avanços tecnológicos consideráveis. Todavia qualquer um de nós poderia viver sem esses avanços, afinal trata-se de invenções do último século e antes dessas invenções a humanidade viveu a maior parte de sua história.

Quando não temos carros ou não podemos viajar de avião passamos por um certo 
desconforto, mas isso não nos mata. Todavia viver sem um Ser Humano verdadeiramente humano é um atestado de que a trajetória da humanidade não logrou sucesso em seus milhares de anos de história. Significa que nossos erros e a falta de arrependimento e mudança faz com que uma geração repita os mesmos erros da geração anterior.

Infelizmente percebemos que o avanço da tecnologia é muito mais rápido que a evolução humana. E o pior: em função do avanço das máquinas o homem tem se tornado cada vez mais desumano. Armas de guerra e uma economia agressiva escravizadora da liberdade de pensamento e expressão, são meras manifestações do que o homem é em seu mundo interior.

O mundo mau é a imagem e semelhança do homem mau.

Uma evolução meramente exterior e sem correspondência com o lado de dentro do 
homem só produz cansaço espiritual. Do que adianta ter um plano telefônico de ligação ilimitada se não conseguimos conversar abertamente com a mulher que está no travesseiro ao lado? De que adianta ter um carro com 280 cavalos de potência se não conseguimos nos locomover até a varanda para brincar com o filho? Se a evolução não acontecer primeiro do lado de dentro, qual a real necessidade dela evoluir do lado de fora?

Para satisfazer a vaidade e o deleite dos sentidos o homem perdeu a nobreza da sua 
condição humana.

O Livro de Ageu é um convite à reflexão acerca dessas coisas mais triviais da nossa vida. 

Ageu nos convida examinar nossas prioridades a fim de verificar se o nosso interesse está principalmente em Deus acima dos nossos próprios prazeres; a levantar a cabeça e retomar a caminhada mesmo diante de uma situação de oposição ou situação desanimadora; confessar a 
Deus nossas derrotas e retomar a caminhada de fé; acreditar no controle absoluto de Deus sobre todas as situações da vida e agir corajosamente; descansar na segurança das mãos de Deus confiantes de que tudo coopera para o bem dos que o amam.

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Cesar de Aguiar