No mundo corporativo presta-se conta de tudo. Diretores
de empresas, gerentes e prefeitos sabem muito bem o que é isso.
Mas em relação à Justiça de Deus, o que isso significa?
Existe prestação de contas?
Mateus 12:36 – “Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os
homens disserem hão de dar conta no dia do juízo”.
Hebreus 13:17 – “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles;
porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para
que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”.
Romanos 14:12 – “De maneira que cada um de nós dará conta de si
mesmo a Deus”.
Analisando esses textos e debruçando o olhar sobre a história
do Cristianismo podemos concluir que a igreja moderna fala mais de prestar
conta aos homens do que prestar contas a Deus.
Aos homens devemos o respeito. Ás autoridades devemos nos
submeter e até mesmo prestar conta de nossos atos. Todavia é a Deus que devemos
temer como autoridade última. É a Ele que definitivamente prestaremos contas.
Deus é o juiz último. É diante Dele que acontecerá o
último e definitivo julgamento. Em última instância é a opinião de Deus que
devemos temer.
Justiça
Distributiva
Deus é reto no cumprimento das leis que Ele estabeleceu
abaixo de Si mesmo.
Quando Deus se relaciona com Suas criaturas, a Seu
critério, Ele distribui punição e recompensa.
Isaías 3:10-11
Dizei ao justo que bem lhe irá; porque comerão do fruto das suas
obras.
Ai do ímpio! Mal lhe irá; porque se lhe fará o que as suas mãos
fizeram.
O homem não é digno da benção que recebe, mas merece a
punição que lhe é aplicada. A Justiça Divina é obrigada a punir o mal, mas não
é obrigada a recompensar o bem, pois o homem foi criado para o bem, e não para
o mal.
Dessa forma, toda benção que emana de Deus é fruto
exclusivo da graça e não do merecimento humano.
Veja isso na Parábola do Escravo Inútil.
Lucas 17:7-10
"Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou
cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: ‘Venha agora e
sente-se para comer’?
Pelo contrário, não dirá: ‘Prepare o meu jantar, apronte-se e
sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber’?
Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi
ordenado?
Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for
ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’
".
Existe uma corrente que diz que Deus pune o pecador com o
objetivo de reforma-lo. Essa interpretação precisa ser objeto de meditação para
não incorrermos no erro de colocar os Atributos de Deus em conflito.
Veja bem! Aqui devemos perceber dois Atributos de Deus:
Sua Misericórdia e Sua Justiça. Reformar o pecador tem a ver com a
Misericórdia. E Misericórdia não se alinha com merecimento. A reforma do
pecador não é emanação da justiça, é emanação da misericórdia.
Dessa forma concluímos que o principal motivo da punição
não é a reforma do pecador. O principal motivo da punição é a satisfação do
direito.
Reformar o pecador é a Misericórdia de Deus pegando
carona em Sua Justiça.
Punir o pecador tem a ver com a Justiça. A manutenção da
ordem do universo. A definitiva manutenção do direito e da justiça.
(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 05)
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M.e. César de Aguiar