segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A JUSTIÇA DE DEUS E A PRESTAÇÃO DE CONTAS

 O conceito de prestação de contas é importado do mundo secular.
No mundo corporativo presta-se conta de tudo. Diretores de empresas, gerentes e prefeitos sabem muito bem o que é isso.
Mas em relação à Justiça de Deus, o que isso significa? Existe prestação de contas?

Mateus 12:36 – “Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo”.
Hebreus 13:17 – “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”.

Romanos 14:12 – “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.

Analisando esses textos e debruçando o olhar sobre a história do Cristianismo podemos concluir que a igreja moderna fala mais de prestar conta aos homens do que prestar contas a Deus.
Aos homens devemos o respeito. Ás autoridades devemos nos submeter e até mesmo prestar conta de nossos atos. Todavia é a Deus que devemos temer como autoridade última. É a Ele que definitivamente prestaremos contas.
Deus é o juiz último. É diante Dele que acontecerá o último e definitivo julgamento. Em última instância é a opinião de Deus que devemos temer.

Justiça Distributiva
Deus é reto no cumprimento das leis que Ele estabeleceu abaixo de Si mesmo.
Quando Deus se relaciona com Suas criaturas, a Seu critério, Ele distribui punição e recompensa.

Isaías 3:10-11
Dizei ao justo que bem lhe irá; porque comerão do fruto das suas obras.
Ai do ímpio! Mal lhe irá; porque se lhe fará o que as suas mãos fizeram.

O homem não é digno da benção que recebe, mas merece a punição que lhe é aplicada. A Justiça Divina é obrigada a punir o mal, mas não é obrigada a recompensar o bem, pois o homem foi criado para o bem, e não para o mal.
Dessa forma, toda benção que emana de Deus é fruto exclusivo da graça e não do merecimento humano.

Veja isso na Parábola do Escravo Inútil.

Lucas 17:7-10
"Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: ‘Venha agora e sente-se para comer’?
Pelo contrário, não dirá: ‘Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber’?
Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado?
Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ".

Existe uma corrente que diz que Deus pune o pecador com o objetivo de reforma-lo. Essa interpretação precisa ser objeto de meditação para não incorrermos no erro de colocar os Atributos de Deus em conflito.
Veja bem! Aqui devemos perceber dois Atributos de Deus: Sua Misericórdia e Sua Justiça. Reformar o pecador tem a ver com a Misericórdia. E Misericórdia não se alinha com merecimento. A reforma do pecador não é emanação da justiça, é emanação da misericórdia.
Dessa forma concluímos que o principal motivo da punição não é a reforma do pecador. O principal motivo da punição é a satisfação do direito.
Reformar o pecador é a Misericórdia de Deus pegando carona em Sua Justiça.

Punir o pecador tem a ver com a Justiça. A manutenção da ordem do universo. A definitiva manutenção do direito e da justiça.

(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 05)

---

M.e. César de Aguiar