terça-feira, 27 de setembro de 2016

JACÓ, JESUS E UMA VIAGEM NO TEMPO


“Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada...” (Gn 32. 28-31).


Esta declaração de Jacó é um testemunho oriundo de uma constatação muito complexa.
O Ser com que quem Jacó lutou não é reconhecido como um Anjo, mas como o próprio Deus. As palavras do Patriarca é uma evidência cabal de que Jacó reconheceu que aquele Ser não se tratava de um Anjo, mas do próprio Senhor da Criação.

Essa é uma questão de alta complexidade e mais uma vez as Escrituras parecem se contradizer, pois noutro lugar se diz: “ninguém jamais viu a Deus”. Todavia a suposta contradição é apenas aparente pois existe na profundidade da interpretação um sentido mais inteligente, interessante e revelador.
Os fatos narrados pelo texto bíblico de Genesis capítulo 32 levantam uma complexa questão. Entendemos pelo texto que o Ser Maravilhoso com quem Jacó travou uma luta era o próprio Deus manifestado em forma humana.
Sabemos de forma notória que Deus se manifestou em forma humana somente 1 vez na história, e foi na pessoa do Messias. Dessa forma concluímos que Jacó só poderia ter lutado com o próprio Jesus Cristo.

É nesse ponto que as dificuldades começam a aparecer: sabemos que milhares de anos separam Cristo de Jacó! Então, como é que os dois estavam juntos no mesmo plano físico e temporal. Como Jacó se encontrou com Jesus se eles são de tempos diferentes?
Essa é a pergunta que não quer calar! Um questionamento que exige uma resposta direta e convincente. E com toda certeza responderemos a essa questão nesse artigo, Todavia existe outra pergunta de igual relevância! 

Vamos a ela primeiro!

Porque o Deus Todo Poderoso do Universo teria que travar uma luta corporal com um homem comum e ainda por cima, considerar a luta árdua?

Qual o sentido de tudo isso!??

Vejamos!!!

A história da luta de Jacó com Deus não pode ser um fato isolado e sem sentido! Esse evento épico evoca o sentido mais profundo da Mensagem da Graça.
O Evangelho da Graça tem como ênfase doutrinária a história de Deus Criador se reduzindo à forma de sua criatura humana e se limitando ao espaço e ao tempo com a finalidade de redimir todas as coisas em Si mesmo e para Si mesmo.

Na história da luta de Jacó com Deus devemos observar um fato curioso. Para finalizar a luta Deus feriu a coxa de Jacó e mudou definitivamente sua forma de caminhar.  “E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa” (Gn 32.31)
Muito sugestivo pensarmos na metáfora de que no relacionamento do homem com Deus, Deus sempre vai mudar a forma como esse homem caminha. Mas o significado do texto vai além da necessidade de se produzir uma metáfora de efeito existencial.

Na história de Deus com Jacó, Deus fere o homem na carne. E esse ferimento é aplicado como resultado de um combate físico. Deus pessoalmente fere o corpo do homem.

Na história de Jesus com a humanidade foram os homens que feriram Jesus.
Deus feriu a Jacó e os homens feriram a Deus, no corpo físico, tal qual a compensação “olho por olho e dente por dente”.

Porque Deus feriu Jacó. Os filhos de Jacó feriram a Deus. Lei da retribuição.

A humanidade condenou a Cristo como um criminoso qualquer e dessa forma o homem feriu a Deus na carne, como resultado de uma tortura gratuita, onde o Todo Poderoso não ofereceu nenhuma forma de resistência. Deus permiti-se ferir.
O Deus então ferido, após sua ressurreição dentre os mortos, mantêm no seu corpo as marcas das feridas com que foi ferido na casa de seus “amigos”. 
E assim ele foi assunto aos céus: em carne e com as feridas que o identificam como Jesus Cristo, Homem. Tem um homem no céu que irá manter por toda a eternidade a glória das feridas com as quais foi ferido. 
Para que os santos ao olharem para Ele saibam que o resultado daquelas feridas é a gloria da eternidade, e mais: as feridas são o testemunho vivo de que: "eu estou aqui, mas não mereço estar aqui, afinal, aquelas feridas foi eu quem causou". Graça escandalosa, testemunhando por toda a eternidade.

Zacarias 13.6 – “E se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.”

João 20.26 -28  - “Passados oito dias, os discípulos estavam outra vez juntos, e nessa ocasião encontrava­se Tomé também presente. As portas estavam fechadas mas, tal como antes, Jesus apareceu no meio deles e disse: “Paz seja convosco!” Depois disse a Tomé: “Mete o dedo nas feridas das minhas mãos, e a mão no meu lado. Não continues descrente. Acredita!
 “Meu Senhor e meu Deus!”, exclamou Tomé.

Até aqui entendemos o porque da luta, mas ainda resta uma questão!

Como Jacó e Jesus estavam no mesmo lugar e no mesmo tempo?

A explicação está contida na confirmação de outra “sumida estratégica” de Jesus. 
Dessa vez o Mestre se ausentou de seus discípulos e com a explicação de se retirar para seu momento de solidão, Jesus viajou ao passado e lutou uma noite inteira com o patriarca Jacó.
Notemos a declaração de Jacó: 
“Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada”. 
Essa declaração é assustadora e reveladora e os fatos apontam para uma única explicação que pode fazer sentido no equilíbrio das Escrituras. Trata-se de uma explicação que é muito mais teológica que científica na mesma proporção que é muito mais científica do que teológica.

Pessoalmente eu estou convencido e duvido que um anjo teria coragem de aceitar ser confundido com o Criador. Um anjo não aceitaria essa gloria para sí.
Os anjos temem serem confundidos com Deus, pois sabem que Deus não divide sua glória com nada e ninguém.
Veja o caso de Zacarias. O anjo foi logo se apresentando como anjo (Lc 1.19).  E no caso de Maria, o Evangelista Lucas se incumbiu de dizer exatamente quem era o personagem que iria falar com a mãe de Jesus (Lc 1.26).

Todavia o Ser Maravilhoso que lutou com Jacó aceitou ser chamado de Deus e se apresentou de forma provocadora, ao estilo do próprio Jesus: “Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome?” (Gn 32.29).
Jesus gostava dessa abordagem estilística: “Quem os homens dizem que sou?” (Mc 8.27). Estilos não provam nada, mas atinam o raciocínio quando a revelação de uma verdade inquietante nos atropela.


Enfim, Jesus viajou ao passado e usou seu encontro com Jacó para relativizar o relacionamento do humano com o divino. 

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M.e. César de Aguiar
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

JESUS E A MÁQUINA DO TEMPO

Na mesma intensidade em Jesus gostava de festa, Jesus também gostava de solidão.

Jesus gostava de ficar quieto no seu canto, todavia, Jesus também gostava de viajar. - E gostava muito!

Em vários textos dos Evangelhos lemos sobre Jesus se afastando dos discípulos e procurando um lugar solitário. Jesus queria a solidão por um motivo. Certamente Jesus não queria que os seus discípulos vissem ou soubessem o que Ele iria fazer. Os discípulos não estavam emocionalmente preparados para saberem tudo acerca dos misterios que envolviam a personalidade de Jesus.
Jesus protegia muito mais do que seus segredos. Jesus protegia os discípulos de um conhecimento que eles não estavam naquele tempo preparados para assimilar.

Jesus tinha seus segredos e... “que segredos!”.

Em suas sumidas estratégicas, Jesus viajava fisicamente ao passado e se encontrava no tempo certo, no lugar certo, com a pessoa certa.
Jesus teve contato com Abraão por duas vezes: uma por ocasião da destruição de Sodoma e Gomorra, outra na pessoa de Melquisedeque.



Jesus encontrou-se com Jacó. (estudaremos em textos posteriores).
Jesus se manifestou a Manoá – o pai de Sansão. (estudaremos em textos posteriores)

São quatro aparições de Jesus no Antigo Testamento que se alinham com quatro textos dos Evangelhos. 
Mentes inteligentes perceberão a conexão entre passado e presente, onde Jesus estrategicamente se distancia de seus discípulos para “ficar quieto no seu canto”. Mas, na verdade, não se tratava de descanso ou de oração solitária apenas. Esse era o tempo que Jesus precisava para viajar no espaço tempo para se encontrar com personalidades do Antigo Testamento.

Evento 1- "De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava" -  Marcos 1:35.

Evento 2 - “Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava” - Lucas 5.16.

Evento 3 - “Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolo” - Lucas 6, 12-13.

Evento 4 - "Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho" - Mateus 14:23.

Nem tudo foi dito, afinal Jesus apresentou os princípios fundamentais do Evangelho e deixou para os seus discípulos a missão de implementar a revelação do mistério da piedade sob a ação direta do Espírito Santo.
As revelações do mistério das Escrituras é dinâmico e na medida em que o fim se aproxima, tudo que estava oculto, vai sendo revelado. E a igreja de Cristo é a responsável por receber a revelação e divulgar os mistérios. A uns parece loucura! A outros é o poder de Deus!


Efésios 3.9, 10. 11 -  “e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas. A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor”.


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M.e. César de Aguiar
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terça-feira, 20 de setembro de 2016

TEOFANIAS, VIAGEM NO TEMPO E O PATRIARCA ABRAÃO


“Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; viu-o, e alegrou-se”. (João 8:56)

Melquisedeque e Jesus são a mesma pessoa!

Em um estudo anterior nós falamos acerca da personalidade de Melquisedeque e demos provas cabais de que Melquisedeque e Jesus Cristo são a mesma pessoa.


Mas, além de aparecer a Abraão na forma de Melquisedeque, Jesus se apresentou a Abraão acompanhado por dois outros seres, que certamente eram anjos de alta graduação, da hierarquia dos Virtudes – seres superiores que cuidam da guarda e serviço pessoal do Filho de Deus. Na ocasião dessa visita foi servido a todos eles uma ceia, e todos comeram.

Importante que se leia o texto de Gênesis capítulo 18.e e
O texto é objetivo e histórico. Não se trata de uma visão ou de um sonho de Abraão! Era a vida real: Segundo o relato bíblico os homens citados no texto, comeram e beberam. E na seriedade do momento, esses homens discutiram acerca do futuro da família patriarcal e sobre a destruição de Sodoma e Gomorra.

Durante o tempo de sua vida, Abraão se encontrou com Jesus Cristo por duas vezes: O Cristo encarnado que viajou no espaço tempo para se encontrar com o Pai da Fé.
No início do século passado a humanidade nem mesmo pensava em aparelhos de celular ou sinais de rádio e TV. Falar de algo assim seria uma completa loucura. Mas a evolução da ciência provou o contrário: quem idealizou o avião ou o forno de micro-ondas foram taxados de loucos por um tempo, mas o próprio tempo tratou de provar que os loucos estavam com a razão.

Mas será que a ciência moderna admite a possibilidade de viajar no tempo?

A resposta é um retumbante Sim! É claro que viajar no tempo é explicitamente possível, afinal estamos fazendo isso neste exato momento. Preste atenção! No ato de ler este texto, você já fez uma viagem no tempo. A leitura do começo desse texto já ficou para trás – já é passado. Dessa forma, concluímos que todos nós estamos presos a uma “nave espacial” chamada de planeta Terra, e  nesta viagem, partimos do passado em direção ao futuro.
Então devemos mudar a pergunta: PODEMOS SALTAR NO TEMPO? Ou seja, podemos viajar no tempo sem vivenciar todos os instantes entre um dado instante e outro instante? Será possível atalhar no tempo (essa seria a pergunta feita de forma correta)?
As equações da física moderna afirmam que quanto mais rápido você viaja, mais devagar o tempo passa. Einstein já desenvolvia essas equações desde o ano de 1905!

“Para acelerar em direção ao futuro, basta andar em altíssima velocidade. Vamos supor que você viaje rumo a Plutão numa espaçonave que voe a 80% da velocidade da luz. Esse planeta anão fica mais ou menos a 5 horas-luz da Terra (o que quer dizer que a luz leva 5 horas para fazer o trajeto). À velocidade estipulada, para o controle da missão, aqui na Terra, a viagem seria concluída 6 horas e 15 minutos depois da partida. Entretanto, para você, a bordo da nave, teriam se passado apenas 3 horas e 45 minutos. O fenômeno se repetiria na volta, e, ao desembarcar, você teria envelhecido apenas 7 horas e 30 minutos, enquanto todo mundo por aqui teria vivido 12 horas e 30 minutos. Na prática, você teria avançado 5 horas em direção ao futuro. Moral da história: para viajar ao futuro, basta correr muito” (Salvador Nogueira).

Hoje, quando falamos em viagem no tempo, somos taxados de teólogo louco e herege (rsrs... que bom)!. Entretanto não se pode olvidar o quanto as Escrituras fazem referências explícitas e veladas acerca desse tema. Hoje, a ciência está em fase de experimentação. Mas o futuro há de provar que o texto bíblico se equilibra com a ciência séria. Jesus foi um viajante no tempo.


Jesus viajou no tempo. Sim! Cada vez que ele se afastava de seus discípulos e procurava um local sozinho para meditar, Jesus ia a algum lugar do passado, ou porque não dizer... do futuro (a aparição de Jesus a Paulo na estrada de Damasco é prova cabal disso). 
E nessas suas viagens, o Mestre redimia o tempo e colocava a nível universal, cada coisa em seu devido lugar.

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M.e. César de Aguiar
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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A INVISIBILIDADE DE DEUS



1 João 4:12a – “Ninguém jamais viu a Deus”.

Deus jamais foi visto por homem algum.
- Essa é uma premissa elementar do relacionamento de Deus com o homem.
O povo de Deus do Antigo Testamento tinha um grande problema para explicar a relação com o Deus que professavam: a invisibilidade de Deus era o maior problema de todos. Os povos vizinhos dos judeus os insultavam com as palavras: “Onde está o vosso Deus?”
Afinal, os deuses pagãos eram visíveis e palpáveis. Os deuses deles tinham aparência e eram circunscritos a regiões e templos. Mas o Deus de Israel não era nem uma coisa, nem outra. Os Israelitas apresentavam seu Deus como invisível, mas real. E isso era uma dificuldade, pois por toda a história das religiões, as pessoas sempre quiseram visualizar o deus que elas professavam.
Todavia, para estabelecer um relacionamento positivo com o ser humano, Deus se revela ao homem através de coisas visíveis, materiais e ações que carregam em si a natureza e os propósitos sublimes de Sua Personalidade. Dessa forma concluímos que Deus faz aparições indiretas!
As aparições indiretas de Deus relatadas no Velho Testamento recebem o nome de Teofania.

TEOFANIA
Teofania é a manifestação de Deus em algum lugar, em forma de coisa ou pessoa. É uma revelação ou manifestação da glória de Deus através da aparição de um anjo, algo surreal ou através de impressionantes fenômenos da natureza.
Deus se manifestou a Israel na forma de coluna de nuvem durante o dia, e uma coluna de fogo a noite.
Êxodo 13:21-22 – “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.”

Em outro texto de Êxodo os anciãos de Israel viram a glória de Deus.
Êxodo 24:9-11 – “E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam.”

No Velho Testamento há o relato de teofanias que envolvem a aparição de Deus em forma humana.
Será que se trata do Cristo Pré Encarnado?
Pré-Encarnação de Cristo é uma Doutrina Bíblica que afirma que Jesus sempre existiu antes mesmo do seu nascimento físico. É uma doutrina perfeita, pois realmente, o Deus Filho é pré-existente porque o Deus Filho, é Deus.
Todavia o Deus Filho não é Pré-Existente em carne! A encarnação aconteceu numa específica data da história. Após essa data, o Deus Filho passou a ter um corpo físico de carne. E isso se deu após seu nascimento, morte, ressurreição e assunção ao céu. Antes disso, o Cristo Pré-Existente, existia, mas não em carne.

As teofanias do Velho Testamento que apresentam um Ser Divino denominado de “Anjo do Senhor” trata do Cristo ENCARNADO: um viajante no espaço tempo (sugiro a leitura do texto: A Biblia e os Viajantes no Tempo).


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M.e. César de Aguiar
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

FOME E SEDE DE JUSTIÇA

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão fartos”. Mateus 5:6

A justiça deve ser desejada no nível das necessidades mais básicas do ser humano: fome e da sede.
A plateia que escutou essas palavras vindas de Jesus era  uma gente que conhecia bem o que era a fome, a sede e a necessidade de justiça.
Aquele era um tempo sem tecnologia agrícola para combate de pragas, e o sucesso de uma plantação era raro. Pragas, insetos, pobreza do solo e muita guerra! Tudo isso criava uma situação de escassez de alimento.
O povo era muito pobre e havia uma péssima redistribuição de riqueza.
A Palestina ainda hoje é uma região desértica extremamente seca e com baixíssimo nível pluviométrico. Nações guerreavam pela água.
Justiça social era algo que não existia num sistema de governo que privilegiava os ricos. O sistema político e jurídico era uma máquina de corrupção onde a propina era o combustível que girava o funcionamento das engrenagens sociais.

Jesus apresenta uma bem-aventurança é para famintos e sedentos. O Mestre usa uma metáfora do mundo físico para explicar um princípio espiritual.
Jesus se refere aos menos favorecidos. Aqueles que além de experimentarem a fome e a sede do corpo, carregavam na alma o peso da injustiça de cada dia.
Mas ao chama-los de Bem Aventurados, Jesus aponta nossos olhos para a direção do tipo de pessoas que são felizes.
O Mestre não dá uma receita para a felicidade. Ele faz um apontamento para o tipo de pessoa que é feliz!
Um paradoxo, feliz é quem está com sede e com a barriga roncando de fome! Não só fome de pão, não só sede de água, mas fome e sede em todos os níveis possíveis: no corpo e na alma!

JUSTIÇA

Na época de Jesus havia um sistema de justiça.
Existia uma instituição chamada sinédrio, que era responsável pela administração da vida social do povo judeu. O sinédrio era composto por 71 membros. Pessoas de boa posição social e com muito conhecimento da Lei.
Além do Sinédrio, existia Roma, que dominava os judeus, e era muito severa na aplicação de suas leis.
E ainda havia o Juiz Maior, que o judeu respeitava como “o Juiz de toda a terra” -  o Criador que fez uma aliança com o Pai Abraão.
Se havia justiça, porque Jesus diz que a justiça estava em falta?

Segundo a Biblia, justiça tem um significado maior do que aquele que se aplica a um tribunal. Justiça tem conotação religiosa.

Gênesis 15.6 - “E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça”.

Essa é a primeira vez que a palavra justiça aparece na Bíblia. Abraão foi justificado porque creu! O maior orgulho dos judeus era serem filhos de Abraão.
O maior ícone do nacionalismo judaico era um homem que foi justificado por sua fé e não por seus feitos!
Receber a justiça de Deus não era sair vitorioso de um tribunal terreno. Era ser justificado por Deus. Era ser declarado inocente e ser aceito por Deus.
Na abordagem do Evangelho, bem-aventurado é quem deseja ser perdoado por Deus, de forma ardente, como alguém que está faminto, como alguém que está sedento.
Quando esse desejo se manifesta, manifesta-se também o Pão que desceu do céu e Água da Vida. Opera-se a salvação.
Mas se deve parar por aí? Claro que não!
A fome não acaba e a sede continua. Salvação não é um evento isolado que torna estática a vida do justificado. Salvação se desenvolve!

O que é o Pão?
O pão é o maná que só dura um dia. Um dia apenas! Se guardar o maná para o dia seguinte ele se estraga.
O pão é “o pão nosso”.
Não é o “pão meu”.

Os seguidores de Cristo são chamados para serem a padaria de Deus.

O que é Sede?
A sede não cessa, pois o sal da palavra provoca mais sede!
Jeremias 29.13: “Buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”.

 Quem busca com todas as forças serão fartos. Não apenas saciados, mas fartos. Terão de sobra.
Deus nunca dá nada com racionamento. Ele sempre dá com fartura!

Efésios 3.20 - “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pensamos ou pedimos, segundo o poder que em nós opera”.

Não devemos parar na justificação do dia da conversão. Não podemos nos satisfazer em sermos apenas crentes salvos. Somos convidados a ir além!
1 Coríntios 15:9-10
Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.

O Apóstolo Paulo nunca se sentiu satisfeito com sua vida cristã. Ele sempre queria mais!

É o cumprimento dessa promessa que Deus quer pra você: “SEREIS FARTOS”.


(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 08)

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M.e. César de Aguiar

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS


Tomar um versículo isolado das Escrituras e fazer dele uma doutrina é uma atitude irresponsável e muito perigosa, pois induz a igreja a errar pelo excesso ou pela omissão.
Pelo excesso quando cria-se regras que Deus não estabeleceu.
Pela omissão quando se deixa de estudar todo o contexto do trecho citado.
O excesso acontece em lugares onde a liberdade cristã não existe e o povo para se manter perto da divindade precisa de criar regras que excedem àquelas que Deus já estabeleceu. Dessa forma, dizendo que “Deus mandou” aquilo que “Deus não mandou”, anula-se a graça e torna o homem o centro do processo de redenção.
A omissão acontece quando a Palavra de Deus não é levada a sério e os líderes não se dedicam a estudar para ensinar corretamente.
Quem não estuda as Escrituras de forma disciplinada peca por omitir a prática correta dos ensinamentos das Escrituras. Quem não entende as normas que obedece, corre o risco de ser escravizado pelo legalismo.

Vamos ler o texto inteiro para ambientar as palavras de Jesus.

Mateus 7:1-6

"Não julgueis, para que não sejais julgados.
Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.
Não deis o que é santo aos cães. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem."

Paul Washer diz o seguinte: “Quando as pessoas me dizem: não julguem para não serem julgados, eu respondo: Não distorçam as Escrituras para não serem iguais ao diabo”.
Quem não gosta de ser julgado geralmente é quem quer viver uma vida sem limites. Sem obedecer a nenhuma regra. Ou quem que por via de regra já se considera o dono da razão.
Quem vive de maneira transparente geralmente não se importa com as pedras lançadas! Fazem como Jacó (Gênesis capítulo 28): Pegam as pedras e usam como travesseiro. Quando acordam pegam as pedras e fazem um altar. Descansam e adoram!

Agora vamos ressaltar os pontos principais do texto.

a)    O que está sendo proibido aqui é o julgamento hipócrita.
Jesus está se dirigindo a uma plateia especialista em ver defeito nos outros.
A pregação de Jesus ordena que a balança usada para pesar o irmão seja a mesma usada para pesar a si mesmo.
Não há proibição de julgar! A proibição é de julgar hipocritamente.

b)    Se você enxergou um argueiro no olho do irmão, observe sua própria vida. Se houver argueiro no seu olho, retire. Mas depois que seu olho estiver limpo, é sua função limpar o olho do irmão.
O desejo de Jesus é prevenir que relacionamentos hipócritas se estabeleçam na comunidade da fé.
É uma questão de lógica! Como uma pessoa com um tronco de árvore interceptando seus olhos pode ao menos tentar remover um cisco do olho do irmão?

c)    No versículo 6 temos uma dica de Jesus a respeito da necessidade de se julgar.
“Não lance jóias a porcos ou cães!”
Mas, quem são os porcos e cães? Eu preciso identificar os cçães e os porcos, caso contrário eu não saberei pra onde ou para quem jogar minhas jóias!
Para não jogar coisas preciosas a cães e porcos, eu preciso saber definir quem são os cães e os porcos.
Ou seja, para não profanar as coisas de Deus “é necessário avaliar, analisar, examinar e decidir – melhor dizendo: EU TENHO QUE JULGAR a vida, o comportamento e as declarações das pessoas ao meu redor” (Augustus N. Lopes).

Julgar com amor e respeito é parte essencial da vida cristã. Julgar as coisas sob a interpretação da Palavra de Deus significa zelo com as coisas de Deus.
“Quem nunca julga contribui para que o erro se propague, para que as pessoas continuem no erro. São pessoas sem convicções. Elas se tornam coniventes e cúmplices das mentiras, heresias e atos imorais e anti-éticos dos que estão ao seu redor” (Augustus N. Lopes).

"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro" (1Tim 5:22).

A única maneira de Timóteo conseguir obedecer a esse conselho de Paulo era exercendo julgamento!
O cristão deve julgar sim!
Mas deve-se cumprir algumas condições:

a)    devemos nos examinar primeiro.

b)    devemos nos colocar sobre o mesmo juízo com o qual estamos julgando os outros, compreendendo humildemente que somos falhos e podemos ser vítimas do mesmo erro.


c)    Devemos ser motivados pelo amor e não pela auto promoção sobre o erro alheio. Nossa intenção deve ser ajudar e consertar aquilo que está fora de lugar.

d)    Nunca devemos julgar pessoas. Devemos julgar suas obras e suas palavras.

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. João 7:24

Para se fazer justiça tem que haver um julgamento!

Pv 21:3 - "Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício".

O certo e o errado só é distinguido pelo julgamento sensato.

Ml 3:18 - "Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve".
1 João 4:1 - "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo."

Se o cristão não desenvolver o seu senso crítico, ele será levado por todo vento de doutrina.
Pensar não é pecado!
Hoje está havendo uma campanha pelo não julgamento, dizendo que afrontar falsas doutrinas e falsos mestres é falta de amor cristão. Mas e quanto aos fiéis que estão sendo enganados? Não julgar os falsos mestres não seria uma falta de amor com os fieis enganados?
Essa campanha pelo não julgamento é obra de satanás, que sempre tentou maquiar a palavra de Deus. Essa invenção de proibir o julgamento é uma artimanha satânica, que quer tirar da igreja a Espada do Espírito.
Pelo que todos sabemos, uma Espada é usada para matar falsa doutrina. Mas tem crente usando sua espada para descascar laranja. Tem outros que nunca a tiram da bainha, ou nem sabe que tem uma espada, e o pior de tudo: tem espada, sabe pra que serve, mas não sabe usar!


ITs 5:21 - "Examinai tudo. Retende o bem."

Examinar é julgar!

I Co 5:11 - “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; Com o tal nem aínda comais.”
II Co 11:13 - “Porque tais falsos apóstolos, são obreiros fraudulentos, transfigurando- se em apóstolos de Cristo.”

Se nos for proibido julgar, como poderemos nos livrar desses laços?
Julgue. Julgue sim!

Com sabedoria e amor.

(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 07)

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M.e. César de Aguiar

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A ÁRVORE DAS SEPHIROTHS E A JUSTIÇA REMUNERATIVA


Deus não é obrigado a abençoar ninguém.

Deus age segundo a Justiça e a Misericórdia. A remuneração não se trata de pagamento, mas de Graça, de deliberação de Boa Vontade, de ato de Misericórdia.

Os seres humanos nunca compreenderão a matemática que Deus usa para a distribuição de recompensas aos homens, a ponto de alguns considerarem que Deus está “pagando” pelos atos de bondade que os homens praticam.

Ninguém gera crédito com Deus. Não existe caderneta de poupança no céu e Deus não paga juro a ninguém.

Tudo é de Deus. Os homens são de Deus. E os homens foram criados para o bem. O salário que os homens recebem por seus atos não tem a ver com “contabilidade salarial”. O salário que os homens recebem por seus atos é o resultado de ação e reação: Aquilo que o homem planta, o homem colhe.
Agindo bem, o homem vai bem. Agindo mal, o homem vai mal.

Deus é Justo em manter a ordem do ciclo da existência. Deus criou um universo que sob Ele é absolutamente autônomo.

O homem merece o castigo, pois o mal que pratica é crime em relação ao objetivo de sua criação elementar: o homem foi criado para o bem. Se não pratica o bem, o homem está ferindo o conceito mais elementar de sua criação.
O homem não merece o bem que recebe, pois é obrigação primária do homem, praticar o bem, afinal, para isso ele foi criado.
A Misericórdia de Deus, A Graça de Deus, todavia premia o homem. E isso é uma premio alinhado com a Boa Vontade deliberada por Deus, absolutamente sem nenhum merecimento humano.

Deuteronômio 7:9-10
Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.
E retribui no rosto qualquer dos que o odeiam, fazendo-o perecer; não será tardio ao que o odeia; em seu rosto lho pagará.

Salmos 58:11 – “Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra”.

Como criaturas de Deus, a humanidade deve prestar reverência e obediência incondicional a Deus. E Deus não deve nada ao homem em função da sua obediência.
A verdade é que Deus não fica devendo nada a ninguém. E Deus não que inclusive, que os homens pensem que Ele os está devendo qualquer coisa.
A retribuição acontece em função da graça e da generosidade de Deus fundamentada em Promessa e Acordo.
A Justiça Retributiva se faz em função de uma aliança que Deus firmou com a humanidade. É a aliança que estabelece a bênção e a maldição.
Esta Aliança estabelece os princípios relacionais entre o Deus Infinito e o homem finito. Entre o Deus Eterno e o homem mortal. Os limites desse relacionamento são explicados pelos termos da Aliança.
Finalmente, a aliança é um pacto da Graça, onde Deus satisfaz a si mesmo por sua Própria sede de justiça.



·         UM EXEMPLO DE REMUNERAÇÃO

Como exemplo de justiça remunerativa, vamos analisar em conjunto dois textos das Escrituras:

Êxodo 20:5-6

Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam,
mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos.

A maldição se manifesta até a terceira ou a quarta geração.
A terceira emanação de Deus é “BINAH”, que significa COMPREENSÃO.
A quarta emanação de Deus é “HESED”, que significa MISERICÓRDIA.
Todavia a bênção é por 1000 gerações.
A maldição, antes de ser aplicada passa pelo crivo da Compreensão. Se o homem perde nessa instância, automaticamente ele recorre  para a próxima instância, que é a Misericórdia.
Deus é tardio em punir, todavia é Bondoso em galardoar!

Marcos 10:28-30

E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e te seguimos.
E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,
Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.

São 10 emanações da Árvore da Vida. 10 Sephirots.
Jesus prometeu a Pedro 100 vezes mais.
Mas como assim? Porque Pedro receberia uma retribuição de 100 vezes?
E 100 vezes de que?
!!!!
Cem vezes é a medida da emanação de Deus para a humanidade!
100 vezes 10 emanações.
100 x 10= 1.000.

Mil gerações.
Mil gerações a partir de Pedro!

Você está entre essas 1000 gerações que iniciaram em Pedro?
E quando somar a milésima geração depois dessa palavra de Cristo a Pedro, o que virá?

Eu creio que após a milésima geração depois de Pedro acontecerá o fim.

Façam suas contas!

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Me. César de Aguiar

(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 06)