V.I.T.R.I.O.L. é a sigla de uma
expressão latina que significa: "Visita
Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", que
traduzida, fica assim: “Visita o Centro
da Terra, Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta” (ou Pedra Filosofal).
A filosofia dos antigos
alquimistas nos ensina o significado misterioso dessa expressão, quando
transfere sua equivalência para o trato da condição humana: “Visita o Teu
Interior, Purificando-te, Encontrás o Teu Eu Oculto”. Nesse objeto, o ‘Eu
Oculto’ significa: ‘a tua mais profunda essência’.
Vitriol é o símbolo universal da
constante busca pela pedra filosofal, que finalmente alude ao esforço que o
homem faz para melhorar a si mesmo e o mundo a sua volta. É o "abre-te
Sésamo" da existência. É a viagem exploratória das terras do coração.
É urgente afirmar que a
exploração do espaço interior é muito mais importante que a exploração do
espaço exterior. Ir à Lua, ou a Mercúrio certamente acrescentará importantes
medidas ao conhecimento humano, todavia, serão conhecimentos meramente
transitórios, que a nível metafísico servem apenas como metáforas ao verdadeiro
ser, que é o Eu interior.
A meta do discípulo é se libertar
das algemas do tempo, sujeitando o material e transitório em função da evolução
do corpo espiritual. Não jogue fora o tempo! Aproveite cada oportunidade que te
é oferecida na linha da vida, entre o ponto do seu nascimento e o derradeiro
ponto que simboliza sua morte física.
Saiba que reta do tempo já
existia antes do ponto onde nascemos e continuará existindo após nossa partida.
Devemos aproveitar a nossa vida para nos consumir no amor do Criador, caso
contrário, partiremos do domínio do Chronos sem espoliar seu reino finito.
Alguém escreveu em um blog na
Internet: “A palavra vida explica o que é
a vida. A vida é só um ‘V’. Todo resto é ida”, por isso é urgente
encontrarmos e vivermos a utilidade da nossa existência física.
O ideal da identidade existencial
deve ser buscado como um garimpeiro busca um tesouro ou como uma mulher que
busca uma das contas de seu colar perdido dentro de sua própria casa.
Identidade é estar no caminho de
si mesmo.
“Sempre é bom termos consciência de que dentro de nós há alguém que
tudo sabe” (Hermann Hesse). Esse alguém é você mesmo, que em função do
pecado, foi adormecido no sono da morte espiritual e por isso se esqueceu
daquilo que foi combinado com o Criador antes da fundação do universo. O Ser
interior é o seu verdadeiro Eu – o seu espírito, gerado em Deus antes que o
Universo fosse criado.
Quem busca a evolução espiritual
deve diariamente praticar o exercício da autoanálise. Nas palavras do Apóstolo
Paulo: “Examine-se, pois, o homem a si
mesmo” (1Co 11.28). Nas palavras de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.
Esse exercício é sempre a melhor
metodologia para ascender ao próximo degrau da elevação do Ser. Existe uma
quase unanimidade em afirmar que o melhor horário para esse exercício é sempre
antes de se recolher ao sono. Na oração noturna sempre devemos prestar conta
daquela fração de vida compreendida entre o momento que saímos da cama e aquele
quando nos retornamos a ela.
A autoanálise tem uma função
vital no processo de evolução espiritual. É sempre o melhor método para se
aparar as arestas da pedra bruta. Na medida em que praticamos esse exercício,
descobrimos que sempre existe alguma ponta ou saliência indesejada que precisa
ser removida pelo cinzel e pela marreta da lei, da moral, da razão e do
alinhamento vocacional.
Se o exercício físico produz dor
nos músculos da carne, correspondentemente, o exercício espiritual produz dor
no tecido da alma. Amiúde, na rotina de se exercitar, você vai se deparar com
uma dor indecifrável proveniente dos rincões mais profundos do seu Ser. Não
perca tempo! Pergunte à sua alma: ‘o que está acontecendo?’
Naturalmente sua mente racional
vai tentar te proteger alegando suas razões. A auto piedade e a auto
justificação aparecerão no tribunal para testemunharem a seu favor. Será aberta
a sessão do tribunal da consciência onde a sua racionalidade vai advogar em
favor do seu conforto existencial, o que na maioria das vezes significa
permanecer jogando para debaixo do tapete das emoções os entulhos mais
esquisitos. Sua razão vai articular afirmando à sua consciência que você não
fez nada de errado. Vai tentar te convencer de que quando você deu aquela má
resposta, ou cometeu aquela infração, você estava com a razão e que era aquilo
mesmo que você deveria ter dito ou praticado.
Todo mundo já viveu algo assim!
Suponha que a sua racionalização te convença de que, o que você fez, foi a
coisa certa, e mesmo estando com a ‘razão’ do seu lado, você ainda não está
conseguindo dormir em paz. Seu coração continua apertado e a dor proveniente do
âmago do Ser ainda persiste.
Não abandone o exercício! Saiba
que você está queimando ‘gorduras da alma’, e que ela em função dessa
atividade, ficará mais forte e mais saudável. Repita novamente a pergunta, mas
dessa vez, em penitente atitude de oração, direcione o questionamento ao mais
profundo do seu coração.
Aprenda que Oração é falar com o
Deus Vivo. Entenda que o Deus Vivo não habita templo feito por mãos do homem
(At 17.24).
Oração é falar com o Deus Vivo
que mora dentro de você. Enquanto você fala com Deus, seu espírito também
escuta a oração e a resposta sincera sempre vem! Existem respostas que vem de
Deus, mas a maioria das respostas são conclusões que você já sabe, precisando
apenas de se lembrar delas.
O Deus Vivo, nas habitações da
sua casa espiritual te faz lembrar daquilo que está oculto e que ainda não
sabes. Não sabe, porque ‘não se lembra’.
“Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a
sabedoria” (Sl 51:6). Davi viveu exatamente essa experiência quando orou a
Deus pela restauração da sua identidade espiritual. O homem segundo o coração
de Deus experimentou o flash de luz, no interior do seu Ser, o que lhe trouxe
sabedoria e redenção.
O seu coração nunca vai te
enganar. Seu espírito tomará sua consciência pelas mãos e te levará exatamente
ao lugar onde você desafinou a sinfonia da vida, ao lugar onde você quebrou os
protocolos da existência. Nesse processo você vai perceber que por detrás dos
nossos erros sempre está a sombra negra do egoísmo.
A partir desse momento você vai
parar de olhar somente para suas próprias razões. Vai notar que o mundo não
gravita à sua volta e que o outro também tinha as razões dele, ou que talvez o
outro, assim como você, também não se encontrava em seu melhor dia e por isso
também não foi a melhor pessoa, e que também, como você, precisa de redenção.
O seu coração vai revelar o seu
pecado e vai ordenar a sua penitência. Um pedido de perdão seguido de reparação
é sempre a melhor solução para recolocar o trem da vida nos seus devidos
trilhos.
Você vai perceber que por não
mais haver um leito para a dor, ela simplesmente vai embora, sem se despedir e
levando consigo o espinho que outrora estava fincado no seu coração. Ela sai de
você, sem que você perceba o momento exato em que ela saiu. Em pouco tempo você
simplesmente constata: ‘Cadê a dor que estava aqui?’ Nessa constatação está a
silenciosa fala da vida te dando uma nova chance: ‘eu confio em você’.
Extraído do livro: GÊNESIS DESVENDADO
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Cesar de Aguiar
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Gênesis Desvendado: A revelação dos profundos mistérios da criação estudados em consonância com a ciência e a tradição judaica.