domingo, 15 de junho de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - II SAMUEL




II Samuel:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Autor Desconhecido.

- Em qual momento histórico? Indefinido.

- Por que este livro foi escrito? Porque a casa de Davi (Tribo de Judá), finalmente, fir-ma-se com a família real de Israel.

- Para quê este livro foi escrito? Para demonstrar que Deus fez uma aliança com Davi (de dar à sua casa um reinado perpétuo) por causa do fervor do seu coração, da sua fidelidade à aliança e porque ele colocou o seu relacionamento com Deus a-cima de tudo o mais.


Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com

quinta-feira, 12 de junho de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - I SAMUEL




I Samuel:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Autor Desconhecido.

- Em qual momento histórico? Indefinido.

- Por que este livro foi escrito? Porque havia uma questão chave a ser respondida com a instituição da monarquia em Israel: Como pode Israel ter um rei sem, com isso, comprometer o reinado de Deus?

- Para quê este livro foi escrito? Para demonstrar que era possível a Israel ter um rei humano sem, com isso, comprometer o reinado de Deus, desde que o rei respeitasse a aliança e incentivasse seu povo a fazer o mesmo.


Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com

domingo, 8 de junho de 2025

O VÉU RASGADO




“E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” (Mateus 27. 50-51).

O véu do templo sendo rasgado é uma mensagem sutil: a realidade do mundo pode ser desmistificada.

Podemos avançar com intrepidez e ver o que está do outro lado.

 “A primeira revolução acontece quando você muda a sua mente sobre como ver as coisas, e percebe que pode haver outra maneira de olhar para elas que ainda não lhe mostraram. O que você vê depois é o resultado disso, mas essa revolução, esta mudança que se opera em sua maneira de ver, não será televisionada” (Gil Scott-Heron).


Cesar de Aguiar 


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quinta-feira, 5 de junho de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - RUTE

 Rute:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas (mais especificamente para os que viveram na época do rei Davi).

- Por quem foi escrito (autor)? Autor Desconhecido.

- Em qual momento histórico? O livro foi escrito num período em que havia forte controvérsia em torno da questão se o rei deveria ser da casa de Davi (Tribo de Judá) ou da casa de Saul (Tribo de Benjamim).

- Por que este livro foi escrito? Porque inicialmente era muito frágil a reivindicação de Davi ao trono, pois, dentre outros problemas, havia um ascendente moabita em sua genealogia (isto é, Davi não tinha sangue “puramente” judeu).

- Para quê este livro foi escrito? Para legitimar a monarquia davídica. O livro mostra que um estrangeiro pode ser fiel ao Senhor e obter filiação plena em Israel e que qualidades como lealdade e fidelidade à aliança em um estrangeiro (que vivia em meio a uma geração incrédula) podem servir de modelo para a obediência de Israel ao Senhor.


Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com

 

domingo, 1 de junho de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - JUIZES





Juízes:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas (mais especificamente para os que viviam na época do rei Davi).

- Por quem foi escrito (autor)? Autor Desconhecido.

- Em qual momento histórico? Os assuntos tratados em Juízes sugerem que o livro foi composto num período em que havia forte con-trovérsia em torno da questão se o rei deveria ser da casa de Davi (Tribo de Judá) ou da casa de Saul (Tribo de Benjamim), pois Israel tinha duas famílias reais (quando Davi reinou em Hebron, Isbosete reinou no Norte). O livro termina com relatos que comprometem severamente a reputação da Tribo de Benjamim.

- Por que este livro foi escrito? Porque os leitores (que eram de uma geração poste-rior aos relatos deste livro) enfrentavam a sua própria crise ao guardarem a aliança e, também, porque não tinham certeza a qual família real apoiar.

- Para quê este livro foi escrito? Para que as narrativas de sucessos e fracassos de Is-rael (frutos de sua obediência ou desobediência a Deus) tranqüilizassem e encorajassem a nova geração e se manter fiel à aliança; e, para que Israel apoiasse o rei que os conduzisse ao relacionamento com Deus.


Cesar de Aguiar 


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quinta-feira, 29 de maio de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - JOSUÉ



Josué:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Autor Desconhecido.

- Em qual momento histórico? Após a morte de Josué.

- Por que este livro foi escrito? Porque a conquista da terra prometida estava incompleta e Israel já não tinha um outro grande líder como Moisés e Josué.

- Para quê este livro foi escrito? Para lembrar a história do admirável cumprimento das promessas do Senhor através do seu servo Josué (visando reavivar na alma do povo a promessa divina de possuir toda a terra de Canaã) na esperança do surgimento de algum outro servo fiel que pudesse conduzir os israelitas à vitória sobre todos os inimigos que ainda restavam.


Cesar de Aguiar 


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domingo, 25 de maio de 2025

O VÉU DINÂMICO



O Véu da Realidade é a forma como enxergamos o mundo e de forma pessoal, cada ser humano tem sua própria abordagem do Véu.

O Véu de Maya tem uma espessura diferente para momentos diferentes da vida, e o Véu nunca se manifesta da mesma forma e com a mesma espessura para os mesmos momentos e da mesma forma para todos os seres humanos.

Mas como definir a espessura do Véu?

Fica simples quando entendemos que a evolução espiritual desgasta o tecido do Véu até o seu completo rompimento.

O tecido do Véu da Realidade tem a sua espessura proporcional ao amor que uma pessoa tem para com o mundo. “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6:21).

Na medida em que o homem ama o mundo, essa é a medida da espessura do Véu da Realidade. Na medida em que o homem se afasta do mundanismo, essa é a medida da espessura do véu da realidade.

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há” (1Jo 2:15). Perceba que pessoas avarentas, amantes do dinheiro, amantes da fama, das vaidades e dos prazeres da vida; pessoas ligadas demais ao trabalho, às guerrinhas pessoais e corporativas; perceba que essas pessoas tem a tendência de não darem importância para a evolução da vida espiritual. Mesmo que digam o contrário, suas ações provam o que na verdade elas são. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20).

Infelizmente, pessoas assim não enxergam sentido na transcendência; não conseguem se interessar pela vida orientada pela revelação dos mistérios do Criador.

Tratar a transcendência como algo sem sentido é um claro sintoma de que essas pessoas estão se comportando de forma avessa ao comportamento de Abraão.

O Pai da Fé, embora sendo um homem muito rico, não quis construir nada no mundo que o fizesse se enraizar. Optou por ser uma árvore de raiz rasa. Não quis aprofundar raízes emocionais nesse mundo, pois esperava pela manifestação do mundo real (Hb 11:8-10).

Na medida em que o homem se desapega da materialidade e dos prazeres efêmeros, naturalmente o Véu da Realidade vai perdendo espessura, ficando cada vez mais fino, até que a pessoa consiga perceber a que movimenta as sombras do outro lado, e por fim veja a realidade como um todo.

Debaixo do Véu, em função da variação de sua espessura, tudo caminha para escuridão.

Equivalente à metáfora do mergulhador sob as águas do Lago das Águas Primordiais, na medida em que se afasta da superfície do lago, o mergulhador, envolvido pela turbidez das águas, vai sendo engolido pela completa escuridão.

Assim também se dá com a espessura do véu e com o estabelecimento das trevas, sob a sombra da irrealidade. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tg 1:17).

Existem conclusões que podem parecer óbvias mas não são.

Por mais que todos (ou se não todos, com certeza a maioria) concordem que devemos desacelerar e procurar viver uma vida mais simples e que se deve vencer a usura fazendo caridade ao próximo. Por mais que esses bons pensamentos nos pareçam óbvios, não é assim que a maioria dos humanos vivem suas vidas.

A ‘roda viva’ parece ser movida apenas por impulsos materiais, e assim o sentido da existência perde a sua essência, seu mais primitivo sentido superior.

O que deveria ser uma jornada de aprendizado, de metamorfose interior, passa a ser um rolo compressor alimentado pelo combustível da cobiça, do egoísmo e do hedonismo.

Viajando em direção ao fundo do Lago das Águas Primordiais o homem é envolvido pelas densas trevas. Perdendo a percepção do sentido da vida extraordinária que o Criador desenhou para ele, esse homem, através de suas escolhas, torna cada vez mais espesso o Véu da Realidade.

Sob o grosso Véu, as noções ancestrais sobre a vida e a morte são explodidas, e nada mais resta além de um imenso vazio existencial. Um lugar dentro do peito que parece ter sido habitado por vozes de outra estação. Um vazio que parece ter sido habitado um dia, mas que agora é um mundo abandonado.

Esse vazio existencial é um espaço maior que o Universo, criado por Deus, para ser morada para Si.

Pessoas muito arraigadas ao materialismo, podem até ter um conhecimento inteligente e profundo acerca de Deus e seus atributos, todavia o apego às paixões desse mundo impedem que esse conhecimento teórico atue no sentido de se aplicar o caratér de Deus à maneira de viver.

Para pessoas assim, Deus existe apenas como uma teoria que não se aplica à vida.

Infelizmente, pessoas que conhecem um conceito correto de Deus e não aplicam as Escrituras à vida pessoal, estão fadadas a cometerem o pior dos erros, o de tornar Deus como parte da matéria invisível que engrossa a espessura do Véu da Realidade.

Deus como teoria é reduzido a tecido do Véu.

Deus como vida prática rasga o Véu e mostra Sua verdadeira face.

 

Cesar de Aguiar 


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quinta-feira, 22 de maio de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - DEUTERONÔMIO



 Deuteronômio (“Segunda Lei” ou “Repetição da Lei”):

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Moisés.

- Em qual momento histórico? Antes da entrada de Israel na terra prometida.

- Por que este livro foi escrito? Porque os israelitas precisavam ser preparados para entrar na terra prometida e nas promessas da aliança.

- Para quê este livro foi escrito? Para instruir o povo a amar e a obedecer a Deus e a vi-ver de forma santa e piedosa na nova terra; e, para confirmar Josué como o novo líder de Israel, esco-lhido por Deus para dar continuidade aos Seus planos.


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com

domingo, 18 de maio de 2025

QUEM TEM OLHOS PARA VER, VEJA


 


“E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis’. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mt 13:14-16).

 

Enquanto houver o Véu, haverá consolo para os cegos. Dentro da suposta realidade pode-se encontrar a falsa sensação de felicidade.

Existe um caminho largo para quem não quer ver a luz e é muito fácil adensar o Véu da Realidade.

Eis a receita para se engrossar o Véu: - Basta ser devoto ao espírito desse século: amar o dinheiro acima das pessoas, fazer de Deus um mero caminho para se conseguir coisas, colocar os próprios interesses acima da consciência.

“E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus” (Lc 12:16-21).

Essa parábola nos apresenta a história de um homem que engrossou o Véu até o seu limite máximo, a ponto da voz de sua consciência mística o convidar para assumir seu lugar na fila dos clientes de Caronte.

Esse homem se tornou tão escravo de seus objetivos pessoais, que não conseguia enxergar nada além dos resultados de suas conquistas materiais.

A culpa da sua perdição não foi o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. Muitos interpretam essa passagem erradamente afirmando que ‘o dinheiro é a raiz de todos os males’. Essa frase está completamente errada. Não há nada de errado com o dinheiro, pelo contrário, ter dinheiro é muito bom! O problema é o “amor ao dinheiro”: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6:10).

Não se deve depositar amor em nada mais além de Deus e o próximo: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12:30,31).

Tudo se trata de Motivação.

O que te motiva?

Jesus disse: “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12:34).

A motivação é o combustível que aciona seus pés para caminhar em direção às coisas que você mais ama. Loucos são aqueles que mudam os seus motivos por causa do dinheiro.

Para os loucos, se o véu da realidade se romper, a dor da existência será insuportável.


Cesar de Aguiar 


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quinta-feira, 15 de maio de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - NÚMEROS





Números – Na Bíblia Hebraica este livro é chamado de “No deserto”:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Moisés.

- Em qual momento histórico? Antes da entrada de Israel na terra prometida.

- Por que este livro foi escrito? Porque os israelitas precisavam ser preparados para entrar na terra prometida e nas promessas da aliança.

- Para quê este livro foi escrito? Para exortar a geração nascida no deserto a perseverar na fé e na obediência que faltaram aos seus pais (pecados pelos quais Deus os fez peregrinar 40 anos no deserto).


Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com

domingo, 11 de maio de 2025

O VÉU SEGUNDO ARTHUR SCHOPPENHAUER




Schoppenhauer afirmava que as principais ferramentas do Véu da Realidade são o Amor e a Moral. O Amor porque sentimos a necessidade de levar adiante a perpetuação da raça humana. A Moral, porque existe uma abordagem cultural no sentido de tentar colocar nossos pés no chão.

Nascemos com os pés nas nuvens, tão longe da fantasia da ‘realidade’.

A Moral atua nos puxando para a ‘suposta realidade’, nos obrigando pouco a pouco a se comprometer com o ‘mundo real’; a tratar das coisas da vida.

A Moral é quem diz: ‘abra seus olhos e não se embaralhe no mundo dos sonhos’.

Os adultos deveriam aprender com as crianças! Um profeta sintetizou essa pedagogia, tão inversa à forma de como caminha a humanidade: “E um menino pequeno vos guiará” (Is 11:6). 

As crianças enxergam melhor que os adultos porque ainda não deu tempo de serem engolidas pela roda viva da realidade.

Ser adulto é ser um cego funcional.

O Reino dos Céus, a superfície do Lago das Águas Primordiais pertence às crianças: “Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus” (Lc 18:16).

Para Schoppenhauer tudo é mundo dos sonhos, afinal, todas as coisas estão sob a espessura do Véu da Realidade.

O Véu se torna cada vez mais espesso na medida em que nos afastamos da criança primordial.

Porque nos tornamos adultos, com noções cada vez mais profundas de Amor e Moralidade, é que estamos fadados a dependermos do Véu de Maya para suportarmos o peso da existência.

 

A CORAGEM DE SER SOB O VÉU

 

“Achamos que somos mestres do mundo e de nós mesmos. Mas, na verdade, fazemos parte da realidade que criamos, objetos entre objetos, coisas entre coisas, parte da engrenagem da máquina universal, à qual devemos nos adaptar para que ela não nos esmague. Essa adaptação nos transforma em meios para fins que também, por sua vez, são meios, sem finalidade alguma” (Paul Tillich).

O ser humano foi e continua sendo alfabetizado pela roda viva da realidade. Todo ser humano possui a vontade de se impor como ser individual ante seu próximo. Motivados por essa vontade, enfrentam as adversidades da vida procurando seu momento de glória, de conquista, os cinco minutos de fama. Todos procuram a possibilidade de “ser”, e de encontrar sentido para a própria existência. Essa força de vontade (a vontade de ser), é a ‘mãe’ da ‘coragem de ser’.

Friedrich Nietzsche usou um conceito para descrever a principal força motriz em seres humanos: a Vontade de Poder ou Vontade de Potência, que na interpretação do filósofo seria a realização, a ambição e o esforço para se alcançar a posição mais alta possível na escadaria da vida.

O Véu da Realidade apresenta sua cartilha e os alunos sob o Véu aprendem a ‘ler’ a realidade a partir da lógica do consumo.  A auto-afirmação é buscada na escravidão do “ter”, e é a partir da lógica do consumo que os comportamentos são modelados sob o Véu.

Pela abordagem capitalista o homem passa enxergar o mundo por outra lente, e pela influência dessa visão de mundo, ele remodela seu comportamento. O bombardeio das propagandas comerciais escreve novos conceitos para se viver em sociedade.

Segundo o publicitário brasileiro Nizan Guanaes: “Nike é um estilo e uma visão de mundo”. Nesse texto de Guanaes, a “Nike” é tomada como exemplo para expressar a escravidão da moda e do consumo.

Tudo aquilo que se torna objeto do desejo de todos, passa a ser mais que uma forma de se sentir bem, mas uma condição preliminar para se pertencer à sociedade humana.

Quem compra um ‘Nike’, não compra um tênis; nesse sentido quem compra um ‘Nike’, não está necessariamente preocupado com o conforto dos pés, mas sim, estão buscando encontrar o ‘Ser’. “Eu tenho raiva do mundo, Eu tenho raiva de mim. Eu tenho raiva de tudo, tudo o que eu não posso ter” (Herbert Viana, na música Carro Velho).

A motivação da vida deixa de ser a evolução do espírito e se torna uma corrida rumo ao pódio do reconhecimento por aquilo que se tem.

“O que mais me surpreende na vida é o homem, pois perde a saúde para juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde. Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba por não viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido” (Dalai Lama).

As coisas perdem seu sentido material e se revestem de individualidade. O homem passa ser definido pelo carro que possui, o adolescente passa a ser definido pelo modelo de celular que usa e a mulher passa a nortear seu comportamento pela ditadura da moda. 

O que era para ser apenas algo que representasse uma forma de se locomover, se comunicar e se vestir, passa a ser mais que isso. As coisas se tornam algo maior. Transformam-se em algo que possibilita o reconhecimento pessoal nas relações com aqueles que vivem sob o mesmo tabu.

O ‘Ter’ se torna a premissa fundamental do ‘Ser’.

Desgraçadamente o ser humano se torna uma coisa, e as coisas se revestem de ‘humanidade’ numa esmagadora interpretação da realidade.

Essa é a definição de Véu de Maya na filosofia de Paul Tillich: a realidade sendo percebida a partir de uma lógica onde tudo se define pela ditadura do ‘Ter’ em detrimento do ‘Ser’. Coisas passam a ter mais valor que pessoas.

Numa sociedade cristã, onde os princípios mais elementares do Cristianismo deveriam ser empregados, somos surpreendidos por comportamentos absurdamente profanos. 

A igreja local, copiando o mundanismo também passa a pautar seu comportamento pela lógica do consumo e por isso vivem sob o grosso véu da ilusão; pensam que estão adorando a Deus construindo suntuosos templos, mas não estão. Quase sempre preferem reformar as paredes do local de reunião, ou instalar novos aparelhos de ar condicionado, ou trocar o acolchoado das cadeiras em detrimento de ajudar irmãos de fé, que em dificuldade financeira necessitam de uma peça de roupa, ou de financiar a educação escolar do filho, ou mesmo de alimentar o estômago.  A cadeira nova se torna mais importante que uma lata de leite em pó.

Coisificam pessoas enquanto personificam coisas.

O caráter do cristão fica adoecido em função da incompetência de se enxergar de forma metafísica a realidade além do Véu.

Os que deveriam ser santos são transformados em mundanos: fazem a vontade do espírito desse século, enquanto enganosamente pensam que estão fazendo a vontade de Deus.

“O homem para quem tudo isso foi inventado como meio, tornou-se um meio ele próprio, a serviço dos meios” (Paul Tillich). 

Para Tillich, a auto-afirmação a partir do princípio dos Evangelhos é o poder que torna possível a autoafirmação do ser humano.

Somente um ato de fé é capaz de arrebatar o homem das correntes que o prendem: “Ser como uma parte em tal igreja é receber uma coragem de ser, na qual podemos perder nosso eu, e na qual recebemos nosso mundo”.

Perdendo o eu, ou seja, anulando o egoísmo, o homem se habilita a receber o ‘nosso mundo’: o mundo real, que pode ser apreciado além do véu da realidade.


 Cesar de Aguiar 


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quinta-feira, 8 de maio de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - LEVITICO



Levítico (“a respeito dos levitas”):

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Moisés.

- Em qual momento histórico? Antes da entrada de Israel na terra prometida.

- Por que este livro foi escrito? Porque os israelitas precisavam ser preparados para entrar na terra prometida e nas promessas da aliança.

- Para quê este livro foi escrito? Para orientá-los a como cultuar o Deus santo, santo, santo; para estabelecer o alto nível de santificação pessoal que Ele exige do seu povo; para ensiná-los acerca da gravidade do pecado e como vir à presença de Deus.


Cesar de Aguiar 


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domingo, 4 de maio de 2025

OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO - EXODO




Êxodo (“saída” ou “partida”) – Também é chamado de “O Livro da Aliança”:

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Moisés.

- Em qual momento histórico? Antes da entrada de Israel na terra prometida.

- Por que este livro foi escrito? Porque os israelitas precisavam ser preparados para entrar na terra prometida e nas promessas da aliança.

- Para quê este livro foi escrito? Para orientá-los a adorar somente a Deus (que os libertou do Egito e os conduziu pelo deserto); para especificar os termos do relacionamento entre o Deus santo e o seu povo; e, para preservar por escrito as palavras da aliança.


Cesar de Aguiar 

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quinta-feira, 1 de maio de 2025

O VÉU DE MAYA

 


Véu é um fino tecido branco ou de qualquer outra cor que desempenhe a função de encobrir as coisas enquanto esconde a visão do observador.

O Véu da Realidade são as ilusões, são as coisas com as quais nos nutrimos todos os dias. É a forma sensorial de ver o mundo.

Em defesa do Véu de Maya podemos dizer que na verdade, não existe um único ser humano que não carregue uma ilusão consigo. Afinal, a ilusão é tão necessária quanto a própria realidade.

A ilusão é um bem, uma bênção capaz de encobrir a crueldade existente no mundo. É um remédio eficaz para muitas das feridas da alma humana e certamente a vida seria insuportável sob o peso esmagador da racionalidade.

Certamente por isso Salomão aconselha: “Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. Que beba, e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais” (Pv 31:6,7).

O véu da ilusão tem a capacidade de tirar o árduo fardo que a existência nos imputa. Por isso, quando o peso da vida nos assalta, temos a viciante necessidade de fugir da realidade.

Com o tempo percebemos que o ser humano é um fujão!

Da mesma maneira que Adão se escondeu de Deus, fugindo da nova realidade que o pegou de assalto, fugir da realidade continua sendo a única coisa que o homem faz o tempo todo com a sua vida.

“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: ‘Onde estás?’ E ele disse: ‘Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me’” (Gn 3:7-10).


Cesar de Aguiar 


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domingo, 27 de abril de 2025

O MITO DA CAVERNA

 


 

A Parábola da Caverna pode ser lida na obra de Platão intitulada A República (Livro VII).  Essa parábola pretende ilustrar um caminho para a libertação da consciência humana da escuridão que a aprisiona e nada é mais atual que esse texto milenar!

Platão nos conta que havia um grupo de pessoas vivendo em uma imensa caverna. Todos eles nasceram e cresceram ali. Tendo seus braços, pernas e pescoços aferrolhados por correntes, ficavam totalmente imobilizados e por isso olhavam unicamente para a parede ao fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si próprios.

Às costas dos prisioneiros havia uma fogueira, apartada deles por uma parede baixa. Na retaguarda dos prisioneiros e à frente da fogueira passavam pessoas carregando objetos que representavam "homens e outras coisas viventes".

Por detrás da parede, o desfile acontecia de forma que os corpos dos caminhantes não projetavam sombras. As sombras projetadas eram apenas dos objetos carregados por eles. Dessa forma, tudo que os prisioneiros viam eram as sombras dos objetos que os caminhantes carregavam.

Na parede eram projetadas as sombras de cavalos, cães, gatos, toda sorte de animais e seres humanos vestidos com todo tipo de roupa. Além das imagens, no interior da caverna ecoavam sons que vinham de fora.

Os prisioneiros, ‘com razão’, associavam os sons às sombras. Pensavam que os sons eram as falas das sombras projetadas.

Para aqueles encarcerados, aquelas sombras era a realidade.

Porém, certo dia, um dos presos se libertou e saiu para o mundo exterior.

O primeiro contato com a luz incomodou o ex-encarcerado. Sua surpresa ao ver uma imensa diversidade de formas e cores deixou aquele egresso imensamente assustado, fazendo-o desejar voltar para a caverna. Todavia ele permaneceu do lado de fora por um tempo, se admirando com as descobertas que estava fazendo.

Maravilhado com tudo aquilo, o ex-prisioneiro se lembrou de seus companheiros de caverna e para lá voltou com o intuito de compartilhar com eles a novidade do mundo exterior. Como era de se esperar, os encarcerados não acreditaram em nada daquilo que lhes foi contado. Chamaram o mensageiro de louco, e para evitar que suas ideias ‘deturpassem’ outras pessoas, os prisioneiros assassinaram o libertador.

Certos de que aquilo que enxergavam era a única realidade que havia, os prisioneiros optaram ‘racionalmente’ por viverem em condição de ignorância, ‘confortavelmente’ imobilizados pelo senso comum. 

Para os prisioneiros, ‘o verdadeiro mundo real’, era apenas aquilo que conheciam baseados na percepção dos sentidos.

O Mito da Caverna serve de base para explicar o conceito do senso comum em oposição ao senso crítico.

Para Platão, o mundo sensível é aquele que pode ser experimentado a partir dos sentidos físicos: tato, olfato, audição, paladar e visão, onde residia a falsa percepção da realidade.

Para o filósofo, os seres humanos deveriam se libertar dos grilhões da falsa percepção sensorial para alcançar o mundo inteligível. Esse mundo era atingido apenas através das ideias, ou seja, da evolução da consciência racional.

A verdadeira realidade só seria atingida quando o indivíduo passasse a perceber as coisas ao seu redor a partir do pensamento racional e crítico.

“Uma vida não questionada não merece ser vivida” (Platão).


Cesar de Aguiar 

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quinta-feira, 24 de abril de 2025

O VÉU DA REALIDADE

 


Denominam-se Vedas as quatro obras do Induísmo compostas em Sânscrito: o Rigveda, o Yajurveda, o Samaveda e o Atarvaveda.

Na filosofia védica, os hindus chamam o Véu da Realidade pelo nome de Véu de Maya, pois assim está escrito.

Maya é o nome de uma deusa, que na religião hindu representa a ilusão em todas as suas nuances. O Véu de Maya é a ilusão do mundo físico.

De acordo com os Vedas, a deusa Maya joga um véu sobre o deus Brahman, que é a última fronteira da realidade.

Para além do Hinduísmo, O Véu de Maya é um conceito que se repete, de formas diferentes em várias religiões do mundo.

Um pouco diferente da tradição hindu, na abordagem budista, o Véu de Maya está ligado ao esquecimento das reencarnações. Segundo o Budismo, Maya lança seu véu sobre a consciência da alma humana para que esse homem não se lembre das vidas que viveu no passado. Enquanto no Hinduísmo o Véu de Maya tem uma abordagem para o agora, no Busdismo, ele trata do necessário esquecimento das vidas passadas.

Não é o tema desse livro se ater à apologética do Cristianismo. Por isso iremos nos apoiar no necessário, usando a definição do hinduísmo apenas com a finalidade de buscar uma explanação clara, enquanto procuramos a ligação com a doutrina dogmática da religião Cristã.

O Véu de Maya é “o Véu da Ilusão”, conforme citado por Arthur Schopenhauer: o véu é “o mundo enquanto representação, submetido ao princípio de razão”.

O filósofo diz que somos levados a perceber que o mundo é puro fenômeno ou representação. Nada é de fato real e tudo são sombras de uma realidade oculta aos olhos humanos, que se manifesta de forma semelhante às sombras percebidas como realidade final pelos encarcerados no Mito da Caverna, de Platão.


Cesar de Aguiar 

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domingo, 20 de abril de 2025

OS LIVROS BÍBLICOS - GENESIS




As informações abaixo são bastante simplificadas; apenas uma visão geral dos livros bíblicos (com ênfase na aliança). O Pregador diligente desejará confirmar estas informações e avançar no estudo do texto, do contexto histórico e dos propósitos dos livros.


OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

01. Gênesis (“origem” ou “princípio”):

- Para quem foi escrito este livro? Para os israelitas.

- Por quem foi escrito (autor)? Moisés.

- Em qual momento histórico? Antes da entrada de Israel na terra prometida.

- Por que este livro foi escrito? Porque os israelitas precisavam ser preparados para entrar na terra prometida e nas promessas da aliança.

- Para quê este livro foi escrito? Para incentivá-los a confiar somente em Deus (Cri-ador dos céus e da Terra) e a se manterem fiéis à aliança que Ele fez com Abraão (observando seus es-tatutos e mandamentos).


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com

quinta-feira, 17 de abril de 2025

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

 



“Palavras secretas de Hermes: É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro. O que está em baixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma coisa única. Assim como todas as coisas foram e procedem do Um, pela mediação do Um, assim todas as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação” (axioma da Tábua de Esmeralda de Hermes Trimegisto).

Todos os fenômenos físicos estão ligados por uma cadeia de ação e reação. Tudo está interconectado e conjuntamente formam uma unidade.

As leis que governam fenômenos nos confins de uma galáxia são as mesmas leis que governam o funcionamento do nosso planeta. A forma como o vento sopra sobre a terra, e a forma como os neurônios do seu cérebro se comportam são regidos pelos mesmos princípios que ordenam a formação de uma nova estrela e a rota dos cometas.

Tudo é a mesma coisa porque tudo é formado dos mesmos elementos químicos e regidos pelas mesmas leis da física. Trata-se apenas de combinações atômicas diferentes, e da forma como essas ligações se comportam para formar novas substâncias.

Todos os átomos do universo são todos os mesmos átomos da tabela periódica, nem mais, nem menos. “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (Antoine Lavoisier).

Nesse sentido, a matemática e a física são matérias soberanas, e suas equações têm a capacidade de expressar o funcionamento de tudo o que existe.

“Assim na terra como no céu”, “nada há de novo debaixo do sol” pois, “o que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará” (Ec 1:9

REALIDADE EM CAMADAS 

O ser humano é o universo em miniatura.

Tudo que existe é orientado pela máxima de Jesus: “assim na terra como no céu” (Mt 6:10) ou seja “pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11:3).

Tudo que há, existe em camadas de realidade, sendo cópias uma das outras. Descortinar essas camadas é semelhante a retirar as pétalas de uma cebola; retiramos uma pétala e logo aparece outra cuja aparência por mais que se assemelhe à anterior, ainda é diferente. Assim sucessivamente vamos removendo as pétalas até que chegamos ao núcleo do bulbo.

A concepção geométrica usada pelo Grande Arquiteto para a criação do Universo é obviamente superior à nossa limitada compreensão. Estar diante de tamanha grandeza nos paralisa de admiração.

O Apóstolo dos Gentios, tão pasmado quanto qualquer um de nós, exprimiu esse sentimento de estupefação na carta que escreveu aos cristãos de Roma: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?” (Rm 11:33,34).

A mente do Criador projetou um arrojado sistema de proporção e correspondência que pode ser percebido a partir de dois pontos: o Concreto e o Simbólico-Abstrato. Somente através da percepção dessas abordagens é que poderemos avançar rumo ao conhecimento dos mistérios do universo.

Essas abordagens são equivalentes, todavia nossa percepção do que é concreto e do que é simbólico-abstrato varia de acordo com a realidade.  Perceba que a chuva faz correspondência às lágrimas, que os rios fazem correspondência à corrente sanguínea, que as sete cores do arco-íris fazem correspondência às sete notas musicais e que a progressão musical faz um paralelo com a sequência numérica de Fibonacci.

Leonardo Fibonacci foi um matemático italiano, que nasceu em 1170, e morreu depois do ano de 1240. Ele é considerado por alguns historiadores como o maior matemático ocidental da Idade Média. Entre todos os seus trabalhos, a sua maior descoberta foi uma sequência numérica que leva o seu nome. A sequência de Fibonacci foi constatada a partir da observação da reprodução de coelhos; essa sequência começa com o número 1 e continua somando o número da vez com o seu anterior. Assim, o segundo número na sequência também é 1 e logo:

1

1

1+1=2

2+1=3

3+2=5

5+3=8

8+5=13

13+8=21

21+13=34

34+21=55

55+34=89 e assim infinitamente.

A Sequência Fibonacci é um perfeito exemplo de que existe correspondência em tudo que existe no universo. Tudo é correspondente e equivalente.

O que a concha de caramujo tem a ver com as presas do elefante? O que o rabo do camaleão tem a ver com a flor do girassol? O que o fruto da pinha tem a ver com a disposição dos versos da Ilíada de Homero? Ou o que a Monalisa tem a ver com a disposição dos blocos de pedra usados na construção das Pirâmides do Egito? Tudo que foi citado é equivalente e é comandado pela mesma lei numérica: tudo se explica pela sequência numérica descoberta por Leonardo Fibonacci.

Deus criou todas as coisas usando princípios matemáticos: “Assim na terra como no céu”. Trouxe a existência um universo construído em camadas e que se explica de forma fragmentada a partir da Fé: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11:1).

Aquilo que a ciência ainda não explica, poderia ser mais rapidamente explicado se os cientistas usassem a fé como ferramenta de trabalho.

Acerca de Abraão o texto de Hebreus se aprofunda dizendo: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb 11:8-10).  Abraão não quis investir seus recursos financeiros nessa camada de realidade, optando por não criar raízes nesse mundo. Ele habitou sua própria terra como se fosse terra alheia e morou em cabanas porque não queria construir nada que fosse definitivo na terra. É por isso que Abraão não construiu um palácio. O Pai da Fé não queria nada que tivesse seus alicerces fincados no chão, afinal, seus pés não estavam na terra.

Abraão e seus filhos não queriam nada que os prendessem nesse véu de realidade. Esses homens extraordinários entenderam que tudo era um reflexo do que estava acima. Eles não queriam amar o reflexo pois almejavam a realidade superior.

 

O PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA  (já usado no video A ORIGEM DE EVA COMO CORRESPONDENCIA DA ORIGEM DA IGREJA)

 

O Princípio da Correspondência de Hermes Trimegisto assegura: “O que está em cima é como o que está em baixo; e o que está embaixo é como o que está em cima”.

Deus fez o homem à Sua imagem e à Sua semelhança: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Se Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança, o que mais não seria correspondente?

Na continuidade do Livro de Gênesis vemos que o conceito de correspondência é passado do Criador para a coroa da sua criação: “E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe colocou o nome de Sete” (Gn 5:3O).

Deus fez Adão à Sua imagem e Semelhança, logo Adão fez Sete à sua imagem semelhança. Note que Adão é imagem e semelhança de Deus, e que Sete, é imagem e semelhança de Adão.

Tudo está conectado e tudo é equivalente. O que está em cima é análogo ao que está embaixo, logo, o que está embaixo é análogo ao que está em cima.

Não se trata de coisas iguais: são análogas, são imagem e semelhança. Não se assuste se um dia você chegar à conclusão de que a maneira como você pilota o seu carro é imagem e a semelhança da maneira como você dirige a sua própria vida.

Não pasme se um dia você perceber que a arrumação da sua gaveta de roupas íntimas é a imagem e a semelhança da forma que você organiza suas ideias.

Se você começar observar suas atitudes mais triviais, você perceberá que tudo é reflexo de quem você é.

O princípio da correspondência está em tudo! Nós fazemos aquilo que somos e somos aquilo que fazemos.

Devemos usar esse princípio a nosso favor! O Princípio da Correspondência deve ser utilizado como forma de treinamento para obtenção de sucesso.

Se você quer organizar a própria vida comece organizando a sua gaveta de camisas; se você quer cuidar da sua saúde espiritual comece cuidando da sua saúde física.

Quer mudar o mundo, comece mudando sua maneira de viver.

Não se trata de apenas força de vontade; é ação.

Seja a mudança que você deseja para o mundo.

Reproduza no mundo físico aquilo que você quer conquistar no mundo espiritual.

Quando você se move em um plano você gera correspondência em outro plano, “assim na terra como no céu”.


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com

domingo, 13 de abril de 2025

A igreja e sua relação com os anjos

 

a-   se receber doutrinação de anjos.

Existe a possibilidade de se fraudar o Evangelho.

 

2 Coríntios 11:13-15

13 Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.

14 E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.

15 Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.

 

Os mórmons baseiam seus ensinamentos em doutrinação de anjos.

Paulo exorta a igreja a prestar atenção aos maus obreiros

e na capacidade que eles poderiam ter

de operar maravilhas para que os objetivos do diabo fossem alcançados.

Tudo o que o diabo quer é fraudar o ensino do Evangelho,

afinal, toda a obra de Cristo se resume no Evangelho da Graça.

 

Se o diabo frauda o ensino do Evangelho,

ele está conseguindo afastar as pessoas

do que é o sentido de existir todo o universo:

a glorificação do nome de Deus.

 

Se um anjo das trevas foi capaz de produzir mudez em uma criança,

naturalmente,

se fosse em função de seu propósito,

esse demônio simplesmente desamaria essa criança.

 

Essa tática de satanás,

de prender e soltar,

em função de seus planos mais arrojados,

era conhecida dos fariseus contemporâneos de Jesus.

Certa vez eles acusaram a Jesus

de praticar milagres pelo príncipe dos demônios.

 

Isso deixa claro para nós que,

para promover engano,

o diabo cura e faz o bem aparente.

Em troca, aprisiona a pessoa na idolatria.

Um pecado que afronta de frente a graça do Evangelho.

 

O diabo faz milagre em lugares

onde não se tem compromisso com a plenitude do Evangelho

objetivando aprisionar pessoas a falsos pastores e falsos apóstolos.

 

Milagre não confirma pregação errada.

Se a pregação está errada, o milagre é do diabo.

 

Entre milagre e Bíblia, fique com a Biblia.

Gálatas 1:8 – “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”.

 

Anjo de Deus não fala em boca de profeta.

Nunca é de Deus um profeta que começa profetizando assim:

“eis que sou Miguel que fala contigo...”

 

Anjo de Deus não transmite

nova revelação das Escrituras.

 

Quem atua como espírito de falso profeta é o diabo.

 

Deus pode falar conosco através de anjos¿

Claro que sim! Deus fala como quer!

Todavia um anjo nunca irá

comprometer o ensino correto das Escrituras,

e nunca irá tomar a boca de ninguém.

 

 

Se uma anjo vier a falar com voce,

será de forma direta e objetiva,

mesmo que tendo sua aparência disfarçada.

 

Anjos das trevas podem aparecer também!

Dessa forma, nosso guia nunca deve ser aparição de anjo,

mas a Palavra de Deus escrita.

 

b-    Louvor, adoração e oração nunca pode ser dirigido a anjo

Apocalipse 19:10 – “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.

 

Nos tempos de Paulo,

a igreja de Colossos estava sendo atacada por uma falsa doutrina

que incentivava o “culto de anjos”.

Colossenses 2:18 – “Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”.

 

Existem algumas canções que deveriam ser banidas de nosso culto,

por trazerem em suas letras uma menção sutil ao culto de anjos.

 

“tem anjos voando nesse lugar, no meio do povo, em cima do altar...”

“o anjo do senhor esta passeando, está passeando aqui nesse lugar... dá lugar irmão, deixa o anjo do senhor te visitar”.

  

TEXTO USADO NO LIVRO GENESIS DESVENDADO

 

A CRIAÇÃO DAS HIERARQUIAS CELESTES

 

Genesis 2:1 e Êxodo 20:11 nos leva a concluir que as Hierarquias Celestes foram criadas no máximo até o sexto dia. Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos foram criados junto com a criação dos céus, e antes da criação da terra. Todavia, analisando outros textos percebemos que as hierarquias celestiais foram criadas bem no início da semana da criação.

O primeiro versículo da Bíblia é bem sugestivo em dizer que “No princípio criou Deus os CÉUS e a terra”, mostrando que no início da criação foram feitos os céus.

O contraste na forma como os céus e a terra foram criados é notório e podemos percebê-lo no versículo seguinte: “a terra era sem forma e vazia”. Veja isso: Deus criou os CÉUS, mas não concluiu a criação da terra, pois o texto diz que a mesma era sem forma e vazia.

Fica o contraste: a terra era inabitada, porém os céus já estavam estabelecidos com seus habitantes, delegados em suas hierarquias e funções.

“Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faz-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?” (Jó 38.4-7).

Deus respondeu às indagações existenciais do seu servo Jó fazendo uma afirmação muito esclarecedora acerca da criação.

No ato primordial da criação “as estrelas da alva cantavam”, fazendo referência a todas as classes de seres celestiais. Note que esses eventos de louvor dos seres celestiais aconteceram em um tempo anterior à criação do homem, antes do sexto dia.

É essencial saber que: se Deus lançou o fundamento da Terra no dia terceiro (Gênesis 1.9-13), podemos interpretar que os anjos só poderiam ter sido criados entre o primeiro e o segundo dia da criação.

Por essa lógica concluímos que Lúcifer não foi banido dos céus em um tempo anterior à criação do nosso universo, já que tudo indica que as hostes celestes foram criadas entre o primeiro e o segundo dia da criação.

Jó 38:6,7 ensina que os anjos já se rejubilavam quando Deus lançava os fundamentos do universo.

Muito lógico afirmar que o Eterno criou os anjos logo no início do primeiro dia quando “No princípio Deus criou os CÉUS” (Gn 1.1).

Quando o Grande Arquiteto criou os Céus, junto com os céus, Ele criou sua legião de habitantes.


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com