domingo, 6 de agosto de 2023

OS LEGÍTIMOS DOMÍNIOS DO HOMEM SOBRE A TERRA

 

FOI TARDE E MANHÃ

                                           

No primeiro capítulo de Gênesis, por seis vezes o escritor repete a frase: “e foi tarde e manhã, o dia... primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto”.

Para compreendermos como funciona o conceito que o texto quer nos passar é necessário saber que os calendários no mundo ocidental, funcionam de forma diferente do calendário judaico dos antigos tempos bíblicos.

Diferente da nossa cultura occidental o dia de Gênesis não começa pela manhã e termina de tarde. Ele começa pela tarde e termina pela manhã. Podemos perceber que a interpretação transmitida pelo texto é a de que um dia termina quando as trevas da noite são dissipadas pela luz da manhã.

Na lógica de Deus, a luz foi criada para vencer as trevas. Todos os dias, com o nascer do Sol somos relembrados de que a luz é vitoriosa sempre.

O ser inteligente e sensível à mensagem das Escrituras entende que a luz nossa de cada dia é para si, uma mensagem direta: o Sol se levanta e todos os dias destrói o domínio das trevas. Diante de tal premissa, o homem sábio se levanta e segue o exemplo do Sol.

O homem que o Criador colocou no planeta passou a ser o seu Fiel Representante. Como tal, o homem recebeu a incumbência de estabelecer seis domínios sobre a criação:

 

1-     domínio sobre toda a terra

2-     domínio sobre os peixes do mar,

3-     domínio sobre as aves do céu,

4-     domínio sobre os animais que se movem sobre a terra,

5-     domínio sobre todas as plantas e ervas,

6-     domínio sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra.

 

“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.” (Gênesis 1:28-30)

 

Foi assim que o homem se tornou o legítimo governante da Terra. Como Representante do Criador, ele tinha total autonomia de comando sobre a criação natural. E assim ele comandou a natureza até o dia em que rompeu com a confiança que Deus havia nele depositado.

Toda ação tem uma reação e por consequência a queda trouxe desgraça para o homem, para os animais, para o planeta e muito mais. A nível multiuniversal a queda desorganizou todo o arranjo da criação.

A desobediência do homem à expressa ordem de Deus o destituiu de seu cargo e corrompeu os domínios pacíficos que ele possuía sobre a natureza criada. Após a queda, a natureza se revoltou contra o homem, afinal, o pecado contra Deus também foi uma traição contra seus domínios.

O homem, que outrora possuía o controle pacífico sobre a criação, após a queda não gozava mais da confiança da natureza. A partir de então o homem deveria reconquistar essa confiança através do trabalho distinto e do respeito às leis naturais.

Após o rompimento da confiança entre Deus e o Homem, Homem e natureza também não possuíam mais uma relação de confiança. Afinal a confiança estabelecida entre a natureza e o homem existia apenas porque Deus era o avalista daquela relação.

O plano de Deus para o homem, em relação à criação era o Domínio. Deus ordenou que o homem dominasse sobre os seis reinos naturais.

Criado no último instante do sexto dia, o homem deveria dominar sobre todos os dias da criação: seis domínios para seis dias.

Perceba que Deus ordenou o domínio sobre o planeta e sobre a natureza, todavia não existe nenhuma ordenança onde o homem seja instruído a dominar o seu próximo. Isso porque o homem não foi criado para dominar o homem. O homem foi feito livre e a liberdade deveria ser respeitada entre as partes.

“... a terra, e sujeitai-a; e dominai...” (Gn 1:28). A terra deveria ser sujeitada e dominada pelo homem, todavia o homem não deveria ser sujeitado, nem dominado por ninguém.

Jesus é Senhor dos Senhores, indicando que todos os homens, abaixo Dele também são Senhores e não massa de manobra. Antes da queda, o homem era livre e existia para dominar a natureza criada. Após a queda, o homem, perdendo o domínio sobre a natureza, passou a ser carente de redenção e salvação.

Note que o estágio primário do homem era ser Senhor, todavia esse senhorio foi perdido, tornando o homem um servo da própria natureza criada.

O homem que antes era servido pela natureza, após o pecado passou a servi-la, arando a terra e plantando sementes. O que antes era uma via de mão única, onde a natureza servia ao homem, depois do pecado passou a ser uma via de mão dupla: o homem serve a terra e somente depois, a terra, agradecida, retribui ao homem com seu fruto.

Após o pecado, tudo mudou na relação entre homem e natureza. A natureza não mais acreditava no homem e por isso não mais aceitava o seu domínio pacífico. Com a perda da confiança, o homem não tinha nada mais a perder, afinal, perder a confiança é perder tudo.

A partir da queda, o homem, por uma questão básica de sobrevivência, deveria se empenhar em recuperar a confiança perdida. Deveria trabalhar a terra e respeitar suas características e vontades próprias. Ao invés de perguntar: ‘em que a natureza me serve (?)’, o homem deveria aprender a mudar o sentido da pergunta para: ‘em que eu posso servir a natureza (?)’.

Mas não foi isso que aconteceu!

Em sua ganância e egoísmo o homem sacrificou o Todo em função da parte; colocou sua vaidade em primeiro lugar conseguindo apenas piorar as coisas.  Sem obter sucesso em recuperar a confiança da natureza, ele declarou guerra contra as forças naturais e contra toda a criação.

Como um louco, nunca mais parou de enfrentar negativamente as forças da natureza.

O desmatamento e a matança irresponsável de animais são uma evidência cabal da natureza caída do homem. Aquele que recebeu a honra de dominar de forma pacífica sobre todos os níveis da criação material deixou que o seu egoísmo o transformasse em um tirano.

A energia maligna produzida pelo divórcio entre o homem e a natureza se tornou a força escura que eclipsou a virtude da empatia.

Quando se colocar no lugar do outro deixa de ser uma prática, o coração se endurece e tudo passa a ser matéria prima para fabricar objetos que satisfazem apenas a vaidade.

Entenda que nesse contexto, o outro não se limita a pessoas apenas. O outro também deve ser entendido como os animais, árvores, plantas e toda a vida existente. 

A falta de empatia faz com que tudo se transforme em meios que podem ser utilizados de qualquer maneira para suprimento de nossas desnecessidades.

Pessoas, animais e plantas se tornam coisas sem alma e sem significado, até que finalmente, também Deus se torna matéria prima dos nossos sonhos mais esquisitos.

Por isso existem aqueles que não ligam em jogar comida fora, afinal de contas, o seu ventre já está saciado. Por isso existem aqueles que não se importam em caçar discriminadamente apenas por prazer de matar, afinal, o que significa a vida de um animal silvestre? Por isso existem aqueles que se divertem olhando pássaros presos em gaiolas, todavia, não concebem a ideia de ficarem presos nem por um dia sequer.

Numa evolução desastrosa, existem aqueles que assumiram o último degrau da desgraça: aqueles que não se importam em comercializar a fé dos mais simples; esses são os falsos profetas de sempre, aqueles que vendem deus aos pedaços, como carne no açougue.


Cesar de Aguiar

teolovida@gmail.com

retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA



domingo, 30 de julho de 2023

BET - O grande mistério dessa letra hebraica


Uma “desolação magnífica”!

Essa é a expressão do deslumbramento manifestado pelo astronauta Buzz Aldrin quando em sua viagem à Lua, contemplou a imensidão do espaço vazio.

Mesmo sem a percepção de vida inteligente, o grande espaço do universo causa espanto e reverência a qualquer ser humano. Todavia, de que adianta ser magnífico, se não existe nenhuma inteligência para reconhecer e adorar a grandeza de quem o criou? Sem vida inteligente o Universo seria uma invenção sem finalidade definida, tornando-se um fim em si mesmo. Um infinito desperdício de espaço e energia!

Tudo que Deus criou objetiva o louvor da sua própria glória e por isso acreditamos que o Universo existe para um fim.

Por mais que as forças elementares do cosmo sejam perfeitas, sem a presença de um observador, elas seriam pra que?

Mesmo obedecendo a princípios invioláveis, produzindo movimentos perfeitos a partir das leis que o governam, sem a existência da vida inteligente para reconhecer a grandeza do Arquiteto, dificilmente Deus iria se alegrar de forma plena.

Muito mais que ser reconhecido como o Grande Arquiteto e Construtor do Universo, Deus queria estabelecer uma relação de proximidade íntima com sua criação. O plano do Eterno nunca foi ficar passivo, contemplando a beleza que havia criado. Pelo contrário, seu plano sempre foi participar ativamente entre os personagens da criação e compartilhar o Seu Espírito com uma criação especial, que fosse dotada de alma inteligente. Por isso, antes de gerar a vida, o Criador construiu um ambiente acolhedor, perfeito e viável: Ele fez uma casa para nós.

O Universo é o grande oceano onde flutua o nosso planeta, controlado por leis físicas e químicas e por um sistema geológico e climatológico que funciona de forma integrada com essas leis.

Somente depois do estabelecimento da casa perfeita, o Criador povoou a Terra com os seres vivos, começando com as espécies mais rudimentares e primitivas, passando por seres vivos de complexidade intermediária, até que finalmente fez o homem, coroando a criação com Sua invenção mais admirável.

Nas formas mais antigas de representação linguística, a letra Bet (ב), que é a primeira letra da palavra Bereshit (“No princípio...”), quando usada isoladamente, serve para designar o conceito de ‘casa’.

A primeira letra do Gênesis alude a um amor cuidadoso. Antes mesmo de formar o homem, o Criador preparou o meio ambiente como uma acolhedora moradia onde viveria a sua criação mais amada.

O pictograma Bet é a figura de uma casa, e os antigos rabinos judaicos analisam a ‘arquitetura’ da letra como uma casa construída para a morada do homem em um nível inferior da realidade, o planeta que habitamos.

A letra Bet traz o conceito de pluralidade manifestada na unidade, sugerindo que Deus tinha intenção de permanecer ativo dentro de Sua magnífica criação.

Bet é a segunda letra do Aleph-Bet (Alfabeto) hebraico, que na gematria judaica possui o valor numérico igual a dois, significando que Deus não criou um mundo, mas dois mundos.

A percepção do homem, a partir dos sentidos naturais, consegue perceber o ‘olam ha-zeh’ (עוֹלָם הַזֶּה), que é o mundo manifestado para o presente. Todavia quando o homem tem seu sexto sentido ativado pelo Espírito Santo, a partir do fenômeno espiritual do Novo Nascimento, ele passa a perceber e esperar ansiosamente pelo ‘olam ha-ba’ (עוֹלָם הַבָּא), que é nossa morada vindoura, o grande objeto de nossa mais sublime esperança.

A mente renovada pelo Espírito nos orienta a viver no presente com a consciência de que essa casa será finalmente devastada pela desagregação dos átomos. A casa definitiva está no mundo porvir: “A nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso” (Fl 3:20-21).

"Sei de onde você veio e para onde você está indo e diante de Quem você está destinado a dar uma prestação de contas final" (Ética dos Pais: Pirkei Avot 3:1).


Cesar de Aguiar

retirado do livro Criação Desvendada




domingo, 16 de julho de 2023

HIERARQUIA DOS SERES CRIADOS


 


Existem Nove Ordens de seres Celestiais:

·         Serafins,

·         Querubins,

·         Tronos,

·         Dominações,

·         Potestades,

·         Virtudes,

·         Principados,

·         Arcanjos e

·         Anjos.

A Carta de Paulo aos Efésios e aos Colossenses mencionam 5 ordens:

Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes e Principados.

 

Os Evangelhos citam 2 ordens: Arcanjos e Anjos.

 

O Velho Testamento cita 2 ordens: Querubins e Serafins.

 

Os Coros ou Ordens Angélicas

se caracterizam entre si de acordo com o grau de santidade e glória,

de forma que os mais elevados

dominam sobre os inferiores,

e juntos, servem ao Soberano propósito de Deus

e atuam nos mundos criados.

Essas ordens são distribuídas em três hierarquias.

 

PRIMEIRA HIERARQUIA

·         Serafins

·         Querubins

·         Tronos

 

SEGUNDA HIERARQUIA

·         Dominações

·         Potestades

·         Virtudes

 

TERCEIRA HIERARQUIA

·         Principados

·         Arcanjos

·         Anjos



Cesar de Aguiar - teolovida@gmail.com






domingo, 9 de julho de 2023

OS MISTÉRIOS DO NUMERO 1000

         É fácil localizar o número mil. 

Ele aparece seis vezes no Livro de Apocalipse, dando a entender que existe um período de 6.000 anos, antes que o sétimo dia de descanso (1.000 anos=1 dia) – o Sábado Milenar – aconteça, com o regresso do Senhor Jesus Cristo à terra.

         Alguns comentaristas costumam dividir as eras de mais ou menos mil anos, conforme os acontecimentos bíblicos e mundiais.

1º Período – De Adão até 3.000 a.C.

2º Período – Do dilúvio até a chamada de Abraão mais ou menos 2000 anos a.C.

3º Período – Dos patriarcas até o Egito/Moisés, posse da Terra Prometida, Juizes, até Davi – 1.000 a.C.

4º Período – Reis, período interbíblico, cativeiro babilônico, até 70 d.C.

5º Período – Igreja, apostasia da Igreja, a metade da Era das trevas, mais ou menos 1.000 anos d.C.

6º Período – Renascença, Reforma até a era da Internet – mais ou menos 1.000 anos, incluindo a União Européia.

7º Período – Reinado Milenar de Cristo.

         O sétimo milênio, este em que agora vivemos, bem pode ser o da Segunda Vinda de Cristo. O palco já está pronto.

domingo, 2 de julho de 2023

OS MISTERIOS DO NUMERO QUARENTA


Este é o número do teste. A primeira vez em que ele aparece é em Gênesis 5:13, idade de um homem.

Ele aparece sem os 800 a ele atados em Gênesis 7:4, quando o dilúvio inundou a terra durante quarenta dias e quarenta noites (Gênesis 7:17). 

Esaú tinha quarenta anos quando tomou uma esposa errada. 

Isaque tinha quarenta anos quando recebeu Rebeca por esposa. 

Os filhos de Israel são testados por quarenta anos no deserto, até que todos os rebeldes tivessem morrido. 

Moisés passou quarenta dias e quarenta noites jejuando no Monte Sinai, onde recebeu as Tábuas da Lei. 

Elias jejuou durante quarenta dias e quarenta noites (1 Reis 19:8). 

Jesus Cristo jejuou quarenta dias e quarenta noites, antes de iniciar o seu ministério terreno. 

O homem curado em Atos 4:22, tinha mais de quarenta anos de idade, limite para alguém receber cura, naquele tempo. 


Daí surgiu o ditado popular: “A vida começa aos quarenta”.


As referências aos filhos de Israel no deserto, onde ficaram por quarenta anos são muitas. Vejam algumas delas em Hebreus 3:9; 17; Números 14:33,34; Deuteronômio 2:7; 8:2. De Moisés jejuando por quarenta dias e quarenta noites temos  Deuteronômio 10:10. 

A terra de Israel é obrigada a descansar no período de quarenta anos, em Juizes 3:11 e 8:28. O sacerdote  Eli governou o povo por quarenta anos, conforme Juizes 8:28 e em Samuel 14:18.

Saul reinou por quarenta anos (Atos 13:21) e pelo mesmo espaço de tempo reinaram Davi e Salomão (1 Reis 2:11 e 11:42).  

Geralmente esse período de quarenta anos tem sido uma espécie de teste usado por Deus a fim de determinar algo importante no porvir.

Este número deve ter uma profunda significação na vinda do Senhor Jesus Cristo, na qual professo crer e aguardar. 

Como os judeus tornaram para Jerusalém dos árabes em 07/06/1967, se juntarmos a essa data quarenta anos teremos 07/06/2007 – ou seja quarenta anos do último teste dado por Deus à sua Igreja para que obedeça o seu “Ide e Pregai”. 


Será? 


Bem, ninguém pode marcar datas...



quinta-feira, 29 de junho de 2023

OS DIAS DA CRIAÇÃO


“No entanto, se descobrirmos uma teoria completa, ela deverá, no devido tempo, ser compreensível... por todos... Então todos seremos... capazes de participar da discussão da questão do porquê nós e o universo existimos.


Se encontrássemos uma resposta para isso, seria o triunfo máximo da razão humana – pois então conheceríamos a mente de Deus”.

(Stephen Hawking)

 


BERESHIT BARA ELOHIM ET HASHAMAYIM VEET HAARETZ

בְּרֵאשִׁ֖ית

 

“Em princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia por sobre a face das águas” (Gn 1.1,2).

As palavras ‘Céus’ e ‘Águas’ são traduções de uma palavra que possui uma mesma raiz da palavra hebraica: HAMÅYM (הַמָּיִם:); e quando esse trecho nos apresenta a natureza da atividade do Espírito de Deus sobre a face das águas, somos convidados a mergulhar numa compreensão mais profunda a respeito da Criação.

A ação ativa do verbo ‘mover’, descrita pela expressão “se movia”, em algumas traduções aparece como ‘pairava’, referindo-se à atividade do Espírito Santo. Todavia essa palavra também pode ser traduzida pelo verbo ‘vibrar’. Ou seja: se movia = pairava = vibrava, onde no hebraico, o verbo é conjugado no tempo presente – MËRACHEFET (מְרַחֶפֶת).

Quando nos recorremos à antiga sabedoria hermética nos deparamos com seu terceiro princípio, que é ‘O Princípio da Vibração’: “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra”. “Desde o TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada” (O Caibalion, por Três Iniciados).

Entenda que o movimento vibratório do Espírito Santo é tão rápido que o uso das palavras ‘pairar’ e ‘mover’ são perfeitamente adequadas para transmitir a calma e a serenidade implícita no contexto da criação. Todavia, sabemos que não houve nenhuma calmaria a nível atômico, afinal tudo vibrava em uma velocidade inimaginável.

Assim como no exemplo hermético da roda, que de tão rápida passa a impressão de estar parada, também podemos usar o exemplo da luz, que parece estar parada enquanto ilumina um ambiente. Todavia sabemos que a luz é a criação que se move mais rapidamente em todo o universo.

É por isso que a melhor palavra para definir a atividade do Espírito Santo sobre a superfície do Lago das Águas Primordiais é o verbo ‘VIBRAR’: “... e o Espírito de Deus vibrava sobre a face das águas”.

Anteriormente informamos que as palavras ‘Céus’ e ‘Águas’ são traduções de uma palavra que possui uma mesma raiz do hebraico: HAMÅYM (הַמָּיִם:). A partir desse conhecimento podemos interpretar que onde está escrito: “No princípio criou Deus os Céus”, pode perfeitamente ser traduzido por: “No princípio criou Deus as águas distantes”, e onde está escrito: “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”, pode perfeitamente ser traduzido por: “o Espírito de Deus vibra sobre a face das águas”.

Analisando esse texto sob o olhar da Física Quântica, os “Céus” se tornam algo muito maior do que apenas o céu azul que contemplamos sobre nossas cabeças, e a ‘terra’ passa a ser uma entidade maior que apenas o planeta no qual habitamos.

Entenda que no texto hebraico a palavra ‘céu’ está no plural. “Céus” (no plural) transcende nossa concepção de carta celeste e dialoga com a moderna ciência, que explica a existência de universos multidimensionais (multiverso), criados como um campo de ondas permeado com cordas de energia.

Somado à interpretação de universos multidimensionais, podemos promover um encontro do texto de Gênesis com a oração de Esdras: “Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora” (Nm 9:6). O ‘exército dos céus’, conforme citado no texto, se refere às hierarquias angélicas, que em suas atividades distintas, desempenham a finalidade de louvar a Deus, como também dito nos Salmos: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos” (Sl 148:2). Perceba que existem “Céus”, e que neles habitam seres de categorias superiores em força e no uso da inteligência, ou seja, em cada dimensão, ou em cada mundo superior, existe um nível diferente de manifestação da criação.

Ao contrário de ‘céus’, que aparece no plural, a palavra ‘terra’ nos é apresentada no singular. Nesse sentido, ‘terra’ é o universo manifestado. Enquanto Céus (plural) é a criação etérea, quântica e subatômica, Terra (singular) é o universo tangível percebido pelos os sentidos físicos.

O verbo ‘mover’ ou ‘vibrar’, está no tempo presente, afirmando de forma contundente que a criação não é um evento ancestral, procedida no passado. O Verbo no presente indica que a criação é permanente no tempo e que o tempo é a ilusão que acorrenta os homens à história. A criação se realiza no tempo ‘agora’, como resultado da vibração do Espírito de Deus.

Deus não é limitado ao tempo. Presente, passado e futuro são vistos por Ele simultaneamente ao mesmo tempo. Quando o Criador pronunciou: “Haja”; sua ordem não foi dada no limite do império do tempo, ou seja, Deus não disse Haja nem no passado, nem no presente, nem no futuro, Deus disse “Haja” e tudo continua no processo contínuo de criação.

Deus criou um multiverso com regras naturais e espirituais, que se correspondem. Sob Deus o multiverso é autônomo enquanto regido por essas regras.

O Eterno é Deus desde antes da Criação (Sl 90.2), e nada que foi criado poderá tomar seu lugar, mesmo nos mais íntimos arroubos de prepotência de qualquer uma de suas criações. Afrontando o crescimento da ideologia panteísta afirmamos que absolutamente nada na criação pode ser adorado no lugar de Deus, ou além Dele.

Deus é distinto de sua criação e por isso afirmamos que Ele não faz parte dela, melhor dizendo, Deus não foi criado juntamente com a criação. O conceito bíblico de Deus não é meramente filosófico. Não se trata de um Ser inventado por outro Ser que assiste o desenrolar de fatos como um telespectador que se diverte diante de uma tela de cinema. O conceito do Deus Bíblico e Verdadeiro é o único conceito de Deus, pois Ele é o único Deus que existe.

Deus não é parte da sua criação, todavia é imanente a ela, regendo e controlando.

A melhor definição para a palavra ‘Imanente’ é: ‘permanecer dentro’, ou seja, por ser maior que sua criação, tudo o que existe cabe em Deus e por isso Ele ocupa o posto daquele que é o Único digno de receber louvor e adoração.


Cesar de Aguiar 

retirado do livro Genesis Desvendado

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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

B’RESHIT


B’RESHIT é a primeira palavra das Escrituras Hebraicas e também o nome do seu primeiro compêndio. O que na Torá tem esse nome, na nossa Bíblia é conhecido como Gênesis. Seu significado mais difundido: “No Princípio”, é a expressão que originalmente nomeia o primeiro livro do Pentateuco.

A teologia da criação começa com essa palavra. Uma análise semântica do termo B’RESHIT, tem por si só, o poder de elucidar o motivo de ser da criação do Universo. A partir do estudo de apenas esse vocábulo, somos convidados a pensar o contexto bíblico de forma semelhante a Santo Agostinho, que dizia: “No Antigo Testamento o Novo repousa oculto; no Novo Testamento, o significado do Antigo torna-se claro”.

Uma análise da palavra B’RESHIT, apenas na esfera do Antigo Testamento é um desperdício de sabedoria! Sem uma análise bíblica contextual, envolvendo também os escritos do Novo Testamento, torna impossível trazer ao palco a decodificação da complexidade teológica do termo. O que aqui afirmamos é que B’RESHIT tem muito mais a dizer do que somente aquilo que estamos comumente habituados a ouvir. Todavia, para exaurirmos o máximo da primeira palavra do Gênesis devemos tomar como texto base as exegeses do Novo Testamento, onde a Bíblia explica a Bíblia, esclarecendo definitivamente os mistérios do termo Hebraico.

Ao desvendar o motivo do uso de parábolas em suas preleções, Jesus disse a seus discípulos que falava daquela maneira “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo” (Mt 13:35). Note que em cumprimento ao ministério de Mestre, Jesus afirmou que veio publicar “coisas ocultas desde a criação”. Essa revelação é um facho de luz apontando para o texto de B’RESHIT.  Quando afirma que veio revelar “coisas ocultas” ou mistérios profundos que ainda estavam em segredo, aguardando por sua vinda, Jesus concorda que a revelação de Deus é progressiva, e que a compreensão humana também o é.

Realmente, o texto do Antigo Testamento se reconhece como uma revelação incompleta e provisória, deixando implícito principalmente do texto profético, a necessidade da vinda do Messias para que as Escrituras antigas fossem finalmente decifradas. “O espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que Ele seja glorificado” (Is 61:1-3). O próprio Jesus anuncia o cumprimento dessa profecia em Si mesmo: “Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir" (Lc 4:20,21).

Conforme dito pelo Apóstolo Paulo, na “plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4), para trazer ao mundo a plena revelação do seu propósito que é o de concretizar o cumprimento da promessa feita aos patriarcas. O escritor de Hebreus alude ao fato de “haver Deus provido coisa superior” (Hb 11.40) através de uma Nova Aliança, objetivando o aperfeiçoamento dos primitivos rudimentos da Aliança Antiga.

B’RESHIT (בְּרֵאשִׁית) é formada pela preposição prefixa B’ (ת) seguida pelo substantivo RESHIT. As terminações IT e UT formam conceitos substantivos abstratos a partir de conceitos substantivos concretos. RESHIT é um substantivo abstrato do substantivo concreto que é ROSH. Dessa forma, ROSH é um morfema, ou seja, a menor unidade linguística possuidora de significado, e que, pelo acréscimo da terminação IT, forma a palavra RESHIT.

Outro fato importante é perceber a falta do artigo na construção da palavra hebraica. Na língua portuguesa, ‘artigo’ é uma palavra que se antepõe ao substantivo e serve para determiná-lo, de forma definida ou indefinida, sendo que os ‘artigos definidos’ sempre são as palavras independentes: o, a, os, as, que determinam o substantivo com precisão. Já os artigos indefinidos são: ‘um, uma, uns, umas’, que determinam imprecisamente o substantivo.

Diferente do português, no hebraico o artigo nunca aparece como palavra autônoma independente.  Ele sempre está afixado dentro da palavra substantiva. Perceba que se o artigo estivesse incluído na palavra B’RESHIT, a construção da palavra seria BARESHIT. A ausência do artigo presente na palavra B’RESHIT aponta um norte para o entendimento desse termo, tornando-o muito especial para a Cristologia. Não limitado a isso, B’RESHIT se torna ainda mais especial quando percebemos que seu uso no texto faz parte de uma formação de frase única nas Escrituras: B’RESHIT BARA’ ELOHIM, que literalmente deve ser traduzido por: “Em princípio criou Deus”. A tradução dessa oração nos é comumente apresentada como: “No princípio criou Deus”, mas não é assim que sugere esse grupo de palavras, afinal a palavra do texto original é B’RESHIT e não BARESHIT. O correto é o uso do ‘EM’ em detrimento do ‘NO’.

BARA é um verbo hebraico de significado singular! Ele é empregado exclusivamente para designar os atos de Deus na criação, e nunca para outra finalidade que não seja os atos criativos do Eterno. Finalmente a palavra ELOHIM significa ‘Deus’, todavia no plural, sendo uma menção clara à unidade da Santíssima Trindade.

Em uma de suas possíveis traduções, a frase B’RESHIT BARA’ ELOHIM significa literalmente: “Em princípio a Santíssima Trindade criou...”. Todavia, como veremos adiante, essa fração de Gênesis esconde ainda muito mais conteúdo abaixo da superfície das palavras.

Comecemos pelos significados da palavra ROSH, que é o étimo de RESHIT.

a-     Cabeça de homem ou de animal, chefe, líder; metrópole, cidade líder, topo de montanha;

b-     Primeiro, principal de alguma coisa, plenitude. 

Se substituirmos cada um dos significados das palavras na tradução do texto, chegaremos a resultados fascinantes. Vejamos:

a-     “Em Cabeça de Homem criou Deus” – uma referência clara ao mentor da criação do Universo e uma alusão direta a Cristo que é, enquanto Filho do Homem, aquele que detém o título de Cabeça da Igreja (Ef 5.23).

b-     “Em Primeiro criou Deus” – uma referência a Jesus que é o primogênito de toda a criação (Cl 1.15).

Os demais sinônimos da palavra serviriam igualmente para descrever a personalidade, a missão e a pessoa do Messias profetizado e o Cristo, encarnado Filho de Deus, na pessoa histórica de Jesus de Nazaré. Ele é o ‘Chefe’, o ‘Líder’ e assim é chamado pelo título de “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.16). Ele é a ‘Metrópole e Cidade Viva’, onde cada um de seus discípulos se torna uma pedra viva na construção: “Chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1Pd 2:4,5).

Ele é o ‘Topo da Montanha’, o lugar místico onde o fiel se encontra com o Deus Vivo. Perceba que em toda a Bíblia os homens que tiveram um profundo encontro com Deus fizeram isso no topo de uma montanha. Após a travessia do Mar Vermelho, Moisés se encontra com Deus no Topo do Sinai. Antes disso, o quase sacrifício de Isaque também ocorreu no topo de uma montanha, em Moriá. Elias desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo enquanto Jesus foi tentado no Monte Quarantânia e se transfigurou diante de Pedro, Tiago e João no Monte Tabor. Sempre existe uma montanha como palco dos eventos mais definitivos da vida dos grandes homens de Deus. Simbolicamente a Montanha é uma figura do próprio Filho de Deus, pois é Nele que temos a possibilidade de nos encontrarmos profundamente com o Criador do Universo. Não é mais em um monte físico! Na dispensação da graça, o encontro acontece mediado pelo Filho de Deus (1Tm 2.5), a nossa Montanha, nosso ponto de encontro com o Eterno.

Agora vejamos a palavra RESHIT:

a-     Primeiro;

b-     Autor em condição, posição, dignidade ou autoridade;

c-      Primeiros frutos, primogênito;

d-     Princípio.

Pelo fato de ROSH ser a palavra original, alguns significados se repetem. Usando o mesmo método anterior podemos encontrar essas possíveis traduções:

a-     “Em Autor criou Deus” – uma menção ao Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12.2).

b-     “Em Princípio criou Deus” – onde a palavra princípio excede o significado temporal, passando a ser uma força, um princípio ativo de onde todo o poder emana.

Os rabinos judeus não são unânimes quanto ao significado de B’RESHIT, e isso é realmente o esperado, afinal eles não possuem a ferramenta no Novo Testamento, nem aceitam a Cristo como o Messias que haveria de vir. Devido a isso, a exegese rabínica não possui elementos para concluir a interpretação do termo.

Herbert Edward Ryle, importante estudioso do Antigo Testamento nos oferece um caminho interessante! Segundo ele, a ausência do artigo na palavra B’REESHIT, dá uma significação indefinida ao contexto de Gênesis 1:1: “No princípio” sugere uma ideia temporal, referindo-se ao ‘início do tempo’. Todavia se trocarmos o “No princípio” e usarmos a literalidade da tradução: “Em princípio”, a ideia de temporalidade desaparece, deixando a oração em aberto, podendo ser uma referência tanto quanto ao tempo, ou quanto a qualquer outra coisa.

O Apóstolo João toma essa discussão em seus escritos do Novo Testamento em vários dos seus textos.

“NO PRINCÍPIO era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1:1); “E me disse mais: ‘Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, O PRINCÍPIO e o fim. A quem sentir sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida’” (Ap 21:6). A intenção de João é clara! O Apóstolo intenciona deixar explícito uma Cristologia consistente com os eventos da criação.

A abertura do quarto Evangelho é visivelmente um plagio intencional da abertura do primeiro livro da Torá. Em seu texto, João usa a mesma estrutura textual utilizada por Moisés: começando pelo “princípio” para logo em seguida referir-se à luz e finalmente à palavra criadora. Segundo João, Jesus é “o princípio” da criação, conforme o Gênesis, e mais! Jesus também é o agente da nova criação. Ele é o Senhor do Tempo, mas também é Senhor dos Senhores, atuante sobre coisas e pessoas.

A exegese de João abre nossos olhos para perceber que Jesus é o mentor e principal agente criador em Gênesis, entretanto é com a exegese paulina que chegamos definitivamente ao significado de B’RESHIT.

Nesse texto escrito aos santos da igreja de Colossos, Paulo desejava que definitivamente, Jesus Cristo fosse compreendido como Deus Soberano sobre todas as coisas e que aqueles crentes abdicassem de suas superstições religiosas.

A exegese rabínica realizada pelo apóstolo Paulo está presente no texto de Colossenses 1:15-19. Paulo tomou uma única palavra e aproveitou dela todos os seus significados e aplicou cada um desses significados a Jesus, mostrando que o B’RESHIT é mais que uma referência temporal. Para o Apóstolo dos Gentios B’RESHIT é uma pessoa!

Esse tipo de exegese usada pelos autores do Novo Testamento não é uma exceção. Pelo contrário, esse método interpretativo sempre foi muito usado pelos rabinos e pelos mestres judeus. João e Paulo o conheciam muito bem!

“O qual é imagem do Deus invisível, o PRIMOGÊNITO de toda a criação; porque Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele. Ele é a CABEÇA do corpo, da igreja; é o PRINCÍPIO e o PRIMOGÊNITO dentre os mortos, para que em tudo seja PREEMINENTE. Porque foi do agrado do Pai que toda a PLENITUDE Nele habitasse” (Cl 1.15-19).

Os sentidos de ‘autor’, ‘dignidade’, ‘autoridade’, ‘chefe’, estão presentes no espírito do texto, mostrando que Paulo não se esqueceu de nada. Inclusive quando menciona que “Nele foram criadas todas as coisas”, o sentido é o de uma imensa metrópole onde “todas as coisas, visíveis e invisíveis” foram criadas e continuam “subsistindo por Ele”.

Há também uma menção subliminar acerca do Calvário, o Monte da Crucificação. Quando Paulo escreve que Ele é “o primogênito dentre os mortos”, essa é uma inteligente menção ao ‘topo da montanha’ – o Gólgota, lugar onde Jesus consumou a obra de sua vida.

Todos os significados que apresentamos para as palavras ROSH e RESHIT, Paulo aplica ao texto de Colossenses, intencionando definir a Cristo a partir de todos os predicados da palavra B’RESHIT.

O Apóstolo dos Gentios transferiu para Cristo todas as prerrogativas do Deus Criador. Ao explicar a força motora da criação, Paulo afirma que Jesus é a fonte de todo poder e que todas as hierarquias superiores, “sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades”, estão sob sua majestade.

A redenção de uma nova humanidade foi efetivada “por Ele e Nele”. Ele é o Senhor! Sua primazia sobre a criação se evidencia na forma de uma irrefutável soberania sobre tudo e sobre todos. 

João e Paulo estão certos de que B’RESHIT significa “em Cristo”.

Para os maiores escritores do Novo Testamento, Gênesis 1:1 deve ser lido assim:

“Em Cristo criou Deus os céus e a terra”.

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Do Livro Criação Desvendada 
de Cesar de Aguiar