domingo, 20 de julho de 2025

MISTÉRIOS REVELADOS

 


Jesus retirou o cego do meio da multidão e usou o milagre da cura para revelar a seus discípulos um mistério antigo, conhecido apenas pelos Rabinos mais preparados: os mistérios da Kaballah e da Árvore das Sephirots.

Esse conhecimento sempre foi transmitido via tradição oral, de Mestre para discípulo, disfarçados em diversas formas de rituais e simbologias. As escolas Rabínicas sempre seguiram o exemplo das escolas Herméticas, que por serem muito fechadas, aceitavam somente alunos com o perfil duramente testado e aprovado.

A expressão: 'hermeticamente fechada', tem suas origens no modo Hermetista de se transferir conhecimento.

Nos dias de Hermes Trimegisto, tal como nos dias de Jesus, todos entendiam que um mestre deveria passar a profundidade do conhecimento apenas para pessoas com muita base moral e com muito caráter. Aqueles sábios entendiam que a popularização do conhecimento banalizaria a sabedoria. “Não deis aos cães as coisas santas, nem lançai aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7:6).

O Século 21 é o tempo do mundo conectado, onde encontrar o conhecimento é uma tarefa fácil. Qualquer pessoa pode ter acesso rápido e de forma simples a todo tipo de informação. Estamos no tempo profetizado por Daniel: “E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará” (Dn 12:4). A profecia diz claramente que no final dos tempos a luta dos sábios pela proteção do conhecimento seria vencida, e naturalmente por causa disso, a banalização dos segredos mais protegidos da humanidade levaria a humanidade ao caos.

Os homens se auto destruiriam por não saberem como utilizar de forma racional o conhecimento.

Os antigos lutaram para proteger o conhecimento, para que a sabedoria não caísse em mãos erradas. Difundir o conhecimento é fácil; difícil é conferir caráter ao ser humano.

As escolas herméticas e as escolas rabínicas tinham critérios rígidos para aceitarem seus alunos. O vestibular daquele tempo não verificava apenas o conhecimento teórico do aluno; o principal quesito analisado era a profundidade moral do discípulo.

Nos dias atuais as escolas aceitam qualquer psicopata como aluno, desde que ele passe no vestibular, ou pior ainda, desde que possa pagar pelo conhecimento.

Essa horizontalização do conhecimento torna a humanidade um perigo para si mesma.  

Deve se ter cuidado com a informação, enquanto o homem não tem formação. Um homem mau formado não pode nunca ser bem informado.

“É preferível a ignorância absoluta que o conhecimento em mãos erradas” (Platão).

Pense na construção da bomba atômica e na desgraça que é um conhecimento fantástico como esse nas mãos de homens preocupados apenas com jogos de poder. Lamentavelmente a humanidade não estava preparada para um conhecimento tão evoluído. Afinal, a despeito de usufruirmos dos benefícios da energia atômica, sempre haverá Hiroshima e Nagasaki para mostrar que a vaidade do homem o desabilita a ter essa ciência.

As máquinas evoluíram, todavia os homens que as conduzem permanecem os mesmos homens.

O carro de Fórmula 1 é certamente a evolução da carroça. Mas em que o piloto de um Fórmula 1 evoluiu a mais que o homem condutor de carroça?

O conhecimento evoluiu? Certamente que sim! Mas será que o homem evoluiu na mesma medida que as máquinas evoluíram? Certamente que não!

Qual é a verdadeira função de se buscar o conhecimento?

O conhecimento só é útil quando serve como um meio de nos tornar pessoas melhores. Se não for assim, o conhecimento mal utilizado será apenas uma ferramenta útil para validar a vaidade e a maldade do homem.

As máquinas que aparelham o conhecimento do homem serão obedientes a eles, e realizarão apenas aquilo que o homem tem no seu coração. Se o coração do homem for mal, as máquinas que o aparelham serão desenvolvidas unicamente com o intuito de praticar suas maldades.

Para não popularizar aquele conhecimento tão profundo, Jesus tomou o cego pelas mãos e o levou para fora da aldeia.

O Mestre queria proteger a revelação que estava prestes a apresentar a seus discípulos.


Cesar de Aguiar


teolovida@gmail.com


retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA

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