quinta-feira, 1 de maio de 2025

O VÉU DE MAYA

 


Véu é um fino tecido branco ou de qualquer outra cor que desempenhe a função de encobrir as coisas enquanto esconde a visão do observador.

O Véu da Realidade são as ilusões, são as coisas com as quais nos nutrimos todos os dias. É a forma sensorial de ver o mundo.

Em defesa do Véu de Maya podemos dizer que na verdade, não existe um único ser humano que não carregue uma ilusão consigo. Afinal, a ilusão é tão necessária quanto a própria realidade.

A ilusão é um bem, uma bênção capaz de encobrir a crueldade existente no mundo. É um remédio eficaz para muitas das feridas da alma humana e certamente a vida seria insuportável sob o peso esmagador da racionalidade.

Certamente por isso Salomão aconselha: “Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. Que beba, e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais” (Pv 31:6,7).

O véu da ilusão tem a capacidade de tirar o árduo fardo que a existência nos imputa. Por isso, quando o peso da vida nos assalta, temos a viciante necessidade de fugir da realidade.

Com o tempo percebemos que o ser humano é um fujão!

Da mesma maneira que Adão se escondeu de Deus, fugindo da nova realidade que o pegou de assalto, fugir da realidade continua sendo a única coisa que o homem faz o tempo todo com a sua vida.

“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: ‘Onde estás?’ E ele disse: ‘Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me’” (Gn 3:7-10).


Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com

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