Véu é um fino tecido branco ou de qualquer outra cor que desempenhe a
função de encobrir as coisas enquanto esconde a visão do observador.
O Véu da Realidade são as ilusões, são as coisas com as quais nos
nutrimos todos os dias. É a forma sensorial de ver o mundo.
Em defesa do Véu de Maya podemos dizer que na verdade, não existe um
único ser humano que não carregue uma ilusão consigo. Afinal, a ilusão é tão
necessária quanto a própria realidade.
A ilusão é um bem, uma bênção capaz de encobrir a crueldade existente no
mundo. É um remédio eficaz para muitas das feridas da alma humana e certamente
a vida seria insuportável sob o peso esmagador da racionalidade.
Certamente por isso Salomão aconselha: “Dai bebida forte ao que está
prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. Que beba, e esqueça
da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais” (Pv 31:6,7).
O véu da ilusão tem a capacidade de tirar o árduo fardo que a existência
nos imputa. Por isso, quando o peso da vida nos assalta, temos a viciante necessidade
de fugir da realidade.
Com o tempo percebemos que o ser humano é um fujão!
Da mesma maneira que Adão se escondeu de Deus, fugindo da nova realidade
que o pegou de assalto, fugir da realidade continua sendo a única coisa que o
homem faz o tempo todo com a sua vida.
“Então, foram abertos os olhos de
ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram
para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela
viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus,
entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: ‘Onde
estás?’ E ele disse: ‘Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu,
e escondi-me’” (Gn 3:7-10).
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
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