quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

A LUZ

 

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas” (1Jo 1.5).

Porque (?), dentre todos os elementos presentes no mundo manifestado, o Criador, no ato de definir a Si mesmo, escolheu a LUZ como elemento nomeador de sua natureza?

Na aurora dos tempos, tudo que foi criado estava imerso na mais absoluta escuridão. Tudo era disforme e vazio. Embora o universo não estivesse abandonado à própria sorte, certamente, o Espírito de Deus não iria ficar pelas eternidades pairando sobre a face das águas.

Uma faísca da energia do Criador foi manifestada e seu poder organizou todos os elementos da manifestação que jazia oculta pela escuridão. A LUZ foi criada objetivando a definitiva derrota do reinado das trevas.

Somente a LUZ possui massa, energia e velocidade infinita. Somente a LUZ detém as propriedades impossíveis de serem copiadas e domesticadas pelos homens. “A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (1 Tm 6:15,16).

‘- Qual é a única força imutável e constante de todo o universo?’ ‘- A Luz’.

A LUZ está para além de ser o elemento que melhor simboliza a natureza de Deus. Ela é uma parte do poder ativo do Criador manifestada não só para o mundo dos sentidos. A LUZ transcende os limites das sensações físicas e mentais.

A mesma luz que atua sobre o corpo físico também é percebida pelo homem astral. Esse homem espiritua é aquele que atua como o guerreiro que luta a batalha de vencer e subjugar o corpo da carne.

O homem é um microcosmo.

Partindo da compreensão do princípio de correspondência entre terra e céu, sabemos que no homem se manifestam todas as forças e propriedades do universo, postulado que matéria e espírito são correspondentes.

O homem é um cidadão de dois mundos, híbridos de matéria e espírito, terreno e celestial. Ele é o único ser que traz em si, ambas as partes das dimensões da criação.

No homem reside a evolução plena de todos os reinos criados: mineral, animal e espiritual.

A LUZ se manifesta ao espírito e à matéria sempre da mesma maneira. Ela não muda de forma para ser percebida pelos dois polos da dicotomia.

Conforme o texto do Novo Testamento, Deus é o Pai das Luzes, o progenitor da energia que cede vida a tudo o que existe. “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17).

A nossa luz visível é uma manifestação da Luz o Pai das Luzes. A luz que fala aos olhos da carne é a mesma que ilumina o interior da residência do espírito.

Estando aberta as janelas da alma, a luz pode invadir o ambiente e iluminar o corpo estelar.

“E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21:23). Em um nível mais elevado da criação, rompida a barreira do tempo, sendo nós admitidos no reino da eternidade, a Luz é o elemento que reveste a aparência do Cordeiro.Nesse lugar não existe tempo ou dimensões espaciais. Tempo e espaço estão definitivamente sujeitados a serem relativos à única constante do universo: A Luz.

O espírito do homem foi criado do tecido da luz, sendo que para a perpetuação da sua luminosidade, o ser astral deve receber a Luz do Criador. Diante da irradiação da ‘chama de luz’, o corpo da carne se despedaça, deixando vazio o trono do controle do ser.

Enquanto o corpo físico domina a alma, o corpo astral fica acorrentado e impedido de se movimentar na direção da evolução aos níveis superiores.

É impossível escalar a Escada de Jacó enquanto estiver acordado em sua carnalidade e racionalidade sensorial. Assim como Jacó, o homem deve dormir e sonhar. Deve se desligar do mundo manifestado e adentrar no salão onde os anjos sobem e descem pela escada da evolução espiritual.

A alma é o avatar de dois corpos. Ela quase sempre faz a opção errada em privilegiar a natureza densa e grosseira; perdendo assim, a conexão primitiva com o Pai dos Espíritos.

O ‘nascido de novo’ deve buscar, bater e procurar. Aquilo que ele busca, também o está buscando.

Que o aprendizado percebido pelos ouvidos da carne descortine os caminhos do labirinto da alma e encontre o corpo da evolução.

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mt 11:15).

O espírito diz à carne: 'sois sombra, pois então, amarre seu tecido ao meu. Ligue-se a mim pelo fio de prata e não se afaste mais. Seja a sombra do que eu sou, a manifestação do que eu devo ser. Seja rápido no tempo’, “Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12:6,7).


Cesar de Aguiar

teolovida@gmail.com

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