Carl Gustav Jung é com certeza um
dos principais nomes da psicanálise moderna. Após trabalhar com Sigmund Freud,
sendo influenciado pela sua obra, Jung fundou sua própria academia, que se
tornou aceita e praticada de forma abrangente por muitos profissionais ao redor
do planeta.
Jung é o fundador da psicologia
analítica, que propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida
e introvertida, conceito de arquétipo e de inconsciente coletivo. O trabalho
desse cientista é influente não só nas matérias de psiquiatria e psicologia;
Jung influenciou conceitos científicos, religiosos, literários e tantos outros.
A coluna vertebral da psicologia
analítica proposta por Jung é a Individualização: processo de integração dos
opostos, que inclui o consciente e o inconsciente. Para a ciência proposta por
Jung, Inconsciente Coletivo é a camada mais profunda da psique humana; é
constituído pelas informações herdadas, e é nesse inconsciente que reside os
traços funcionais e imagens virtuais, que são compartilhadas a todos os seres
humanos. O inconsciente coletivo é o alicerce onde está firmada a construção
habitada pelos paradigmas cuja atuaçãos se expande para além da psique humana.
O inconsciente coletivo se manifesta inclusive na produção de sonhos,
onde o cérebro mistura lembranças da experiência vivida com imagens impessoais
e estranhas.
Sonhar com o que não se reconhece ou sonhar com pessoas nunca vistas e
locais nunca visitados. Sonhar com imagens que não podem ser conscientemente
associadas ao conteúdo da história individual. Muitos chamariam isso de ‘sonhos
malucos’, porque não têm nenhuma conexão com a realidade do sonhador. Por essa
abordagem, entendemos que os sonhos são produto da mistura do consciente
histórico com o inconsciente coletivo.
Sonhos que não fazem sentido com a realidade são os sonhos mais comuns,
e, louco é aquele que busca uma interpretação simplista para os ‘filmes
malucos’, assistidos enquanto o corpo repousa em sono. Buscar saber e obedecer
a uma suposta mensagem do significado dos sonhos analisados por tabloides e
livrinhos simplistas, constitui uma afronta à inteligência e um risco à
condução da vida.
O Inconsciente Coletivo atua como um almoxarifado de símbolos e imagens,
que são denominados de Arquétipos.
Dos arquétipos se originam os mitos.
O Inconsciente Coletivo está de forma dinâmica e contínua sendo composto
a partir do conjunto de todas as experiências obtidas pelos seres humanos.
Em resumo: no conceito de psicologia analítica de Jung, o Inconsciente
Coletivo pode ser um modelo ideal para o entendimento dos fenômenos mentais,
podendo influenciar conceitos da física, química e biologia.
Para Jung, ele não se desenvolveu e nem se desenvolve individualmente.
Trata-se da herança do arcabouço da experiência humana. São os sentimentos, as
lembranças, os pensamentos, sonhos e ideais compartilhados por toda a
humanidade. É o reservatório que abastece a experiência humana de imagens
latentes, de imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais.
Se de forma consciente a pessoa não entende porquê reagiu de tal maneira
a tal situação, sua reação pode ser explicada a partir da definição da
psicologia analítica. Acontece que todos os seres humanos herdam uma
predisposição para reagir ao mundo da mesma forma que seus ancestrais reagiam.
O ser humano nasce com predisposição para pensar da forma como pensa,
entender da forma como entende e agir da forma como age. Essa é a herança
cultural da humanidade: vemos o mundo da forma como vemos porque nossos
ancestrais também viam assim.
Um novo segmento do estudo da genética humana afirma que herdamos as
experiências de nossos antepassados através do DNA, e que somos programados
hereditariamente.
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
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