domingo, 22 de junho de 2025

O INSCONSCIENTE COLETIVO



Carl Gustav Jung é com certeza um dos principais nomes da psicanálise moderna. Após trabalhar com Sigmund Freud, sendo influenciado pela sua obra, Jung fundou sua própria academia, que se tornou aceita e praticada de forma abrangente por muitos profissionais ao redor do planeta.

Jung é o fundador da psicologia analítica, que propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida e introvertida, conceito de arquétipo e de inconsciente coletivo. O trabalho desse cientista é influente não só nas matérias de psiquiatria e psicologia; Jung influenciou conceitos científicos, religiosos, literários e tantos outros.

A coluna vertebral da psicologia analítica proposta por Jung é a Individualização: processo de integração dos opostos, que inclui o consciente e o inconsciente. Para a ciência proposta por Jung, Inconsciente Coletivo é a camada mais profunda da psique humana; é constituído pelas informações herdadas, e é nesse inconsciente que reside os traços funcionais e imagens virtuais, que são compartilhadas a todos os seres humanos. O inconsciente coletivo é o alicerce onde está firmada a construção habitada pelos paradigmas cuja atuaçãos se expande para além da psique humana.

O inconsciente coletivo se manifesta inclusive na produção de sonhos, onde o cérebro mistura lembranças da experiência vivida com imagens impessoais e estranhas.

Sonhar com o que não se reconhece ou sonhar com pessoas nunca vistas e locais nunca visitados. Sonhar com imagens que não podem ser conscientemente associadas ao conteúdo da história individual. Muitos chamariam isso de ‘sonhos malucos’, porque não têm nenhuma conexão com a realidade do sonhador. Por essa abordagem, entendemos que os sonhos são produto da mistura do consciente histórico com o inconsciente coletivo.

Sonhos que não fazem sentido com a realidade são os sonhos mais comuns, e, louco é aquele que busca uma interpretação simplista para os ‘filmes malucos’, assistidos enquanto o corpo repousa em sono. Buscar saber e obedecer a uma suposta mensagem do significado dos sonhos analisados por tabloides e livrinhos simplistas, constitui uma afronta à inteligência e um risco à condução da vida.

O Inconsciente Coletivo atua como um almoxarifado de símbolos e imagens, que são denominados de Arquétipos.

Dos arquétipos se originam os mitos.

O Inconsciente Coletivo está de forma dinâmica e contínua sendo composto a partir do conjunto de todas as experiências obtidas pelos seres humanos.

Em resumo: no conceito de psicologia analítica de Jung, o Inconsciente Coletivo pode ser um modelo ideal para o entendimento dos fenômenos mentais, podendo influenciar conceitos da física, química e biologia.

Para Jung, ele não se desenvolveu e nem se desenvolve individualmente. Trata-se da herança do arcabouço da experiência humana. São os sentimentos, as lembranças, os pensamentos, sonhos e ideais compartilhados por toda a humanidade. É o reservatório que abastece a experiência humana de imagens latentes, de imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais.

Se de forma consciente a pessoa não entende porquê reagiu de tal maneira a tal situação, sua reação pode ser explicada a partir da definição da psicologia analítica. Acontece que todos os seres humanos herdam uma predisposição para reagir ao mundo da mesma forma que seus ancestrais reagiam.

O ser humano nasce com predisposição para pensar da forma como pensa, entender da forma como entende e agir da forma como age. Essa é a herança cultural da humanidade: vemos o mundo da forma como vemos porque nossos ancestrais também viam assim.

Um novo segmento do estudo da genética humana afirma que herdamos as experiências de nossos antepassados através do DNA, e que somos programados hereditariamente.

 

Cesar de Aguiar 


teolovida@gmail.com




 

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