Ezequiel descreveu sua visão usando elementos que eram peculiares
ao seu tempo e a sua profecia começa apontando a procedência geográfica daquele
fenômeno. O que Ezequiel vê procede do norte: “Olhei,
e eis que um vento tempestuoso vinha do norte” (Ez 1:4). Em
toda a Bíblia, o Norte sempre é apontado como ponto cartesiano da morada do
Altíssimo (Jó 37.22; Is 14.13).
“Olhei... uma
grande nuvem, com um fogo revolvendo-se nela, e um resplendor ao redor, e no
meio dela havia uma coisa, como de cor de âmbar, que saía do meio do fogo” (Ez 1:4).
Diante de uma explosão tão poderosa, nada é mais adequado do que
ver aquilo que foi visto! O que na descrição do profeta é entendido como vento
tempestuoso, a ciência descreve como o deslocamento de uma grande expansão. O
que o profeta descreve como uma grande nuvem, a ciência entende como a
primordial formação das nuvens do mais abundante dos elementos químicos do
universo: o Hidrogênio.
Constituindo aproximadamente 75% da massa elementar do Universo, o
mais denso dos elementos, é altamente inflamável e ao mesmo tempo é a matéria
prima mais abundante do composto H2O, que mais tarde se formaria a partir do
titânico encontro com o Oxigênio.
“... e no
meio dela havia uma coisa, como de cor de âmbar, que saía do meio do fogo” (Ez 1:4).
Os cientistas afirmam que o Universo veio à existência a partir da
explosão de um superátomo primordial. Todavia existe algo que a ciência não
consegue explicar: como as quatro forças que regem o universo, estavam
presentes naquela singularidade?
No momento da explosão, onde estavam a Gravidade, a Força Nuclear
Fraca, o Eletromagnetismo e a Força Nuclear Forte? Em que lugar (?) e como (?)
as Forças Elementares se enroscavam sobre si mesmas?
Foi por causa da ausência dessa explicação que, em 1.999, a Teoria
do Big Bang foi amplamente desacreditada na comunidade científica.
Uma pena que a ciência ainda não tenha se rendido à sabedoria da
Palavra de Deus! O que a ciência não consegue responder, a Bíblia responde. E
nos parece que Deus desejou muito que a humanidade soubesse disso, afinal, essa
revelação foi dada por três vezes a Ezequiel (Ez 1.4; 1.27; 8.1,2).
“E vi-a como
a cor de âmbar, como a aparência do fogo pelo interior dele ao redor, desde o
aspecto dos seus lombos, e daí para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e
daí para baixo, vi como a semelhança de fogo, e um resplendor ao redor dele” (Ez 1:27).
Conforme a visão, o fogo de cor âmbar percorria o corpo de um Ser
Extraordinário. Algumas versões das Escrituras traduzem a palavra ‘âmbar’, pela
expressão ‘metal brilhante’ ou ‘metal reluzente’. Diante de tal descrição é
impossível não mencionar a aparência de Jesus conforme João escreveu no
Apocalipse: “E os seus
pés, semelhantes ao metal reluzente, como se tivessem sido refinados numa
fornalha” (Ap 1:15).
O âmbar é uma resina fóssil que, embora não seja um mineral, é por
vezes considerado como uma gema. Essa resina oriunda de árvores e plantas
leguminosas possui incríveis propriedades elétricas. A palavra que na língua
grega corresponde ‘âmbar’ é a palavra ‘elektron’.
Até a época de Ezequiel, o único material onde os homens podiam
observar empiricamente os fenômenos elétricos, era no âmbar. Por isso a palavra
âmbar era associada diretamente à eletricidade. É dessa palavra que surgiram
tantos outros termos ligados a ela: ‘eletricidade’, ‘elétrica’, entre outras.
A afirmação de que o resplendor do fogo que envolvia o corpo do
Ser Extraordinário era cor de âmbar é extremamente significativa, pois na época
de Ezequiel, o âmbar era o único material onde a eletricidade podia ser
observada.
O que Ezequiel viu foi um glorioso campo magnético formado por
correntes elétricas – uma explosão de energia.
A ciência, com sua forma cambaleante de explicar os primeiros
milionésimos de segundo da origem do universo afirma que no Big Bang tudo
explodiu, exceto “uma coisa” (Ez 1.4) inexplicável: uma força tão poderosa que
se manteve firme, até mesmo porque essa força infinitamente poderosa era a
causa física da explosão.
No documentário científico “O Primeiro Segundo do Big Bang” de
Lawrence Krauss e Michio Kaku, essa força é simbolizada por uma pedra preciosa,
curiosamente de cor âmbar. Duvido muito que os cientistas tenham lido Ezequiel
capítulo 1!
É por isso que podemos perceber que os modelos científicos usados
para explicar o milagre da criação concordam com a descrição de Ezequiel. No
discurso da ciência, essa pedra âmbar se quebra em quatro pedaços iguais,
noutras palavras, essa força se divide em quatro forças iguais.
“... e daí
para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e daí para baixo...” (Ez 1.27).
Perceba que o campo magnético gerado pelo fogo que Ezequiel viu, percorria ‘dos
lombos para cima e dos lombos para baixo’. Sob a luz da Física identificamos as
duas polaridades (para cima e para baixo): negativa e positiva de uma pilha
elétrica. Tudo é formado por átomos e os átomos são energia pura.
No Apocalipse Jesus refere a Si mesmo como sendo o “Alfa” (Ap
1.11), o primeiro e a origem de tudo que vem após Ele. É muito comum
interpretarmos esse texto fazendo menção ao alfabeto grego cuja primeira letra
é ‘Alfa’. Entretanto podemos ampliar esse conceito que Jesus designou sobre Si
mesmo.
‘Alfa’ é um conceito que excede a interpretação da primeira letra
do alfabeto grego.
Um núcleo de um átomo de Hélio, no vocabulário científico é
chamado de partícula Alfa. O gás Hélio é
o segundo elemento químico mais abundante no universo, perdendo apenas para o
hidrogênio e é encontrado principalmente nas estrelas, onde corresponde por 20
% de sua matéria.
No interior do nosso Sol, cada átomo de hidrogênio possui um
próton e um elétron em órbita. No núcleo do Astro Rei, a gravidade e o calor
são tão intensos que os átomos se fundem, gerando imensa quantidade de energia.
Imediatamente após essa fusão, dois prótons viram nêutrons e dois elétrons
somem. Nas estrelas, o Hélio nasce a partir desse fenômeno físico-químico.
Ao nascer, a aproximadamente 4,6 bilhões de anos, o Sol tinha um
estoque de hidrogênio pronto para queimar durante 10 bilhões de anos. Quase a
metade do gás já se acabou, transformando-se em Hélio. Daqui a 5,4 bilhões de
anos, quando o Hidrogênio se acabar, o Sol vai queimar o hélio que foi gerado.
Nosso sistema planetário terá luz por mais 1 bilhão de anos e o clima se
transformará em um inferno, pois a queima do hélio gera mais calor que a queima
do hidrogênio.
Nessa era o sol se esquentará a ponto de destruir toda a vida que
porventura existisse em nosso planeta.
Com isso em mente podemos compreender que era a isso que Jesus se
referia quando se apresentou como o Alfa. Muito mais que uma referência ao
alfabeto grego, Ele apontava para a Resplandecente Estrela da Manhã (Ap 22.16),
e a Luz do Mundo (Jo 8.12). Era uma referência a uma força atômica que está na
base de toda a vida. O Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o hidrogênio e o
hélio.
“E do meio
dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência:
tinham a semelhança de homem” (v.5).
Ezequiel faz uma descrição para muito além da imaginação. Trata-se
da aparência de uma espécie de super-anjo que possuía quatro rostos e quatro
asas, com dois pés direitos com aparência de pés de bezerro. Seus pés eram na
cor e no brilho do cobre polido e as suas mãos se ocultavam por debaixo das
asas.
Imediatamente a atenção de Ezequiel é despertada para o modo de
andar Daquele Ser Extraordinário. O Ser Fantástico caminhava sempre em frente.
Não se virava e decididamente mantinha seu passo sempre na mesma direção.
A plural repetição do número Quatro é claramente digna de
observação. Tratava-se de quatro Seres Viventes, cada um deles possuía quatro
rostos e quatro asas. A soma total sempre é Quatro: quatro rostos de leão,
quatro rostos de boi, quatro rostos de águia e quatro rostos de homem.
Nesse ponto é necessário refletirmos um pouco sobre a matéria da
Gematria Hebraica que envolve o uso do número Quatro nas Escrituras. Permeando
a numerologia simbólica de toda Escritura, o número 4 possui referências
diversas.
Na superfície do texto sabemos que Judá é o quarto filho de Jacó e
é justamente da Tribo de Judá que surge o Leão da Tribo de Judá. Outra citação
é o aparecimento do Quarto Homem como a Teofania presente na fornalha de fogo,
onde foram lançados os amigos de Daniel.
O Antigo Testamento está cheio de referências ao número 4, e todas
elas apontam para Jesus.
“E saía um
rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro
braços” (Gn 2.10). Perceba que existe algo atípico nessa descrição, pois
geralmente rios menores se unem para formar um rio maior, mas o texto de Gênesis
aponta o contrário! Ou as águas dos rios corriam no sentido inverso,
contrariando a lei da gravidade (...), ou realmente nos deparamos com um rio
maior se dividindo e se tornando em quatro rios menores.
Nos instantes mais primitivos do Universo existia uma única Força.
Essa é a força que causou origem de tudo, sendo a única coisa não
afetada pelo poder da Grande Explosão.
Segundo a ciência, nos primeiros instantes essa força se dividiu
em 4 Forças. Simbolicamente um rio maior, se dividindo em quatro rios menores.
Os quatro rios do Éden citados em Genesis capítulo 2 eram: Tigre,
Eufrates, Gion e Pison. Dois desses quatro rios, o Gion e o Pison desapareceram
de nossa geografia cartografada. Os rios Tigre e Eufrates nascem nas montanhas
ao leste da Turquia e, depois de atravessarem esse país e também o norte da
Síria, correm pelo interior do Iraque, onde formam uma grandiosa planície
fluvial até confluírem e desembocarem no golfo Pérsico.
Faça uma análise: um grande rio se divide em quatro rios menores.
Dois rios desparecem do mapa, enquanto os outros dois são caudalosos até os
dias atuais. Agora volte sua reflexão para as Forças Controladoras do Universo:
curiosamente, ainda de forma muito amadora, o homem consegue controlar duas
dessas forças: a Gravidade e o Eletromagnetismo (o Tigre e o Eufrates).
O pequeno controle que o homem estabelece sobre a força da
gravidade permite o banho de chuveiro com água encanada e viagens espaciais a
bordo do módulo lunar. Já o mínimo controle da ciência sobre o eletromagnetismo
permite a navegação pela internet e as conversas em tempo real, via telefone
celular.
A Força Nuclear Fraca e a Força Nuclear Forte (o Gion e o Pison)
são tão misteriosas para a ciência quanto os dois rios que desapareceram dos
mapas da região do Éden.
E a saga do 4 continua!
São quatro Evangelhos, que apresentam cada um, através de seu
estilo literário, uma nuance do caráter de Jesus. De forma muito específica no
Evangelho de Mateus Jesus é apresentado como Leão, devido sua Realeza. No
Evangelho de Marcos Jesus é apresentado como Boi, devido seu Serviço. No
Evangelho de Lucas Jesus é apresentado como Homem, devido sua Humanidade e no
Evangelho de João, Jesus é apresentado como Águia, devido a sua Divindade. Os
Evangelhos apontam para o Ser Extraordinário de quatro faces.
Estudando o quarto dia da criação, percebemos que é nesse dia que
as 12 constelações do zodíaco passam a serem visíveis no céu. É o número da
terra (simbolizado pelo número 4) apontando para o número do governo de Deus (simbolizado
pelo número 12).
O número da terra é o 4, simbolizado pelos quatro pontos cardeais
(norte, sul, leste e oeste), o que literariamente na Bíblia é chamado de quatro
cantos da terra.
O número 12 representa, entre outras coisas a excelência do
governo divino: 12 meses do ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Cristo.
O número 3 refere-se ao céu, pois existem 3 véus de realidade, que
podem ser entendidos como 3 céus. “Conheço um
homem... foi arrebatado ao terceiro céu” (2Co 12:2). A
união entre o céu e a terra é o cumprimento final do plano de Deus. A perfeita
harmonia ocorrerá quando os céus e a terra se fundirem em 3 (céu) + 4 (terra) =
7 (estado perfeito).
Quando o número 4 (terra) multiplica o número 3 (Reino de Deus) o
resultado é o número 12, que é o número da Perfeição Governamental Eterna.
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Cesar de Aguiar
do livro Gênesis Desvendado
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