quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A ONISCIÊNCIA DE DEUS E O ESQUECIMENTO

Isaías 43:25 – “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro”.


Sem um conhecimento abrangente das Escrituras é impossível compreender esse versículo de forma eficiente. Para perfeita compreensão, nós devemos ler esse versículo sob a influência do espírito das Escrituras.

Uma análise do contexto nos leva a perceber que Deus está tratando do relacionamento com um povo que Ele escolheu para chamar de Seu. Trata-se de uma conversa muito pessoal entre Deus e a Sua nação escolhida. Nessa conversa, o Senhor expressa um profundo desejo de que o Seu povo se arrependa de seus maus caminhos. Deus expressa sua vontade: Ele quer que seu povo se volte para Ele.

Os versículos 25 e 26 de Isaías 43 faz uso de linguagem antropomórfica. Deus está usando uma característica humana para traduzir um sentimento comum aos seres humanos. Como o ser humano não compreenderia o que de fato se passava na mente do Criador, Deus resolve a questão usando uma linguagem que o homem entenderia. 

Todas as passagens bíblicas onde Deus é apresentado como aquele que vai se esquecer dos nossos pecados pode ser interpretada assim: Deus jamais vai permitir que o conhecimento daquele pecado cometido viesse exercer qualquer influência sobre a saúde de nossa relação com Ele. Para Deus, o pecado após ser perdoado, perde o seu efeito condenatório. Sem o efeito condenatório o dano não tem razão para ser lembrado. Enfim, o que não precisa ser lembrado pode ser esquecido.

Todavia sabemos por definição que perdoar não é esquecer. O dito popular: ‘quem perdoa, esquece’, não é verdadeiro! Perdoar é outra coisa: perdoar é riscar a cédula de dívida.Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” (Cl 2:14).

Quando oferecemos perdão devemos imitar a forma de Deus agir. As ofensas que sofremos devem ser perdoadas e ainda que nos lembremos delas, devemos ser firmes em nossa decisão de manter o perdão ativo. Com o tempo, essa decisão naturalmente nos leva a pensar cada vez menos no evento que causou o dano. Quando a lembrança do mal te assaltar, mantenha a decisão de perdoar.
Perdoar é um milagre que resolvemos realizar várias vezes sobre o mesmo evento. Nas palavras de Tertuliano: “Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Você quer ser feliz para sempre? Perdoe”.

O esquecimento é natural quando se decide perdoar setenta vezes sete (Mt 18:32). Embora a ofensa não seja excluída de “nosso HD”, o tempo vai apaziguando os ânimos e cicatrizando as feridas.

Faça como Deus faz: risque a cédula de dívida e continue seguindo em frente, com o coração pronto para uma nova ferida!

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César de Aguiar
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