Jeremias 7:31 – “Construíram
o alto de Tofete no vale de Ben-Hinom, para queimarem em sacrifício os seus
filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei e que jamais me veio à mente”.
Esse texto
coloca diante de nós um ato de extrema maldade praticado por pais e mães que
adoravam deuses esquisitos. A atitude desses pais nos leva a pensar sobre o que
se passava em suas cabeças no momento em que tomaram a decisão de queimar seus próprios
filhos em um ritual de louvor a esses deuses infernais.
Perceba que
esse texto do Profeta Jeremias é ambientado em um momento histórico
imediatamente anterior ao cativeiro babilônico. O povo de Israel estava tão
distante do Deus Verdadeiro, que perderam completamente a afeição natural e o
senso de consciência. O amor materno e paterno ficou obscurecido a ponto de,
como sintoma de uma grave doença espiritual, terem a capacidade de oferecerem
suas crianças como holocausto ao Deus Baal.
A ideia é tão
assustadora que a boca de Jeremias profetiza de forma exclamatória: “coisa que nunca ordenei e que jamais me
veio à mente”. Esse é o ponto do texto ao qual queremos nos ater para
compreender essa fala do Onisciente.
- Será que
até aquele momento da história humana, Deus nunca tinha concebido a ideia de
que um pai ou uma mãe poderia oferecer seu próprio filho em sacrifício a um
deus estranho? Será que Deus foi tomado de surpresa? Será que Deus não sabia?
Vamos
responder logo: - É claro que Deus sabia.
Mas como
explicar essa aparente contradição?
Vejamos a
história de Israel para perceber que essa prática já existia em um tempo
anterior aos dias de Jeremias. Existem relatos dessas práticas datados de bem mais
de 100 anos anteriores aos dias de Jeremias.
No reinado de
do Rei Acaz temos o seguinte relato: “No
ano dezessete de Peca, filho de Remalias, começou a reinar Acaz, filho de
Jotão, rei de Judá. Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar, e
reinou dezesseis anos em Jerusalém, e não fez o que era reto aos olhos do
Senhor seu Deus, como Davi, seu pai. Porque andou no caminho dos reis de
Israel, e até a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominações dos
gentios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel” (2 Reis
16:1-3).
Também no
governo de outro Rei de Israel somos aterrorizados por essa cena de filme de
terror. No reinado de Oséias encontramos outro relato dessa prática pavorosa:
“Também fizeram passar pelo fogo a seus
filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e
venderam-se para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocarem à
ira” (2 Reis 17:17).
Ainda no
livro do Levítico, escrito por Moisés, existe uma ordem clara de Deus acerca
dessa prática, indicando que essa ideia já havia sido concebida em tempos muito
anteriores aos dias de Jeremias:
"Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não
profanem o nome do seu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 18.21).
Voltemos à
exegese do texto de Jeremias: “Construíram
o alto de Tofete no vale de Ben-Hinom, para queimarem em sacrifício os seus
filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei e que jamais me veio à mente”.
A palavra hebraica:
“LEB”, em função do contexto pode ter dois significados. Ela pode ser traduzida
por MENTE ou CORAÇÃO.
Esse texto é mais
bem traduzido quando a palavra hebraica ‘LEB’ é traduzida por ‘CORAÇÃO’ em
substituição à palavra mente. Tudo fica em perfeita harmonia com o equilíbrio
das Escrituras quando esse texto é traduzido da seguinte forma “coisa que nunca ordenei e que jamais me
veio ao coração”.
Substituindo
a palavra “mente” pela palavra “coração” passamos a ter uma nova abordagem do
texto. A palavra “coração” dá um sentido de sentimento e não de racionalidade.
Perceba que algo que “jamais me veio ao coração” pode ser harmoniosamente
traduzido por: “nunca desejei” ou mesmo “nunca quis que acontecesse”. “(...) coisa que nunca ordenei e que nunca
quis que acontecesse”.
Enfim, Deus
nunca é surpreendido por nada. Ele sabe o fim desde o começo!
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César de Aguiar
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O amor ficou obscurecido a ponto de uma grave doença espiritual,fazer com que oferecemos nossos sonhos serem entregues de mão beijadas a deuses estranhos...
ResponderExcluirQuais são os filhos que temos entregados assim na hora do desespero,pensando que Deus não está vendo
Acaso,Ele perdeu o controle de tudo?
Acaso,Ele e um deus de barro,não escuta,não ver?
Muito bom
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