“E disse Deus:
Haja luz; e houve luz”.
(Deus)
‘Aleph’ é a
primeira letra do alfabeto dos idiomas semíticos (hebraico, fenício, aramaico,
siríaco e árabe). ‘Aleph’ não tem som.
‘Bet’, é a
segunda letra do alfabeto dos idiomas semíticos. ‘Bet’ é a primeira letra de
toda a Bíblia. O primeiro fonema.
Existe
muita sabedoria no posicionamento das letras hebraicas no texto da Torá.
‘Aleph’ é o
silêncio do Criador, indicando que no início do Universo Deus ainda não havia falado.
‘Bet’,
segundo os antigos rabinos indica a ação do ar em movimento, sendo que para
pronunciar o fonema, que é similar ao da letra ‘B’ de nosso alfabeto, o ar é
represado no interior dos lábios e solto como uma pequena explosão.
Nos nossos
lábios é uma pequena explosão que libera o ar represado no interior da boca.
Nos ‘lábios’ de Deus é uma explosão do tamanho do Big Bang.
‘Bet’
sugere a ação do Espírito de Deus, trabalhando desde antes a primeira fala do
Criador, vibrando sobre as águas primordiais com seu sopro, fazendo com que o
Universo inteiro assumisse a característica de um inimaginável instrumento de
sopro e de cordas.
“Como o ruído de
muitas águas, como a voz do Onipotente” (Ez 1:24);
assim Ezequiel descreve a sua percepção da voz do Criador.
“E ouvi como que
a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a
voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso
reina” (Ap 19:6); João teve a mesma percepção que
Ezequiel, indicando que do lado de dentro de nosso Universo, todas as vezes que
a voz do Criador ou vozes da superfície forem ouvidas, elas irão reverberar
segundo a lei física que impera na profundeza do Lago das Águas Primordiais.
Debaixo
d’água o som se propaga quatro vezes mais rápido do que no ar. Voz de muitas
águas é a forma como vozes da superfície se propagam num ambiente perfeito para
comunicar os efeitos dessas vozes.
Certamente,
sobre a superfície do lago as vozes não são de muitas águas. Essas vozes se
alteram quando, pronunciadas na superfície, rompem a profundeza das águas, onde
em algum ponto, nos encontramos.
IEHÍ ÓR
“E disse Deus:
Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre
a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a
tarde e a manhã, o dia primeiro” (Gn 1.3-5).
Milhares de
anos após o Big Bang a Voz de Muitas Águas foi ouvida pela primeira vez.
Em sua
primeira audição no Universo criado pelo Pão Vivo que Desceu dos Céus, o
Criador disse: “Iehí Ór” (“Haja Luz”).
Os fótons
vencedores da batalha entre matéria e antimatéria, finalmente livres das
algemas da aniquilação celebraram a vitória sob os auspícios dos trovões da Voz
do Eterno.
No seu
primeiro dia, o universo inflou numa incrível velocidade, dobrando seu tamanho
por 125 vezes.
Primeiro as
trevas, depois a luz e por conseguinte todo o material estelar, conforme essa
ordem, veio a ser, o início de tudo que passou a existir no universo, inclusive
o protótipo do planeta que viria a ser a nossa Terra.
As trevas
foram criadas antes da luz. Ela é toda a extensão abaixo da superfície das
águas do grande lago. Alguns poderiam objetar dizendo que as trevas é a
ausência da luz ou que ela é a absoluta ausência de qualquer forma de criação;
mas não é assim.
"Havia
trevas sobre a face do abismo”. As trevas não devem ser entendidas
apenas como a completa desolação. Ela é a matriz pulsante do universo no
interior do útero cósmico.
Assim como
o útero materno é uma piscina onde o bebê fica mergulhado, evoluindo sua
formação até o dia do seu nascimento, as trevas são o líquido amniótico do
universo, onde toda a matéria se organiza, tomando as mais variadas formas de
corpos celestes, direcionadas pela vibração do Espírito de Deus.
Mais de 95%
do universo é composto de energia e matéria escura, sendo que a soma da massa
de todos outros corpos celestes, de estrelas a meteoros reunidos por todo o
universo, correspondem a menos de 5% restantes.
O abismo
citado no Gênesis é talvez a melhor definição para entendermos que todo o
universo está mergulhado na imensidão do lago sob o Trono do Altíssimo.
Alguns
filósofos convencionaram que trevas é produto da ausência da luz. Mas não é bem
isso que a física moderna explica!
As trevas
sempre são dissipadas pela luz, todavia assim como a luz, também é composta de
matéria. Quando olhamos para o céu e contemplamos as estrelas, vemos entre elas
enormes espaços.
O que
seriam os espaços escuros entre as estrelas?
Os supostos
espaços vazios também são matéria, sendo denominados pelos cientistas Vera
Rubin e Arthur Stanley Eddington, como: Matéria Escura.
A física
moderna afirma que tudo no universo é composto de matéria e que tudo que existe
possui alguma substância. As trevas que servem como pano de fundo para as
estrelas não são espaços vazios. São como um tecido negro onde as estrelas tem
suas órbitas fixadas.
Imitando a
sabedoria do Criador, os comerciantes de jóias fazem exposição de suas gemas
afixando-as sobre panos escuros. A escuridão destaca e valoriza a jóia, assim
como a imensidão escura do infinito celeste valoriza cada ponto luminoso de uma
estrela.
As estrelas
são mais fascinantes nas noites mais escuras, assim como as joias mais belas
são destacadas na intensidade da escuridão do pano.
Assim é a
vida daquele que caminha com Deus! Sua luz se valoriza quando posicionado na
escuridão do mundo afastado da fé. Quanto maior a escuridão, mais bela fica a
sua presença, rompendo as trevas enquanto enfeita o Universo de Deus.
A Matéria
Escura ainda não é perfeitamente compreendida pela ciência, mas os cientistas
já concordam que as galáxias que existem são mantidas em suas posições pela
gravidade da matéria que as envolve. Nada na criação de Deus está solto ou à
deriva. A premissa fundamental do atributo da Onipresença de Deus é que Ele se
faz presente onde existir um lugar qualquer.
Se a
matéria escura fosse o nada, como Deus estaria presente no nada?
Quando
entendemos que o nada não existe no interior do universo, podemos garantir que
o Onipresente está em todos os lugares. Afinal o Universo é composto principalmente
por uma matéria que tem como principal função propagar a luz; e em matéria de
se curvar diante do poder luz, a escuridão é infinitamente eficaz.
Um simples
raio do sol dissipa a escuridão de uma caverna inteira!
O profeta
Isaías revela que as trevas não são mera ausência de luz quando vaticina: “Eu formo a luz, e crio as trevas” (Is 45.7).
A Luz é o
elemento que conduz o universo do caos para a ordem. Ela é citada antes do
aparecimento do sol, que acontece apenas no quarto dia da criação.
A luz precede
a criação do o sol e sobrevive a ele mesmo depois da consumação dos tempos. “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem
da luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina” (Ap 22:5).
O Sol do
nosso sistema não é a luz a que Gênesis se refere, afinal o nosso sol é um
produtor de luz tal qual qualquer outra estrela do Universo.
A luz de
Gênesis 1.3 é uma invenção divina que transcende a dimensão material. Ela é a
mesma invenção que continuará a existir quando o universo inteiro passar pela
total devastação (Big Crunch). Ela é a mesma invenção que existe no mundo das
ideias, na dimensão perfeita onde o Criador habita com sua glória. Acima de
Kether, além da mais incompreendida emanação.
A partir do
primeiro dia da criação, toda a Escritura vai transmitir o conceito da luz como
opositora das trevas. Deus ordenou a separação entre a claridade e a escuridão.
Andar na
luz significa mais do que simplesmente estar separado das trevas. Significa que
os filhos da luz naturalmente irão destruir as trevas, simplesmente pelo fato
de serem feitos do mesmo material que compõe as estrelas.
A
influência dos iluminados sempre muda os ambientes por onde passam e isso é
natural.
Tudo foi
criado a partir do “Haja Luz” proferido
pelo Eterno.
É a luz da
Primeira Emanação do Criador e é ela que dá origem a todos os mundos criados.
Para criar todas as coisas, Deus falou por 10 vezes em Genesis 1 (v.3; v.6;
v.9; v.11; v.14; v.20; v.22; v.24; v.26; v.28-29). Dez emanações.
É a luz
primordial que dá início a todas as coisas.
A Grande
Explosão de Kether, a Coroa da Majestade.
O tempo não
corre para a luz, afinal a luz é a medida do tempo. A luz não envelhece porque
a luz viaja na velocidade da luz. E tudo que viaja na velocidade da luz é
eterno em relação às algemas da temporalidade.
A luz é
eterna e invencível.
Os fótons
que surgiram no início do universo, como resultado da vitória da matéria sobre
a antimatéria, tem hoje a mesma idade que tinham naquele dia.
A afirmação
de Jesus: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14)
toma outra perspectiva quando estamos dispostos a entender que a primeira
emanação de Deus para o Universo é algo que compõe a nossa essência.
Somos luz e
devemos ter a mesma missão e o mesmo destino que ela.
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA
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