Deus é invisível ao homem no tocante a toda sua essência.
Homem nenhum jamais viu a Deus se manifestando em toda sua glória.
Todavia para se relacionar e se revelar ao homem Deus usa a criação, as
Escrituras e uma relação íntima com o espírito humano. A relação de Moisés com
Deus no versículo 11 (falar com Deus face a face) é diferente daquilo que Moisés
está pedindo no versículo 18 (ver a Glória de Deus).
A expressão, “face a face” é uma figura de linguagem. Entenda que
ver Deus “face a face” é absolutamente diferente de ‘ver a face de Deus’.
Moisés que se relacionava com muita intimidade (face a face) pediu
para ver a essência gloriosa do Eterno.
O que Moisés queria ver era a totalidade da essência do Criador.
Foi nesse momento que Deus respondeu ao seu profeta que aquilo que
ele pedia era impossível de realizar, exceto por uma via!
O relacionamento do Criador com Moisés era tão estreito que a
resposta foi positiva. Deus informou a Moisés que iria passar diante dele a sua
bondade e lhe proclamaria o nome do Senhor (Ex 33.19).
Deus iria mostrar a Moisés a Sua Glória e faria isso da forma mais
surpreendente possível!
Deus providenciou uma maneira de Se manifestar a Moisés e essa
maneira não exporia a fragilidade humana, ou seja, diante da Glória de Deus o
profeta não seria fulminado.
“Eu farei
passar toda a minha bondade por diante de ti” (Ex 33:19).
A palavra hebraica (‘Tov’) traduzida para ‘Bom’ (‘bondade’) é a
mesma palavra que é usada em Gênesis capítulo 1.
Foi o próprio Moisés que escreveu todos os cinco primeiros livros
do Velho Testamento. No Gênesis capítulo 1 todas as vezes que Deus termina a obra
de um dia da criação, Ele avalia sua obra com o seguinte dizer: “e viu Deus que isso era bom” (‘bom’ =
‘Tov’).
Nas Escrituras nada é por acaso. Cada palavra e cada letra estão
dispostas de forma matematicamente definida e até mesmo os espaços entre as
palavras escondem mistérios e devem ser levados em conta.
A Torá é a mais sublime revelação de Deus aos homens e nela estão
contidos todos os mistérios do Universo e muitos mistérios que o Criador
graciosamente resolveu revelar acerca de Si mesmo.
O uso da palavra ‘Tov’ nesses dois textos sugere que Moisés citava
eventos que são paralelos no tempo e no espaço. Sugere principalmente que
Moisés viajou ao passado e contemplou toda a obra da criação, numa relatividade
temporal.
Em um curto espaço de tempo Moisés assistiu a sublime manifestação
da bondade de Deus. Todos os dias da criação passaram diante dos olhos de
Moisés e a avaliação de Deus sempre era: ‘Tov’ – bom.
Assistir os dias da criação é o cumprimento da promessa: “Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti” (Ex 33:19).
Numa escala de valoração do amor de Deus, a criação do Universo é
quase a expressão máxima da bondade, perdendo apenas para a Encarnação do Filho
de Deus – Jesus Cristo.
Todavia a promessa de Deus a Moisés tinha um caráter duplo. “Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e
proclamarei o nome do Senhor diante de ti” (Ex 33:19).
A primeira parte da promessa foi cumprida quando Deus passou toda bondade
diante de Moisés. A segunda parte da promessa (“e
proclamarei o nome do Senhor diante de ti”) também foi
cumprida, todavia será objeto de estudo em nosso livro “A Bíblia e os Viajantes do Tempo”. Apenas se
lembre que Moisés se encontrou com Jesus no futuro, no Monte da Transfiguração
(Mt 17).
No Monte Sinai Moisés assistiu o desenrolar do filme da criação.
Em seis dias terrestres ele assistiu aos 13,82 bilhões de anos do Universo.
Se o filme foi projetado em ‘fast motion’, ou se Moisés estava em
algum pilar atemporal do universo, ou se estava de pé andando sobre as águas do
lago assistindo ao filme da criação, é impossível precisar.
O absolutamente claro é que: na perspectiva de quem escreveu o
relato da criação em Gênesis, o Universo foi criado, formado e evoluído em 6
dias de 24hs.
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA
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