quinta-feira, 14 de novembro de 2024

UM DIA SEGUNDO

 


“E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo” (Gn 1.6-8).

 

Existe uma importante diferença percebida entre o segundo e o quarto dia da criação. No segundo dia foi criado o ‘firmamento’, enquanto que no quarto dia a criação está limitada à perspectiva de um observador que vê os eventos a partir do planeta Terra. Nesse dia ele percebe o aparecimento dos ‘luzeiros no céu’, referindo-se à carta celeste e a todos os astros visíveis da superfície de nosso planeta.

Enquanto o quarto dia fala de galáxias, cometas, estrelas, nebulosas e sistemas planetários, o segundo dia, fugindo da astrofísica clássica, namora os conceitos da física quântica.

No dia segundo estão em voga os elementos mais ancestrais do universo: o “firmamento no meio das águas” e a “separação entre águas debaixo e acima do firmamento”. Esse é o universo primitivo que se organizou nas profundezas do Lago das Águas Primordiais. É a organização da ancestral sopa quântica, onde, passo a passo o véu da realidade foi costurado pelo entrelaçamento das onze supercordas dimensionais.

Relatividade temporal. A ampulheta de Moisés marcava o decorrer de um dia. O relógio do Universo computava milhões de anos!

A dissipação da densidade da matéria formada pela expansão, lentamente causou o resfriamento da sopa de quark-glúons formando colossais nuvens de hidrogênio e outros primitivos elementos químicos.

A partir da simplicidade da mistura inicial, iniciou-se o processo de evolução de substâncias e combinações químicas elementares que produziram complexas formações cósmicas. Em uma matriz de energia pulsante, as primeiras partículas de matéria sólida surgiram como um milagre.

Sim! Um milagre da vibração do Espírito que tangia o instrumento de cordas dimensionais. A música da criação em altíssima frequência era produzida pelo coro dos corpos celestes que louvavam a Deus enquanto eram construídos na perfeição do Eterno. E continuam assim: sendo produzidos e louvando sem cessar!

“Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus” (Sl 148:3,4).

 

ESTRELAS CANTAM

 

Cientistas da Universidade de York apresentaram elementos que provam que as estrelas geram som. Através de experiências com fluidos em movimento (hidrodinâmica) foi realizado um exame de interação com um laser ultra intenso e um alvo de plasma, o que produziu resultados inesperados.

O Dr. John Pasley, do Instituto de Plasma do Departamento de Física de York, constatou que após um trilionésimo de segundo, os disparos de raios laser sobre o plasma fluía rapidamente das mais altas para as baixas densidades, criando um fenômeno semelhante a um ‘engarrafamento’, o que manifestava uma combinação de impulsos de pressão, ou seja: uma onda sonora.

A frequência gerada era absurdamente alta (em torno de 1 trilhão de hertz). No nosso planeta, os únicos seres vivos que poderiam ouvi-la, com extrema dificuldade seriam os golfinhos ou os morcegos. Afinal, trata-se de uma frequência aproximadamente seis vezes maior do que qualquer uma que pudesse ser ouvida por algum mamífero.

“Um dos poucos locais na natureza onde acreditamos que esse efeito poderia ocorrer é na superfície de estrelas... as estrelas podem estar gerando sons de uma forma semelhante àquela observada nos laboratórios. Portanto, as estrelas podem estar cantando, porém, como o som não se propaga através do vácuo no espaço, ninguém consegue ouvi-las” (Dr. John Pasley).

Segundo as Leis Herméticas, quanto mais próximo da matéria, mais baixa é a vibração. Assim, os minerais possuem as vibrações mais baixas, seguidos dos vegetais, dos animais, do corpo físico humano, da mente humana e do espírito humano. Quanto mais alta a vibração, menos perceptível ela é aos sentidos do corpo físico.

Nesse sentido, o som das estrelas é a vibração em sua frequência mais perfeita e transcendente. Uma estrela é um instrumento ‘cosmosinfônico’ adequado a um louvor sem limites aos exigentes ouvidos do Criador.

O Universo é um imenso palco onde acontece o mais fabuloso concerto musical. As estrelas estão incessantemente gerando sons. Louvando, como dizem as Escrituras.

Ainda que os humanos, limitados pela matéria, tenham perdido a capacidade de ouvir frequências tão elevadas, existe Alguém que ouve uma música perfeita, executada por uma orquestra inimitável.

Quem é o Maestro da Sinfonia dos Céus? Quem compôs a música? E a partitura, quem a escreveu?

Um som perfeito, emitido pelos mais perfeitos instrumentos de Deus. Uma música distante que nos espera no nosso verdadeiro lar. Uma música ao longe que ouviremos cada vez mais perfeitamente, na medida em que nos aproximamos do Uno Perfeito.

O clima de intenso louvor produz a mais positiva de todas as energias espirituais: a Luz. 

Altas frequências são produzidas no interior das maravilhosas fornalhas estelares.

O perfeito louvor é emitido de um interior incandescente.

Perto de Jesus, o coração dos discípulos arde em chamas: “Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc 24.32).

Para que o perfeito louvor aconteça é necessário um fogo no coração: “Esquentou-se-me o coração dentro de mim; enquanto eu meditava se acendeu um fogo” (Sl 39:3).

Produzir luz e iluminar tudo em volta é apenas consequência de um coração que louva. “E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo...” (At 2:3,4).

 

O LOUVOR NO DIA MAIS TENSO DA NOSSA HISTÓRIA EVOLUTIVA

 

Foi assim que aconteceu a segunda-feira, o dia mais tenso entre todos os dias da criação! O único dia onde o Criador se calou no momento de dizer: “e viu Deus que era bom”. Louvor intenso no dia mais decisivo para a manifestação de nossa corda dimensional. Enquanto a batalha acontecia, os astros não paravam de louvar!

Foi no segundo dia da criação (que durou cerca de 4 bilhões de anos universais) que a vitória do bem sobre o mal se estabeleceu definitivamente para a corda dimensional onde nos encontramos.

Garantida pela vitória da matéria sobre a antimatéria, da luz sobre as trevas, do bem sobre o mal. A vitória absoluta foi estabelecida pela superioridade da Cruz de Cristo sobre toda espécie de energia trevosa em todos os níveis de realidade, em todos os mundos criados, em todas as emanações do Criador.

Nesse dia de épica batalha, Lúcifer foi precipitado para nosso planeta que se encontra instalado no mais inferior nível de realidade das emanações divinas. Expulso do mais elevado nível de emanação, o Querubim ora amotinado contra o Criador foi expulso para o mais inferior grau de criação: Malkut, o nosso Universo manifestado.

Ainda por um tempo a influência de Lúcifer será terrivelmente sentida nesse nível de realidade. Todavia o mal que ainda prevalece será exterminado em uma pequena fração de tempo, pois para o diabo existe muito pouco tempo!

Em Malkut (palavra que significa Reino), o Reino de Deus deve ser tomado e estabelecido a força: “o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12).

O Segundo Dia em nossa corda dimensional é um reflexo do segundo dia nas cordas superiores. Enquanto a expansão do universo se procedia em nossa dimensão (Malkuth), correspondentemente em Yesod, Hod, Nietzah, Geburah e em todos os outros mundos acontecia eventos superiores, cada um correspondente ao seu respectivo superior, bem ao estilo “assim na terra como no céu”.

Nos reatores nucleares do interior das estrelas foram formados os elementos químicos mais complexos como o carbono e o oxigênio. Esses elementos essenciais à geração de vida orgânica foram amorosamente doados ao universo pela explosão das supernovas. Quando uma estrela explode, na verdade ela está doando matéria prima para a formação de milhões e bilhões de outras formas de vida. Penso que o Apóstolo Paulo falava de estrelas quando analisava o verdadeiro amor: “ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (1Co 13:3).

 

POEIRA DE ESTRELAS

 

O que Carl Sagan falava há muito tempo foi comprovado pelas recentes pesquisas científicas: os seres humanos são feitos de poeira estelar.

Após a análise de 1500 estrelas, astrônomos concluíram que os humanos e os astros brilhantes do espaço possuem 97% do mesmo tipo de átomos.

A verdade é que somos feitos dos despojos da luz e por isso ela é nosso maior desejo!

O que nossa natureza mais anseia é voltar a ser o que um dia fomos.

Quem nasceu de uma estrela não se contenta em ser carvão! Tem que se incendiar. Afinal, o fogo é a essência de nossa mais primitiva natureza.

A luz já havia sido separada das trevas e naturalmente se tornou sua opositora. De forma similar, também a terra é opositora ao domínio do mar. As ilhas e os continentes se precipitam elevando-se acima das águas – é notório que terra e mar são opositores naturais.

Águas e águas são separadas. Expansões se dividem.

Separação!!! Esse é o conceito chave, transmitido por Deus a seu povo eleito “E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).

O segundo dia é o único que Deus não avalia como bom. Todos os outros dias da criação, Deus termina dizendo: “viu o que tinha feito e avaliou como bom”. Exceto o segundo dia.

Uma metáfora de real equivalência com o dia das trevas absolutas que Cristo experimentou entre o crepúsculo e o amanhecer de sua estada no mundo dos mortos condenados. Por três dias, Cristo esteve morto antes de sua ressurreição. Porém o único dia que Cristo permaneceu todas as horas como morto é no segundo dia. Isso é uma sincronia perfeita com o segundo dia da criação, que demanda das consequências do caos.

No segundo dia a Via Láctea e o Sol se formaram.

Eclipsados por uma densa camada de poeira estelar, o sol, a lua e as estrelas ainda não podiam ser apreciados da superfície de nosso planeta, embora ocupassem as mesmas órbitas que ocupam hoje.

A criação não estava finalizada e tudo estava apenas no começo.

Ainda havia muito trabalho a ser executado.



Cesar de Aguiar

teolovida@gmail.com

retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA

 

 

 

 

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