Eclesiastes 7:1
– “O bom nome é melhor do que um perfume finíssimo, e o dia da morte é melhor do
que o dia do nascimento.”
Vamos viajar à Rússia dos czares. Nesta viagem vamos
conhecer a história de um rico patrão e seu ultimo dia de vida ao lado de seu
empregado.
A conclusão da compra de um terreno é o motivo da curta
viagem de trenó de um rico negociante de terras. As relações entre Patrão e
Empregado são muito claras: Exploração e submissão! O patrão manda, o empregado
obedece. O patrão é senhor, o empregado é servo. O patrão tem alto nível de
vida social, o servo se limita à simplicidade do que seu pequeno ordenado é
suficiente para oferecer.
Na noite fria eles seguem viagem contrariando todos os
avisos de perigo. E no meio da viagem eles se deparam com a força
intransponível da natureza feroz. Envoltos pela imensidão da repetitiva paisagem
branca e em meio à uma tempestade de neve e vento forte, o Senhor e o Servo se perdem
do rumo da estrada.
Ao se perderem eles estão sozinhos, desorientados, tendo por
companhia apenas um ao outro.
A interminável noite fria traz a agonia da hora final. Ambos
se vêm diante do inevitável momento da morte.
Lentamente o horror da escuridão, de forma inexplicável aquieta o coração e prepara o espírito de ambos para a hora final.
Lentamente o horror da escuridão, de forma inexplicável aquieta o coração e prepara o espírito de ambos para a hora final.
As relações entre os dois homens se alteram à medida em que
o frio penetra seus corpos ao longo da noite fria que mudará para sempre o
sentido de suas vidas.
Esse é o enredo do conto de Leon Tolstoi intitulado Senhores e Servos.
A morte nivela todos! A morte nos iguala.
E diante da morte inevitável, Senhor e Servo busca seus
pensamentos últimos: histórias da infância, a festa com os amigos de verdade, a
mulher amada, o animal de estimação, a briga com o pai, o perdão que não se
pediu, o amor que não se declarou.
Eles descobrem que o significado da vida se resume às coisas que lembramos. A vida se resume a memórias. Boas memórias e (infelizmente) as más memórias também.
Eles descobrem que o significado da vida se resume às coisas que lembramos. A vida se resume a memórias. Boas memórias e (infelizmente) as más memórias também.
No fim da vida, o pensamento menos importante é o dinheiro,
o orgulho, a ganância. O Eu.
Diante do fim, sempre surge a vontade de ser um pouco mais
generoso, um pouco mais irmão! Fiel. Grato. Amigo.
A conclusão final é: UMA PENA! Foi uma pena não ter vivido
mais!
A morte é inevitável e a dádiva da vida é a única
oportunidade que temos para construir um legado.
Foi uma pena não ter feito o que eu deveria ter feito com a
minha vida enquanto a vida (ainda) era minha!
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M.e. César de Aguiar
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