Se não fosse encontrada a pessoa digna de
abrir o Livro, certamente o Universo não poderia ser criado, pois na ausência
do sustentador do paradoxo da criação, toda a energia envolvida no processo não
se organizaria em torno de um objetivo final. Tudo seria arrastado para o caos
e para a escuridão infinita.
João compreendia a gravidade, por isso aquele
momento era de profunda angústia e estresse espiritual. Entretanto João não
estava abandonado na plateia cósmica!
Um dos anciãos se dirige a ele: “Não chores. Eis que o Leão da Tribo de
Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o Livro e os seus Sete Selos” (Ap 5.5). Mas quando Ele venceu? A resposta novamente se encontra na
relatividade: a vitória se deu muito antes do tempo ser criado.
A vitória do Leão no tempo é um reflexo,
uma sombra da vitória que já havia sido consumada desde antes da criação do
mundo.
Diante da revelação do Anjo, João se volta
para encarar o Leão vitorioso. Todavia, quando João se vira para ver o Leão, o
que João vê é um “Cordeiro, como tendo sido morto”. “E olhei, e eis que estava no meio do
trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como
havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete
espíritos de Deus enviados a toda a terra” (Ap 5.6).
O Cordeiro é o único digno de tomar o
Livro e abri-lo. O Cordeiro é a sombra do Leão. No mundo espiritual, o qual
Platão chamava de Mundo das Ideias, existe o Leão. No mundo físico manifestado,
o Cordeiro é a expressão exata do Leão; um é a imagem e a semelhança do outro, “assim na terra como no céu”, o Cordeiro, na terra, é o reflexo do Leão, do céu.
O Leão é Jesus, o Filho de Deus, fora do
tempo, reinando absoluto no Universo criado para o louvor de Sua Própria
Glória. O Cordeiro é Jesus, o Filho do Homem, inserido no tempo, submetendo-se
ao processo de redenção do Universo, para louvor de Sua própria glória.
Quando o Livro do Tempo está na posse do
Cordeiro, vinte e quatro anciãos se prostraram diante Dele tendo cada um dos
Anciãos “uma harpa
e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v.8). “E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. E,
havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles, harpas e salvas de ouro
cheias de incenso, que são as orações dos santos” (Ap 5:7,8).
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA
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