Em 1964, o físico britânico Peter Higgs
previu a existência de um campo de força que envolve todo o universo.
Entretanto, naquele tempo não existia aparelhamento tecnológico para testar a
teoria.
Para apreciar a confirmação da descoberta,
o mundo aguardou o funcionamento do Grande Colisor de Hádrons (LHC) em meados
de 2008. Em março de 2013, provou-se que a partícula interagia, decaía e se
comportava de acordo com as formas preditas pelo Modelo Padrão, elaborado por
Higgs. Experiências no LHC indicaram a existência daquela partícula, que passou
a ser chamada de Bóson de Higgs.
Até então ninguém entendia por que algumas
partículas subatômicas tinham muita massa e outras tinham pouca ou nenhuma. Ao
longo da pesquisa científica todas as partículas fundamentais, foram sendo
encontradas, uma a uma, todavia a dúvida continuava: por que alguns elementos
são mais pesados que os outros?
Inicialmente acreditava-se tratar do
tamanho das partículas fundamentais que compõe a matéria, todavia essa
conclusão não demorou a cair por terra.
Descobriu-se que todas as partículas subatômicas têm o mesmo tamanho.
Naquele tempo o grande problema da física era: o que confere massa à matéria?
Alguns teóricos chegaram a prever a
existência de algo que conferisse massa à matéria, mas não sabiam exatamente o
que era!
Quando o CERN divulgou a teoria que
explicava a origem da massa das partículas subatômicas através da confirmação
da existência do Bóson de Higgs, essa descoberta foi logo tratada como o Santo
Graal da física.
Pelos avanços produzidos por suas
descobertas, em 2013 o cientista belga François Englert e Peter Higgs foram
premiados com o Prêmio Nobel de Física.
O Campo de Higgs é formado por Bósons de
Higgs e toda a matéria está mergulhada neste campo de força, que ocupa todo o
espaço, e está presente em cada milímetro quadrado da criação.
A massa dos objetos existe e é percebida
pelos sentidos devido a interação das partículas fundamentais com o Campo de
Higgs. Sem a existência do campo, não haveria átomos, não haveria moléculas,
não haveria planetas, não haveria estrelas, não haveria reações químicas, não
haveria vida.
Sem o Campo de Higgs haveria apenas o
caos. As partículas fundamentais viajariam pelo espaço, na velocidade da luz e
sem nenhuma ordem. Elas se chocariam uma às outras e o universo estaria fadado
à desintegração!
Devido ao fato do bóson permitir que as
demais partículas possuam diferentes massas, fora da comunidade científica, o
Bóson de Higgs é mais conhecido pelo nome de Partícula de Deus (do original
‘God Particle’). Segundo o físico brasileiro Marcelo Gleiser, o surgimento
desse título ocorreu devido a um livro do físico Leon Lederman.
Laderman propôs à sua editora o título
‘Goddamn Particle’ (Partícula Maldita), que era um título totalmente contrário
a um vínculo positivo com o Criador. Esse título objetivava manifestar sua
frustração em não ser ele a pessoa a ter encontrado o Bóson de Higgs. Todavia
Lederman, por razões comerciais, aceitou a opinião de seus editores e mudou o
termo para Partícula de Deus. Certamente, para além da intenção dos editores,
essa mudança foi a ação do próprio Deus alterando o curso das coisas enquanto
dava nome a uma de suas mais arrojadas criações.
Para entender o que o Bóson tem de divino,
precisamos compreender que “No princípio” da criação, nada tinha peso, afinal tudo
era energia. Na aurora do Universo, a matéria era apenas uma coleção de
partículas subatômicas se movendo à velocidade da luz.
A criação obedeceu a um delicado toque de
ordem do Criador.
No alvorecer do universo tudo era caótico
e as partículas estavam espalhadas por todo o espaço, que se expandia em uma
incrível velocidade. Com o avanço dos eventos, os ‘bósons’ se uniram da mesma
maneira que o vapor se une e se transforma em água líquida. A Partícula de Deus
formou uma espécie de ‘tinta invisível’ que se misturou às águas do universo,
que naquele momento era uma complexa sopa de quarks-glúons.
O Lago das Águas Primordiais foi colorido
com essa ‘tinta invisível’, formando junto com o universo um único mar
invisível - o Mar de Higgs, que é um campo de força com a capacidade de
organizar todas as partículas da criação.
Sobre o Mar de Higgs, o Espírito de Deus
tangia as cordas do multiverso que vibravam para produzir a música da criação.
Enquanto bailavam ao som da mais primitiva sinfonia, os átomos se organizavam
no ritmo das cadeias do balé da gênese.
Do alto de seu trono, enquanto assistia ao
espetáculo que havia escrito e produzido, o Criador “viu que era bom” e se
alegrou, satisfeito com a sua obra.
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA
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