quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

O BÓSON DE HIGGS

 


Em 1964, o físico britânico Peter Higgs previu a existência de um campo de força que envolve todo o universo. Entretanto, naquele tempo não existia aparelhamento tecnológico para testar a teoria.

Para apreciar a confirmação da descoberta, o mundo aguardou o funcionamento do Grande Colisor de Hádrons (LHC) em meados de 2008. Em março de 2013, provou-se que a partícula interagia, decaía e se comportava de acordo com as formas preditas pelo Modelo Padrão, elaborado por Higgs. Experiências no LHC indicaram a existência daquela partícula, que passou a ser chamada de Bóson de Higgs.

Até então ninguém entendia por que algumas partículas subatômicas tinham muita massa e outras tinham pouca ou nenhuma. Ao longo da pesquisa científica todas as partículas fundamentais, foram sendo encontradas, uma a uma, todavia a dúvida continuava: por que alguns elementos são mais pesados que os outros?

Inicialmente acreditava-se tratar do tamanho das partículas fundamentais que compõe a matéria, todavia essa conclusão não demorou a cair por terra.  Descobriu-se que todas as partículas subatômicas têm o mesmo tamanho. Naquele tempo o grande problema da física era: o que confere massa à matéria?

Alguns teóricos chegaram a prever a existência de algo que conferisse massa à matéria, mas não sabiam exatamente o que era! 

Quando o CERN divulgou a teoria que explicava a origem da massa das partículas subatômicas através da confirmação da existência do Bóson de Higgs, essa descoberta foi logo tratada como o Santo Graal da física.

Pelos avanços produzidos por suas descobertas, em 2013 o cientista belga François Englert e Peter Higgs foram premiados com o Prêmio Nobel de Física.

O Campo de Higgs é formado por Bósons de Higgs e toda a matéria está mergulhada neste campo de força, que ocupa todo o espaço, e está presente em cada milímetro quadrado da criação.

A massa dos objetos existe e é percebida pelos sentidos devido a interação das partículas fundamentais com o Campo de Higgs. Sem a existência do campo, não haveria átomos, não haveria moléculas, não haveria planetas, não haveria estrelas, não haveria reações químicas, não haveria vida.

Sem o Campo de Higgs haveria apenas o caos. As partículas fundamentais viajariam pelo espaço, na velocidade da luz e sem nenhuma ordem. Elas se chocariam uma às outras e o universo estaria fadado à desintegração!

Devido ao fato do bóson permitir que as demais partículas possuam diferentes massas, fora da comunidade científica, o Bóson de Higgs é mais conhecido pelo nome de Partícula de Deus (do original ‘God Particle’). Segundo o físico brasileiro Marcelo Gleiser, o surgimento desse título ocorreu devido a um livro do físico Leon Lederman.

Laderman propôs à sua editora o título ‘Goddamn Particle’ (Partícula Maldita), que era um título totalmente contrário a um vínculo positivo com o Criador. Esse título objetivava manifestar sua frustração em não ser ele a pessoa a ter encontrado o Bóson de Higgs. Todavia Lederman, por razões comerciais, aceitou a opinião de seus editores e mudou o termo para Partícula de Deus. Certamente, para além da intenção dos editores, essa mudança foi a ação do próprio Deus alterando o curso das coisas enquanto dava nome a uma de suas mais arrojadas criações.

Para entender o que o Bóson tem de divino, precisamos compreender que “No princípio” da criação, nada tinha peso, afinal tudo era energia. Na aurora do Universo, a matéria era apenas uma coleção de partículas subatômicas se movendo à velocidade da luz.

A criação obedeceu a um delicado toque de ordem do Criador.

No alvorecer do universo tudo era caótico e as partículas estavam espalhadas por todo o espaço, que se expandia em uma incrível velocidade. Com o avanço dos eventos, os ‘bósons’ se uniram da mesma maneira que o vapor se une e se transforma em água líquida. A Partícula de Deus formou uma espécie de ‘tinta invisível’ que se misturou às águas do universo, que naquele momento era uma complexa sopa de quarks-glúons.

O Lago das Águas Primordiais foi colorido com essa ‘tinta invisível’, formando junto com o universo um único mar invisível - o Mar de Higgs, que é um campo de força com a capacidade de organizar todas as partículas da criação.

Sobre o Mar de Higgs, o Espírito de Deus tangia as cordas do multiverso que vibravam para produzir a música da criação. Enquanto bailavam ao som da mais primitiva sinfonia, os átomos se organizavam no ritmo das cadeias do balé da gênese.

Do alto de seu trono, enquanto assistia ao espetáculo que havia escrito e produzido, o Criador “viu que era bom” e se alegrou, satisfeito com a sua obra.


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com

retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA 

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