A obra de Cristo terminou e pôde ser plenamente avaliada; e por
causa da positividade da avaliação, Deus o exaltou sobremaneira sobre todas as
coisas.
A beleza do texto bíblico e a grandeza do plano de Deus são tão
deslumbrantes, que foge de nós toda a dúvida de que a sua autoria não seja
delegada ao próprio Espírito Santo. Tal como nos dias da criação, onde a obra
de Deus é executada entre a tarde e a manhã de cada dia, a obra de Cristo também
foi realizada entre uma tarde e uma manhã. Começou com sua prisão nas horas da
tarde da sexta-feira e terminou com a sua ressurreição nas horas da manhã do
domingo.
Seu suplício final começou à tarde. Jesus orou noite adentro,
sofrendo a agonia da solidão das horas que estavam para chegar. Finalmente,
exausto pelo extremo estresse da oração na alta madrugada Ele foi preso e
levado para ser julgado diante de seus algozes.
Em seus momentos finais Cristo foi ferido com seis feridas
especiais: nas duas mãos, nos dois pés, no peito e na cabeça.
No sexto dia da semana, Cristo permaneceu por seis horas, pregado
na cruz entre o céu e a terra.
A beleza do texto bíblico é extasiante e por isso é impossível não
pensar em analogias entre a Cruz e a Criação.
Seis dias para a criação. Seis horas na Cruz. Uma hora de cruz
para o resgate de cada dia da criação.
Seis feridas especiais: Uma ferida na mão direita, uma ferida na
mão esquerda, uma ferida no pé direito, uma ferida no pé esquerdo, uma ferida
na cabeça e uma ferida no peito. Jesus recebeu uma ferida para a redenção de
cada um dos domínios que o homem perdeu após a queda.
O pecado fez com que o homem perdesse o domínio sobre todos os
reinos da criação. O homem perdeu seis domínios: o domínio sobre toda a terra,
o domínio sobre os peixes do mar, o domínio sobre as aves do céu, o domínio
sobre os animais que se move sobre a terra, o domínio sobre todas as plantas e
ervas e o domínio sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra.
Cada uma das feridas de Jesus tem um propósito e a redenção foi
alcançada com a devolução dos domínios que o homem perdeu. Essa é a esperança
que nos enche de alegria: o dia em que esses domínios serão plenamente
entregues aos salvos pelo Cordeiro. Nesse dia haverá novo céu e nova terra e os
homens novamente experimentarão os domínios sobre a natureza criada. “Porque,
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão” (Is 65:17).
Perceba que o homem que Deus havia criado, no final do sexto dia
da criação, foi redimido na sexta hora de Cristo na cruz. Foi no seu último
momento na cruz que finalmente Cristo expirou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito. Está Consumado!” (Jo 19.30; Lc 23.46).
A obra de Cristo começou numa tarde de sexta feira e terminou numa
manhã de domingo. O sábado de descanso, tão desrespeitado pela nação eleita do
Criador, foi no mundo físico respeitado pelo Messias. Todavia, no mundo
espiritual Cristo não viveu a alegria do descanso do sábado sagrado. Foi no
sábado que Jesus, em espírito, enfrentou o horror das mais densas trevas dos
abismos. Enquanto seu corpo físico repousava em um jazigo emprestado, Jesus
enfrentava os terrores da negridão dos mundos desajustados, as trevas dos
mundos inferiores.
Veio tarde e manhã e o domingo chegou! Com ele veio o Sol de uma
nova dispensação. Por causa da obra de Cristo, um novo dia começou na história.
Cesar de Aguiar
teolovida@gmail.com
retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA
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