domingo, 20 de outubro de 2024

SEIS DIAS DA CRIAÇÃO X SEIS HORAS NA CRUZ

 


A obra de Cristo terminou e pôde ser plenamente avaliada; e por causa da positividade da avaliação, Deus o exaltou sobremaneira sobre todas as coisas.

A beleza do texto bíblico e a grandeza do plano de Deus são tão deslumbrantes, que foge de nós toda a dúvida de que a sua autoria não seja delegada ao próprio Espírito Santo. Tal como nos dias da criação, onde a obra de Deus é executada entre a tarde e a manhã de cada dia, a obra de Cristo também foi realizada entre uma tarde e uma manhã. Começou com sua prisão nas horas da tarde da sexta-feira e terminou com a sua ressurreição nas horas da manhã do domingo.

Seu suplício final começou à tarde. Jesus orou noite adentro, sofrendo a agonia da solidão das horas que estavam para chegar. Finalmente, exausto pelo extremo estresse da oração na alta madrugada Ele foi preso e levado para ser julgado diante de seus algozes.

Em seus momentos finais Cristo foi ferido com seis feridas especiais: nas duas mãos, nos dois pés, no peito e na cabeça.

No sexto dia da semana, Cristo permaneceu por seis horas, pregado na cruz entre o céu e a terra.

A beleza do texto bíblico é extasiante e por isso é impossível não pensar em analogias entre a Cruz e a Criação.

Seis dias para a criação. Seis horas na Cruz. Uma hora de cruz para o resgate de cada dia da criação.

Seis feridas especiais: Uma ferida na mão direita, uma ferida na mão esquerda, uma ferida no pé direito, uma ferida no pé esquerdo, uma ferida na cabeça e uma ferida no peito. Jesus recebeu uma ferida para a redenção de cada um dos domínios que o homem perdeu após a queda.

O pecado fez com que o homem perdesse o domínio sobre todos os reinos da criação. O homem perdeu seis domínios: o domínio sobre toda a terra, o domínio sobre os peixes do mar, o domínio sobre as aves do céu, o domínio sobre os animais que se move sobre a terra, o domínio sobre todas as plantas e ervas e o domínio sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra.

Cada uma das feridas de Jesus tem um propósito e a redenção foi alcançada com a devolução dos domínios que o homem perdeu. Essa é a esperança que nos enche de alegria: o dia em que esses domínios serão plenamente entregues aos salvos pelo Cordeiro. Nesse dia haverá novo céu e nova terra e os homens novamente experimentarão os domínios sobre a natureza criada. “Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65:17).

Perceba que o homem que Deus havia criado, no final do sexto dia da criação, foi redimido na sexta hora de Cristo na cruz. Foi no seu último momento na cruz que finalmente Cristo expirou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. Está Consumado!” (Jo 19.30; Lc 23.46).

A obra de Cristo começou numa tarde de sexta feira e terminou numa manhã de domingo. O sábado de descanso, tão desrespeitado pela nação eleita do Criador, foi no mundo físico respeitado pelo Messias. Todavia, no mundo espiritual Cristo não viveu a alegria do descanso do sábado sagrado. Foi no sábado que Jesus, em espírito, enfrentou o horror das mais densas trevas dos abismos. Enquanto seu corpo físico repousava em um jazigo emprestado, Jesus enfrentava os terrores da negridão dos mundos desajustados, as trevas dos mundos inferiores.

Veio tarde e manhã e o domingo chegou! Com ele veio o Sol de uma nova dispensação. Por causa da obra de Cristo, um novo dia começou na história.

 

Cesar de Aguiar


teolovida@gmail.com


retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA

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