terça-feira, 15 de outubro de 2024

“E VIU DEUS QUE FICOU BOM”

 


A marcha dos dias da criação nos apresenta um majestoso avanço com uma implícita definição de sequência ordenada. A forma como um evento precede ao próximo traz consigo um conceito de ordem, de ação e consequência. O que foi criado no primeiro dia prepara e justifica os eventos do segundo dia e assim de forma lógica e sucessiva vamos assistindo a narrativa que enche o planeta de vida enquanto confere sentido e propósito a tudo que veio a existir. Tudo foi criado para algum fim, cabendo ao homem, criado nos últimos minutos do último dia útil de trabalho, buscar compreender esse fim e usar a criação de forma a ajudá-lo a se conformar ao fim último, que é a glorificação do Criador.

O Apóstolo Paulo, ensinando ao jovem Timóteo acerca de não se contaminar com a usura, assim escreve: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (1Tm 6:17). No entendimento de Paulo a natureza criada pode bem servir ao nosso deleite, até mesmo porque o seu uso consciente é uma evoluída forma de adoração e louvor ao Altíssimo. Apreciar a textura de uma maçã, se deliciar no sabor adocicado de uma amora silvestre, se encantar pelo colorido intenso de uma cereja do campo é uma forma madura de oração. Essa é aquela oração sem palavras, praticada pela manifestação dos sentimentos mais puros e mais primitivos do ser humano. Essa é aquela oração tão praticada pelo homem simples do campo, que mesmo longe das academias de teologia aprendeu a louvar a Deus pela chuva que rega a terra e pelo sol que confere a vida da semente.

“E viu Deus que ficou bom”. Após a conclusão de cada etapa do processo criativo, essa era a constatação de Deus acerca do resultado do seu dia de trabalho. Com exceção do segundo dia da criação, ao fim de cada um dos outros cinco dias Deus afirmou que aquilo que Ele havia feito tinha ficado bom. De forma sutil, as Escrituras nos conduzem a perceber que Deus só avalia uma obra após ela estar definitivamente concluída.


Cesar de Aguiar 

teolovida@gmail.com

retirado do livro CRIAÇÃO DESVENDADA 

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