“Porque assim
diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; Ele a
confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o
Senhor e não há outro” (Is 45.18). Esse versículo parece contradizer Gênesis 1,
versículo 2 que diz que a terra era informe e vazia. Todavia não há contradição
quando compreendemos o primeiro dia da criação. Especificamente os primeiros
segundos da criação!
A nucleossíntese elementar foi iniciada no Universo já em seu
primeiro segundo de vida. Toda a criação começou a partir das primeiras
moléculas de hélio e hidrogênio.
A expressão bíblica: “Separação
entre águas e águas” (Gn 1:6) fala desse fenômeno físico-químico, visto que o
hidrogênio se organizou em nuvens no firmamento cósmico relampejando a energia
da grande explosão. O hidrogênio majestosamente organizado aguardava pelo
encontro com outros átomos e outras moléculas.
No futuro do infante Universo, a água se formaria a partir desse
encontro: o choque entre nuvens de hidrogênio e oxigênio (H2O).
Nos momentos mais primitivos do cosmo, a terra era sem forma e
vazia: um caos com um aspecto de sopa de elementos químicos. Naquele momento a
tarefa do Espírito de Deus era organizar a bagunça cósmica.
Antes que o primeiro segundo virasse os ponteiros do relógio do
tempo como é percebido em nosso planeta, matéria e energia era uma coisa só. E
todas as Quatro Forças do Universo estavam embrulhadas em um único lugar.
Antes de se completar o primeiro segundo de existência, o universo
já havia se expandido em um espaço de aproximadamente um bilhão de quilômetros
e a Energia Inicial da explosão fragmentou o ‘embrulho’ das Quatro Forças
Elementares em: Eletromagnetismo, Força Nuclear Fraca, Força Nuclear Forte e
Gravidade.
As forças que sustentam todo o universo material ao se
‘desenrolarem’ daquele mistério criativo passaram atuar direta e ativamente
sobre o funcionamento de tudo o que existe em cada ponto distante do universo.
Antes da Grande Explosão, todo o Universo cabia na ponta de um
alfinete sendo uma singularidade infinitamente pequena. Naquele ponto singular,
as Quatro Forças estavam enroladas sobre si mesmas confinadas em um único
lugar.
Naquele momento, as leis da Relatividade ainda não poderiam ser
aplicáveis, afinal, a Luz, única constante do universo, ainda não havia se
estabilizado e o cosmo se expandiu mais rápido que ela mesma. Imediatamente
após o Big Bang, a primeira força a se desdobrar das demais foi a Força da
Gravidade.
A Força da Gravidade é a mais fraca das Forças Cósmicas, mesmo
sendo a interação de mais longo alcance entre as quatro. Ela tem influência
sobre toda a matéria e sobre toda energia em todos os pontos do Universo
dependendo exclusivamente da massa dos objetos para estabelecer sua interação.
Por causa de seu longo alcance, a Gravidade é responsável pelos fenômenos de
abrangência cósmica como Buracos Negros, a expansão do Universo e a organização
de galáxias inteiras. Ela também é responsável pelos fenômenos do dia a dia,
como a aceleração que uma maçã atinge ao se desprender do galho até tocar o
solo. A Gravidade está presente no nosso dia a dia planetário e cósmico.
A Força Eletromagnética atua na interação dos prótons e elétrons
com alcance ilimitado em todo o cosmo. Não fosse o eletromagnetismo atuando
sobre a Gravidade, toda a massa do universo, inclusive nosso corpo físico seria
uma única massa aglomerada em torno de toda a massa do universo. Por ser mais
forte que a Gravidade, o Eletromagnetismo garante a coesão independente dos
corpos.
Lembre-se de que tudo no universo é composto por átomos e por isso
a maior parte da matéria é composta de espaços vazios (recorde-se do modelo
atômico e perceba a distância entre prótons, elétrons e nêutrons). É o
Eletromagnetismo que impede você de atravessar paredes ou de permanecer
incólume após uma bala de fuzil atravessar seu corpo.
Mais poderosa que a Gravidade e o Eletromagnetismo, A Força
Nuclear Fraca atua em alguns fenômenos na escala do núcleo do átomo, tais como
o decaimento beta. No interior do núcleo atômico acontecem fenômenos ligados à
estabilidade nuclear, como a radioatividade e o decaimento de partículas
nucleares; a Força Fraca é a responsável pelo equilíbrio desse tipo de interação.
A Força Nuclear Forte é bem mais poderosa que a Gravidade, que o
Eletromagnetismo e a Força Nuclear Fraca. É ela quem suporta a coesão nuclear.
É ela que mantém os átomos unidos. É ela quem sustenta o paradoxo da matéria.
Perceba que o eletromagnetismo é repulsivo quando partículas
possuidoras da mesma polaridade estão próximas umas das outras. O núcleo
atômico é basicamente constituído de nêutrons (que não possuem carga elétrica)
e prótons (que possuem carga elétrica positiva). Se o núcleo atômico possui
prótons ocupando um espaço apertado, fazendo com que repousem muito próximos
uns dos outros, o que deveria acontecer? Use a lógica do eletromagnetismo e
entenda que por terem cargas elétricas idênticas os prótons deveriam se
repelir. Polos idênticos se repelem enquanto polos opostos se atraem.
Obedecendo a lei do eletromagnetismo, o núcleo atômico deveria
perder sua estabilidade e coesão pela ação do afastamento dos prótons do
núcleo.
Sem a existência de uma força maior que o eletromagnetismo, a
existência da matéria seria algo impossível.
A explicação para que os prótons se mantenham coesos e a matéria
exista de forma organizada, é a atuação de uma força mais intensa, atuando no
sentido oposto à força do eletromagnetismo.
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Cesar de Aguiar
do livro Gênesis Desvendado
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