A justiça deve ser desejada no nível das necessidades mais
básicas do ser humano: fome e da sede.
A plateia que escutou essas palavras vindas de Jesus
era uma gente que conhecia bem o que era
a fome, a sede e a necessidade de justiça.
Aquele era um tempo sem tecnologia agrícola para combate
de pragas, e o sucesso de uma plantação era raro. Pragas, insetos, pobreza do
solo e muita guerra! Tudo isso criava uma situação de escassez de alimento.
O povo era muito pobre e havia uma péssima redistribuição
de riqueza.
A Palestina ainda hoje é uma região desértica extremamente
seca e com baixíssimo nível pluviométrico. Nações guerreavam pela água.
Justiça social era algo que não existia num sistema de
governo que privilegiava os ricos. O sistema político e jurídico era uma
máquina de corrupção onde a propina era o combustível que girava o
funcionamento das engrenagens sociais.
Jesus apresenta uma bem-aventurança é para famintos e
sedentos. O Mestre usa uma metáfora do mundo físico para explicar um princípio
espiritual.
Jesus se refere aos menos favorecidos. Aqueles que além
de experimentarem a fome e a sede do corpo, carregavam na alma o peso da injustiça
de cada dia.
Mas ao chama-los de Bem Aventurados, Jesus aponta nossos
olhos para a direção do tipo de pessoas que são felizes.
O Mestre não dá uma receita para a felicidade. Ele faz um
apontamento para o tipo de pessoa que é feliz!
Um paradoxo, feliz é quem está com sede e com a barriga
roncando de fome! Não só fome de pão, não só sede de água, mas fome e sede em
todos os níveis possíveis: no corpo e na alma!
JUSTIÇA
Na época de Jesus havia um sistema de justiça.
Existia uma instituição chamada sinédrio, que era
responsável pela administração da vida social do povo judeu. O sinédrio era
composto por 71 membros. Pessoas de boa posição social e com muito conhecimento
da Lei.
Além do Sinédrio, existia Roma, que dominava os judeus, e
era muito severa na aplicação de suas leis.
E ainda havia o Juiz Maior, que o judeu respeitava como “o
Juiz de toda a terra” - o Criador que
fez uma aliança com o Pai Abraão.
Se havia justiça, porque Jesus diz que a justiça estava
em falta?
Segundo a Biblia, justiça tem um significado maior do que
aquele que se aplica a um tribunal. Justiça tem conotação religiosa.
Gênesis 15.6 - “E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto
como justiça”.
Essa é a primeira vez que a palavra justiça aparece na
Bíblia. Abraão foi justificado porque creu! O maior orgulho dos judeus era
serem filhos de Abraão.
O maior ícone do nacionalismo judaico era um homem que
foi justificado por sua fé e não por seus feitos!
Receber a justiça de Deus não era sair vitorioso de um
tribunal terreno. Era ser justificado por Deus. Era ser declarado inocente e ser
aceito por Deus.
Na abordagem do Evangelho, bem-aventurado é quem deseja ser
perdoado por Deus, de forma ardente, como alguém que está faminto, como alguém
que está sedento.
Quando esse desejo se manifesta, manifesta-se também o Pão
que desceu do céu e Água da Vida. Opera-se a salvação.
Mas se deve parar por aí? Claro que não!
A fome não acaba e a sede continua. Salvação não é um
evento isolado que torna estática a vida do justificado. Salvação se
desenvolve!
O que é o Pão?
O pão é o maná que só dura um dia. Um dia apenas! Se
guardar o maná para o dia seguinte ele se estraga.
O pão é “o pão nosso”.
Não é o “pão meu”.
Os seguidores de Cristo são chamados para serem a padaria
de Deus.
O que é Sede?
A sede não cessa, pois o sal da palavra provoca mais
sede!
Jeremias 29.13: “Buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de
todo o vosso coração”.
Quem busca com
todas as forças serão fartos. Não apenas saciados, mas fartos. Terão de sobra.
Deus nunca dá nada com racionamento. Ele sempre dá com
fartura!
Efésios 3.20 - “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito
mais abundantemente além daquilo que pensamos ou pedimos, segundo o poder que
em nós opera”.
Não devemos parar na justificação do dia da conversão.
Não podemos nos satisfazer em sermos apenas crentes salvos. Somos convidados a
ir além!
1 Coríntios 15:9-10
Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser
chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não
foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a
graça de Deus, que está comigo.
O Apóstolo Paulo nunca se sentiu satisfeito com sua vida
cristã. Ele sempre queria mais!
É o cumprimento dessa promessa que Deus quer pra você:
“SEREIS FARTOS”.
(A JUSTIÇA DE DE DEUS - PARTE 08)
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M.e. César de Aguiar
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